Dançando Na Escola

Marques, A. Isabel. Dançando na escola. São Paulo: CORTEZ, 2007.

Dançando na escola: Isabel A. marques

O livro, “Dançando na escola”, da autora Isabel A.Marques, da editora Cortez, 4ª edição, ano 2007, possui 205 páginas, e subdivide-se em 3 partes que falam da evolução e da preocupação do Governo, das leis, da escola e dos profissionais de educação com o rumo da dança no País.

Nos últimos anos a preocupação de educadores e governantes a respeito dos rumos que o ensino da dança tem tomado no Brasil ficou mais evidente. No ano de 1997 a Dança passou a fazer parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e ganhou reconhecimento nacional como conhecimento a ter importância para ser trabalhado na escola.

Ainda assim persiste no Brasil como em outras partes do mundo um desentendimento sobre a dança e sua importância para o conhecimento o que já foi resolvido em matemática, língua portuguesa e biologia, por exemplo. Muitos se perguntam o que é dança na escola.

Vivemos num mundo onde as muitas possibilidades são uma característica, é também o momento de refletirmos mais criticamente o papel da dança na escola, não é nela somente que se deve aprender dança de qualidade, profundidade, compromisso e responsabilidade.

Mas a escola atual é um lugar propicio e privilegiado para que isto aconteça não se deve deixar a dança apenas para festas e comemorações.

A Arte é frequentemente ligada a trabalhos manuais, portanto se associa a arte como dança associada ao corpo e foi por tempos banida do convívio com as outras disciplinas. Para a autora “Os processos de criação em dança acabam não se encaixando nos modelos tradicionais de educação”.

A Dança no Brasil é de domínio publico somos um país “dançante”, corporal, mas ao mesmo tempo excluímos o estudo da dança com maior profundidade nas nossas escolas. É uma idéia ingênua pensar que dançar se aprende dançando, as nossas danças englobam múltiplos significados como valores sociais, políticos e culturais e sua amplitude é muito maior do que danças populares ou coreografias carnavalescas.

Apesar de vivermos num mundo moderno a dança ainda é tratada com um certo preconceito, o que leva muitos professores a darem outro nome para as atividades de dança, como movimento ou expressão corporal, o que mascara as reais intenções para permitir que um numero maior de alunos tenha acesso a está atividade na escola.

Muitos pais ainda pensam que dança é coisa de mulher, e nossa sociedade ainda tem a idéia equivocada de que tudo que se relaciona ao corpo é pecaminoso, e que arte e artista são coisas excêntrica e que não merecem fazer parte das atividades escolares. E isso não ocorre apenas fora das escolas muitos professores ainda não sabem como ou até mesmo porque a dança deve fazer parte do sistema escolar.

O movimento em si é essencial para que a dança se realize, a relação entre movimento com os outros aspectos da dança faz com que ela se transforme em arte, pois neste momento são criadas relações simbólicas entre quem interpreta o movimento e o meio.

Mas o uso dessas estruturas de movimento necessita que conheçamos nosso corpo no sentido de saúde para saber o que podemos exigir dele e quais as nossas possibilidades.

Existem diferentes modalidades de dança na nossa sociedade, mas a escola estaria mais interessada nas que tem finalidades artísticas já que as outras estão disponíveis aos alunos no meio em que vivem. A improvisação e a composição coreográfica são danças a serem ensinadas na escola, tanto uma como a outra permitem que o aluno possa experimentar articular, sentir e pensar a arte como criadores e sujeitos do mundo.

O contexto dos alunos deve ser considerado em sala de aula, eles têm seus próprios repertórios, criam e improvisam conforme seus gostos às danças que fazem parte da sociedade hoje e antigamente. O professor que estiver atento a isso torna se um propositor.

Atualmente estamos passando por uma fase de transição em fazer-pensar dança na escola brasileira.

Segundo Marques a escola teria, o papel não de soltar ou de reproduzir, mas sim de instrumentalizar e de construir conhecimento em/ por meio da dança com seus alunos, pois ela é forma de conhecimento, elemento essencial para a educação social. Mas ainda muitos vêem a dança apenas como um trabalho de expressão corporal.

Quando dançamos nossos sentimentos cognitivos se integram com os processos mentais e a partir disso podemos compreender o mundo de maneira diferenciada. Vivemos na era digital, o que leva os alunos a aprender não somente através da oralidade, mas também pela emoção, imagem e movimento. E a dança como uma das vias de educação se torna indispensável para vivermos presentes e participantes na sociedade atual.

Na publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), já no segundo semestre de 1997, foi a primeira vez que um documento nacional contempla a dança com uma linguagem especifica de arte e não apenas com algumas linhas no currículo de outras disciplinas.

O que ocorre há muito tempo no país é a falta de profissionais qualificados para ensinar dança, assim como a falta, atraso e dissociação da bibliografia específica. Presença da dança nos PCNs, mostra também uma maior atenção e comprometimento por parte das universidades e órgãos do governo para pesquisa, formação de professores qualificados e divulgação de bibliografia atual e se for estrangeira adequada a nossa realidade.

Um trabalho com temas transversais na área de dança vem de encontro a outras disciplinas do currículo que tem o corpo como um de seus eixos de trabalho como as

Ciências Naturais, Biologia e até mesmo História e Geografia.

A linguagem da dança é uma área privilegiada para trabalharmos, discutirmos e para que possamos problematizar