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Custos Da Não Qualidade

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Por:   •  5/11/2013  •  2.757 Palavras (12 Páginas)  •  495 Visualizações

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2.3 CUSTOS DA MÁ QUALIDADE

A evolução sócio-cultural da humanidade no cotidiano, na vida profissional, no meio-ambiente e, também, na empresa, provocou uma necessidade de mudanças nas regras de gerenciamento.

Apesar de ter permitido um importante desenvolvimento na indústria, o Taylorismo teve como grave inconveniente uma forte centralização nas tarefas de tal maneira que o operário era considerado como uma espécie de máquina sem alma ou capacidade de julgamento. Este fato conduzia o indivíduo a se desinteressar completamente de seu trabalho. Não estando atento que a seu rendimento, fator único de seu salário, o operário negligenciava a qualidade, não se preocupando com a qualidade da matéria-prima que ele recebia para transformar e nem com os produtos que saíam de suas mãos ou das máquinas que ele operava.

TOWNSEND [198-], concorda com esta hipótese, quando afirma que as pessoas querem e irão fazer melhor, desde que lhes seja dada a oportunidade de participar.

CHAVES (1995) afirma que o homem não é o principal responsável pelas causas dos erros. A máquina, a matéria-prima e o método são responsáveis por 75% das causas.

Por outro lado, DEMING (1990) afirma que a má qualidade é causada em 85% dos casos devido a problemas de gerenciamento e somente 15% devido às falhas do operador. Segundo este mesmo auto, o absenteísmo pode ser reduzido se os trabalhadores se sentirem valorizados.

Portanto, a principal parte na composição dos custos da má qualidade não é devido a incapacidade do fator humano, mas sim a outros fatores que compreendem:

• os salários extras necessários para substituir um trabalhador no caso de sua ausência;

• os tempos extras gastos para corrigir as anomalias em vez de efetuar uma produção rentável;

• o aumento do consumo de matéria-prima, energia, com a correção das anomalias;

• perda de uma receita de produção através das ocasiões perdidas de realizar e de vender um produto (chamado de custo de oportunidade).

No caso de defeitos de qualidade, os componentes do custo da má qualidade podem ser divididos em:

• custo comercial da retomada e de substituição do lote defeituoso : compreende o custo do tempo passado para regularizar esta situação em vez de efetuar uma nova venda. Este custo corresponde tempo de regularização e o tempo improdutivo;

• custo administrativo da retomada e substituição do lote defeituoso : engloba o custo do tempo gasto para regularizar esta situação em vez de efetuar operações administrativas relativas a uma nova fatura. Pode, também, ser definido como : tempo de regularização mais o tempo improdutivo;

• custo de produção dos retoques, das reciclagens e dos rejeitos : abrange o custo do tempo gasto para realizar os retoques, consumos de matérias-primas e de energia, perdas de produção durante o tempo passado para regular esta situação em vez de produzir um novo lote faturável. Neste custo são contabilizados: tempo de regularização + consumo extra + produções não realizadas.

Esta teoria faz parte de uma metodologia de avaliação de custos, porém a discussão de um sistema de avaliação de custos da má qualidade não é recente. O primeiro ensaio de avaliação do custo da má qualidade surgiu por volta dos anos 50 quando FEIGENBAUM, citado por HARRINGTON (1990), elaborou um sistema de custos ligados ao desenvolvimento do sistema de qualidade e à inspeção de produtos que se apresentavam como incapazes de satisfazer às exigências requeridas.

Este sistema foi aperfeiçoado e, atualmente, constitui uma excelente ferramenta de gerência que permite dirigir as ações de melhorias da qualidade e medir a eficácia do sistema de qualidade total.

Em 1982, DEMING publica um sistema de avaliação de custos de inspeção ao qual ele adiciona as probabilidades de aceitação do lote.

Nesta mesma linha de raciocínio de avaliação dos custos da inspeção, um sistema informatizado de determinação destes custos é apresentado por PARAISO (1986). Esse autor propôs um sistema de inspeção da qualidade à custos mínimos. Mas, esse sistema não considera o tempo improdutivo causado por uma inspeção. Mesmo que este sistema ainda possa ser utilizado na recepção de materiais e na expedição dos produtos finais, evitando desta maneira que materiais defeituosos perturbem a produção ou que produtos defeituosos partam diretamente ao cliente, possui a desvantagem de poder tornar-se obsoleto a longo prazo, pois a tendência mundial é de investir mais na prevenção de não conformidades do que na sua simples detecção.

De acordo com DEMING (1990), a qualidade não deriva da inspeção, e sim da melhoria do processo produtivo. Esse mesmo autor é totalmente contra a inspeção em massa, pois de acordo com a sua teoria, a inspeção não melhora a qualidade, apenas constata-a e, ainda, agrega um custo extra da inspeção ao produto.

Na realidade, DEMING preocupa-se mais com o custo das não conformidades e com a perda da clientela do que com a avaliação propriamente dita dos custos da má qualidade (SHANK e GOVINDARAJAN, 1995). Seu maior objetivo é atingir o nível zero defeitos.

NOBREGA (1990) comenta que existem duas teorias sobre a relação entre o nível de qualidade e o custo para obtê-la. A primeira estabelece uma relação direta entre estes dois elementos e a segunda uma relação inversamente proporcional. De fato, ao iniciar-se um programa de melhoria da qualidade, são necessários investimentos (em inspeção, em material, etc.) para aumentarem os níveis de qualidade. Porém, a longo prazo a tendência dos custos da má qualidade é diminuir em decorrência da eliminação dos desperdícios. Vale recordar que o termo "custo da má qualidade" será utilizado neste trabalho partindo-se do pressuposto que a qualidade não custa caro, mas sim a má qualidade. Para que a qualidade tenha custo zero, o grau de perfeição deveria ser atingido; como isto é impossível, pois a perfeição não existe, sempre existirá um custo sobre o que falta para atingir-se a perfeição. Este não é o custo da qualidade, mas sim da presença da má qualidade.

2.3.1 Conceito de Custo da Má Qualidade

Custo da má qualidade é o resultado proveniente do fato de uma organização não produzir corretamente desde a primeira vez (JURAN, 1979). A avaliação dos custos, visando seu controle, é fator de sobrevivência da empresa. O custo da má qualidade tem um forte peso

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