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Concietização Corporal Na Educação física Escolar

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Por:   •  24/1/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.506 Palavras (7 Páginas)  •  269 Visualizações

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A Conscientização Corporal na Educação Física Escolar: Traçando Novas Propostas de Construção da Corporeidade do Educando no Atual Momento Histórico.

Por: Thiago Zanotti Pancieri.

No momento em que a Educação Física assumiu os preceitos militares da ordem, obediência e patriotismo, a sua ação pedagógica baseava-se em princípios autoritários e fascistas, pois tinha como objetivo principal à formação de um corpo dócil, obediente, adestrado e subserviente. A filosofia proposta para a Educação Física pelos governos militares pós-64 pautava-se no incentivo a participação do aluno na área desportiva, neste momento percebemos uma relação entre a Educação Física e o corpo direcionada pelo binômio homem-máquina, preocupava-se com a performance desportiva do aluno desprezando o desenvolvimento de sua capacidade crítico-reflexiva.

1°- As formas, historicamente conhecidas pela Educação Física, de disciplinar o corpo, fogem da proposta de contribuir na formação do homem crítico-participativo. Portanto, a conscientização corporal na Educação Física levaria a uma educação que visa a formação do indivíduo "consciente, crítico, sensível à realidade que o envolve" (BRACHT, p. 184, 1986), permitindo a conscientização de que o homem é o seu próprio corpo. Negando assim, a visão da Educação Física no sistema político-econômico das classes dominantes que toma o corpo do homem como objeto tecnizado e desumano, oprimido e dominado.

2°- Nosso propósito é analisar o papel da Educação Física na formação dos educandos, enfocando a conscientização corporal, com o objetivo de reduzir, ou até anular, a dominação da concepção que esses alunos têm do seu corpo, e assim colaborar nesse processo para dar ao homem sua plena corporeidade. Sendo

2°- "... a corporeidade do nosso ser é a instância referencial de critérios para a educação, para a política, para a economia e inclusive para a religião. Ninguém pode servir aos valores espirituais sem encarná-los em valores corporais [...]. Enfim, nenhum ideal se concebe como ideal, nenhum ideal se encaminha e nenhum se cumpre a não ser enquanto ligado à mediação da Corporeidade dos seres deste mundo" (Assmann, 1993, p. 91).

3°- Um breve apanhado histórico da relação educação física x corpo e a visão de corpo hegemônica na atualidade

Desde o período clássico a sociedade vem "modelando" o corpo com sua ideologia em ascensão, ou seja, um corpo impregnado de valores que geralmente refere-se aos domínios de uma classe social sobre a consciência de outras classes. O corpo é aqui situado como depositário de signos sociais, isto é, o corpo é modelado ou "construído" pela cultura do grupo ao qual está inserido, sofrendo ação do momento histórico e do espaço físico no qual se encontra (MEDINA, 1987).

Na sociedade clássica estava-se voltado para a construção de um corpo esteticamente perfeito e robusto. Com a ascensão da Igreja, a visão de corpo predominante é a de um corpo como local do pecado, que precisa ser flagelado para a salvação da alma. Com a ascensão da burguesia e o período das grandes revoluções o corpo é voltado para a força-de-trabalho e passando a ser mecanizado, com a função exclusiva de produzir. Hoje podemos ver uma visão de corpo mercadorizada (PORTER, 1992).

4°- Na atualidade a expectativa de corpo que se tornou hegemônica está fundada a partir de seu culto. Assim, a mercadorização do corpo torna-se presente na sociedade hodierna, na qual esse corpo mercadoria é moldado e vendido pelo mercado, constituído por academias de ginásticas, clubes esportivos, medicamentos e produtos de beleza, manuais de dietas e as intervenções terapêuticas e cirúrgicas que têm se expandido continuamente (BOLTANSKI apud SILVA, 2001). A Educação Física, neste contexto, encontra-se presente nos profissionais que vêem nos indivíduos robôs humanos, explicados apenas pela medição da performance e da gordura corporal, tratando do corpo "em forma" vendido pelo mercado.

Como podemos notar a expectativa de corpo nos é colocada quando nos deparamos com noticiários em revistas de circulação nacional informando: "Ganhe músculos em 30 dias", "Emagreça a jato com dieta líquida", "Turbine suas formas" (Revista Boa Forma, Editora Abril) fazendo com que a insatisfação com o "próprio corpo" leve a "intervenções drásticas sobre o mesmo, como as cirurgias plásticas, as mais variadas dietas, as diferentes ginásticas cada vez mais especializadas em modelar milimetricamente o corpo humano, além da ingestão de medicamentos e produtos químicos com essa finalidade" (SILVA, 2001, p.3).

Assim "... o imperativo recentemente havia mudado da ‘mão’ produtiva e disciplinada tipo máquina, para o corpo como consumidor, cheio de deficiências e de necessidades, cujos desejos devem ser inflamados e encorajados"(PORTER, 1992, p.313).

5°- A conscientização corporal e a construção da corporeidade dos educandos

O termo conscientização é aqui abordado como um processo de formação da consciência crítica (FREIRE apud GONÇALVES, 1994) e, conseqüentemente, a conscientização corporal como a formação de uma consciência crítica que o ser humano mantém do seu corpo em relação à realidade vigente, realidade esta que engloba aspectos sócio-históricos, biológicos, psicológicos enfim, todos os aspectos da natureza humana.

5°- A conscientização corporal na Educação Física pretende construir ou reconstruir um corpo que não seja robotizado, repetidor de movimentos, normativo e controlado, mas sim um corpo consciente do movimento, do repouso, do lazer, com direito à cidadania. Tudo isso a ser vivenciados como uma aprendizagem permanente, criativa e prazerosa, conduzindo para a busca plena da autonomia e autogestão (MARCELINO, 1999).

Utilizando a conscientização corporal no trabalho pedagógico da Educação Física, pretende-se superar o fazer pelo fazer das atividades lúdicas e desportivas e incorporar a reflexão crítica do porquê de tais atividades e os valores impregnados em sua prática, auxiliando os educandos no "pensar o corpo", pois, de acordo com Rodrigues (1983, p. 91) "... ao pensar o corpo, estão pensando a estrutura social e, ao defendê-lo, estão defendendo a ordem social".

Essa conscientização corporal na Educação Física não

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