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Por:   •  1/10/2014  •  2.482 Palavras (10 Páginas)  •  538 Visualizações

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RESUMO

Conhecidas como "daninhas" ou "inços", plantas que nascem espontaneamente em terrenos, jardins, calçadas e espaços públicos estão deixando seus locais de origem e de serem apenas peças de decoração para irem à mesa como alimento.

Referidas plantas, nomeadas de Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC, estão marcando uma verdadeira revolução alimentar e econômica, ao passo que seus usos comestíveis são cada vez mais estudados e explorados.

Não bastando a existência dessas plantas e sua exploração culinária, tem-se o aproveitamento de partes de legumes, verduras e outros alimentos que geralmente não são consumidas, mas que podem e devem ser agregadas à alimentação por sua riqueza nutricional.

ABSTRACT

Known as "weed", plants that arise spontaneously in fields, gardens, sidewalks and public spaces are leaving their places of origin and only decorative pieces to go to the table as food.

Such plants named Unconventional Food Plants - PANC, are marking a true food and economic revolution, while its edible uses are increasingly studied and explored.

Not simply the existence of these plants and their culinary exploration, there is the use of portions of vegetables and other foods that are generally not consumed, but that can and should be aggregated to food for its nutritional value.

I. INTRODUÇÃO

Conhecidas como "daninhas" ou "inços", plantas que nascem espontaneamente em terrenos, jardins, calçadas e espaços públicos estão deixando seus locais de origem e de serem apenas peças de decoração para irem à mesa como alimento.

Referidas plantas, nomeadas de Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC, estão marcando uma verdadeira revolução alimentar e econômica, ao passo que seus usos comestíveis são cada vez mais estudados e explorados.

Não bastando a existência dessas plantas e sua exploração culinária, tem-se o aproveitamento de partes de legumes, verduras e outros alimentos que geralmente não são consumidas, mas que podem e devem ser agregadas à alimentação por sua riqueza nutricional.

A falta de informações sobre os nutrientes e o aproveitamento dos alimentos vem há anos gerando desperdício de toneladas de recursos alimentares, principalmente num país rico como o Brasil. Curiosamente, as taxas de mortalidade por fome são alarmantes.

É por meio das PANC e do aproveitamento integral dos alimentos que se pode combater a situação, além de construir uma nova visão e cultura gastronômica nacional.

II. AS PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS

Como visto, as Plantas Alimentícias Não Convencionais são as chamadas plantas "daninhas" e nascem espontaneamente em terrenos, jardins, calçadas e espaços públicos.

Crédito: Google Images

O professor doutor Valdely Ferreira Kinupp, estudioso das Plantas Alimentícias Não Convencionais e defensor de seu melhor aproveitamento, defendeu sua tese de doutorado a respeito do tema e faz, neste trabalho, uma reflexão acerca das influências que a população recebe sobre os hábitos alimentares e como o ‘conservadorismo’ gastronômico acaba barrando novas experimentações.

Referido professor exemplifica:

“Essas plantas geralmente são chamadas de ‘daninhas’, ‘nocivas’ e vários outros nomes preconceituosos, pejorativos e que refletem um ponto de vista. Você come quase a mesma coisa o ano inteiro. Vai à feira, seja orgânica ou convencional, mas não ousa experimentar uma coisa diferente” (Castro, Cassandra. A Riqueza Alimentar das Plantas Alimentícias Não Convencionais.).

Pesquisas mostram que plantas que outrora foram amplamente utilizadas na alimentação básica de nossos ancestrais e que, por alguma razão, foram esquecidas pelas gerações que se sucederam, como araruta, ariá, bertalha, bredo, coentro-bravo, cachi, cará, guandú, jacatupé, jambú e outros.

Embora o desconhecimento de várias espécies ou o desuso ainda seja grande, aos poucos as pessoas começam a ter contato com as denominadas PANC e descobrem como elas podem representar alternativas para uma alimentação diferente, saudável e rentável, sendo certo que ao menos 311 espécies, de 1.500 estudadas pelo biólogo Valderly Ferreira Kinupp possuem potencial alimentício.

O Ministério da Agricultura já incentiva a produção de diversas espécies como alternativas para o agronegócio, tendo em vista que a riqueza alimentar das PANC, via de regra, não exige grandes adaptações ou técnicas para cultivo.

As espécies de PANC são de fácil plantio e são adaptadas às condições de cada região. A maioria possui sementes, galhos, estacas que podem ser usados na produção sem que o agricultor tenha de comprar sementes comerciais.

Ainda, são plantas que estão adaptadas às condições de solo e clima da região onde ocorrem e podem ser cultivadas de forma agroecológica, ou seja, sem agrotóxicos e adubação sintética, contribuindo para uma alimentação saudável e sustentável.

Biólogos trabalham em sua produção para manutenção das espécies e revitalização do acervo biológico nativo e Organizações Não Governamentais trabalham no cultivo e disseminam a produção e a alimentação nutritiva baseada nas PANC como forma de combater a fome no país.

Na gastronomia, chefes de cozinha já trabalham com alternativas saborosas e resgatam espécies esquecidas, como Alex Atala e confeiteiros de várias regiões já utilizam flores comestíveis em suas produções de bolos e doces em eventos de alto padrão.

Receitas e usos são divulgados na internet através de blogs e sites específicos de culinária, a exemplo das plantas (OLIVEIRA, CINTIA. Mais Sobre Plantas Não Convencionais):

“(...)

- Língua-de-vaca: hortaliça com folha de sabor levemente ácido, que pode ser utilizada no preparo de saladas, bolinhos, além de cozida com polenta, arroz, etc.

- Folha-pepino: urtiga não-urticante de sabor delicado, tem aroma e sabor que remetem ao pepino. Pode servir como base no preparo de saladas, de frituras como o tempurá, além de decoração de pratos.

- Capiçoba: A hortaliça tem sabor levemente amargo, que lembra a couve. Pode ser consumida refogada e servida como guarnição de pratos como arroz, feijão e angu.

- Aipo-chimarrão (ou salsinha

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