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DIFERENTES ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Por:   •  30/6/2014  •  2.556 Palavras (11 Páginas)  •  425 Visualizações

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DIFERENTES ABORDAGENS DE

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

José Armando Valente

NIED-UNICAMP & CED-PUC/SP

INTRODUÇÃO

Se considerarmos que estamos adentrando a sociedade do conhecimento, como tem sido proposto por diversos autores (Drucker, 1993; Naisbitt & Aburdene, 1990; Toffler, 1990), deveremos ter uma demanda por melhor e maior quantidade de pessoas qualificadas. Isso

faz sentido já que o “capital” da sociedade do conhecimento não será mais a matéria-prima

ou bens produzidos e acumulados, como acontece atualmente na sociedade da produção em

massa, mas o conhecimento. Assim, do mesmo modo que hoje demandamos por mais bens

materiais, nessa nova sociedade deveremos demandar por mais conhecimento.

Entretanto, é necessário esclarecermos o que significa conhecimento e como ele difere da

informação. A informação será tratada aqui como os fatos, os dados que encontramos nas

publicações, na Internet ou mesmo o que as pessoas trocam entre si. Assim, passamos e

trocamos informação. O conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto do

processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É o significado que

atribuímos e representamos em nossas mentes sobre a nossa realidade. É algo construído

por cada um, muito próprio e impossível de ser passado  o que é passado é a informação

que advém desse conhecimento, porém nunca o conhecimento em si.

Essa distinção entre informação e conhecimento nos coloca uma série de desafios.

Primeiro, o fato de termos abundância de informação, como acontece nos dias de hoje, não

significa termos pessoas com mais conhecimento. Segundo, se o conhecimento é produto

do processamento da informação, como será possível incentivar esse processamento e como

ele acontece? Será que ele pode ocorrer espontaneamente ou necessita de auxílio de

indivíduos mais experientes que possam facilitar o processamento da informação ou a sua

organização de modo a ser tornar mais acessível? Tudo indica que a espontaneidade é

muito ineficiente como meio gerador de conhecimento. Com o auxílio adequado de

especialistas poderemos atingir graus de excelência cada vez maior no trabalho por meio da

informação e, com isso, melhor e maior quantidade de conhecimento. Isso implica criarmos

meios para os cidadãos terem chance de construir conhecimento e, portanto, aumentarmos a

demanda por mais e melhor Educação.

Se pensarmos nas dimensões do nosso país, na quantidade de pessoas para serem educadas,

na infra-estrutura física disponível, assim como no número de educadores com capacidade

para facilitar esse processo de construção de conhecimento, facilmente chegamos à

conclusão de que a educação a distância é uma solução bastante viável e, certamente, tem

sido a solução que o governo tem proposto para corrigir as distorções educacionais no

nosso país. Ela não requer construção de mais espaço físico, pode atender regiões que hoje não dispõem de especialistas e atingir populações enormes.

No entanto, existem diferentes maneiras de conceber a educação a distância (EAD) e,

dependendo da abordagem utilizada, ela pode ou não contribuir para o processo de

construção de conhecimento. Assim, a abordagem conhecida como “broadcast” usa os

meios tecnológicos para passar informação aos aprendizes. No outro extremo desse

espectro de possibilidades está o suporte ao processo de construção de conhecimento via

telemática, que temos denominado de “estar junto virtual”. Uma abordagem intermediária é

a implementação da “escola virtual”, que nada mais é do que o uso das tecnologias de

telemática para criar a versão virtual da escola tradicional.

ABORDAGEM BROADCAST

Essa abordagem de EAD é baseada na idéia dos tutoriais computacionais (Valente, 1999)

ou nos livros de instrução programada. O professor do curso organiza a informação de

acordo com uma seqüência que ele entende ser a mais adequada e essa informação é

enviada ao aluno, utilizando-se dos meios tecnológicos como já aconteceu com o material

impresso, o rádio e a televisão. No entanto, o computador também pode ser utilizado para

“entregar” a informação ao aluno, usando, por exemplo, os recursos da Internet. Nesse

caso, o professor armazena as lições em um determinado arquivo, em um servidor e os

alunos, via Internet, podem ter acesso a esse servidor, ao arquivo e, consequentemente, às

lições.

O importante nessa abordagem é que o professor não interage com o aluno; não recebe

nenhum retorno deste e, portanto, não tem idéia de como essa informação está sendo

compreendida ou assimilada pelo aprendiz. Nesse caso, o aluno pode estar atribuindo

significado e processando a informação, ou simplesmente memorizando-a. O professor não

tem meios para verificar o que o aprendiz

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