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Design Para um Mundo Sustentável

Por:   •  21/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  123 Visualizações

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Design para um mundo sustentável

        Design significa projetar, desenvolver ou criar, buscando sempre a evolução do que já existe. Aplicando o conceito de sustentabilidade ao design, nasce o Design Sustentável, que nada mais é do que projetar respeitando as regras da sustentabilidade, a preocupação com o meio ambiente, o cuidado com a extração da matéria-prima e da energia necessária para fabricação. O resultado deste processo são produtos economicamente acessíveis e que cumprem a função fundamental e básica de proporcionar bem-estar e satisfação a quem os utiliza. Quando a maioria das pessoas pensa em design de produto, ela visualiza produtos para o mercado, gerados por um fabricante e direcionados a um consumidor. Desde a Revolução Industrial, o modelo do design tem sido o design para o mercado e as alternativas têm recebido pouca atenção.

        Em 1972, Victor Papanek, designer e arquiteto escreveu em seu livro Design for the Real World, uma declaração onde afirma que o design industrial é umas das profissões mais prejudiciais e perigosas, principalmente quando desenvolvem projetos que põe em risco a vida das pessoas ou quando criam novas espécies inteiras de lixo que se amontoam na paisagem, como também ao escolher materiais e processos que poluem o ar que respiramos. O fato de que o design contribuiu para a deterioração do meio ambiente é evidente, assim como a necessidade de uma nova alternativa as praticas do design de produto. As criticas feitas por Papanek encontrou sintonia com outros designers e estudantes  que procuraram desenvolver alternativas ao design que respondessem de maneira satisfatória as necessidades sociais que vão desde as necessidades dos países em desenvolvimento até às necessidades especiais dos idosos, dos pobres e dos deficientes, porém isso não chegou a produzir muito impacto entre os profissionais do design industrial.

        Em 1920, o engenheiro R. Buckminster Fuller propôs novos produtos para desafiar as práticas tradicionais da indústria americana  da construção civil com seu projeto de blocos pré-fabricados para torres de apartamento e posteriormente para casas e banheiros. Entretanto, nenhum desses projetos foi adotado pela industria americana , porém Fuller alcançou seu sucesso no mundo inteiro com suas cúpulas geodésicas reconhecidas e adotadas pela indústria devido a economia de materiais usados, a durabilidade, flexibilidade e facilidade de construção. Isso propiciou uma  mudança na sua concepção com relação ao design, que passou a ser visualizada como uma ciência capaz de englobar diversas situações, como um conhecimento humano alinhando homens e mulheres com forças evolutivas do universo. Enquanto Papanek baseava seu pensamento em parte na sabedoria do design de baixa tecnologia de povos indígenas, Fuller buscava os níveis mais avançados das tecnologias para realizar seus projetos.

        Em 1960 Fuller foi convidado a trabalhar como professor  na Soutelo Illinois University onde participou da World Design Science Decade, um programa  designado a demonstrar como o design poderia desempenhar um papel central no tratamento de grandes problemas mundiais como, revisão das análises dos recursos energéticos, uso mais eficiente de recursos naturais e integração das máquinas-ferramentas em sistemas de produção industrial. Esse processo de planejamento apesar de ter envolvido estudantes do mundo inteiro não chegou a penetrar na prática do design industrial.

        As críticas e visões de Fuller  e Papanek assim como de outros envolvidos, continuaram agitando escolas e conferências de design a partir de 1970, entretanto nunca ameaçaram  as ideias iniciais contidas na conduta do design, o que deixou  muitos designers frustrados com as crescentes pressões a favor do design sustentável.

         A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, marcou a forma como a humanidade encara sua relação com o planeta. Foi naquele momento que a comunidade política internacional admitiu claramente que era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza. A reunião que ficou conhecida como Cúpula da Terra, partiu do pressuposto de que, se todas as pessoas desejam o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos, então não haverá recursos naturais para todo mundo sem que sejam feitos graves, e irreversíveis danos ao meio ambiente. Os países que participaram dessa reunião reconheceram o conceito de desenvolvimento sustentável e começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente. Desde então, estão sendo discutidas propostas para que o progresso se dê em harmonia com a natureza, garantindo a qualidade de vida tanto para a geração atual quanto para as futuras no planeta.

        Os designers fazem escolhas em resposta a circunstâncias e situações específicas ignorando outras possibilidades. Assim como outros profissionais estão descobrindo maneiras de ganhar a vida na cultura da sustentabilidade, os designers também terão que fazer o mesmo para criar novas formas de atuar, não carecendo ficar presos ao passado, assim como reconhecer o design como uma prática continente em vez de uma prática baseada na necessidade. É preciso agregar os componentes econômicos, ambientais e sociais. Se isso não for feito, não há como garantir a sustentabilidade do desenvolvimento, porém muitos designers de produto tem ficado presos a objetivos e argumentos dos clientes empresariais, acreditando serem incapazes de tomar iniciativas próprias. O resultado é uma falta de autonomia, as propostas de mudanças tem sido muito moderadas e raramente se contrapõem com força ao modelo de expansão do crescimento econômico que ainda é considerado a garantia de sustento do designer. Os designers acabam se conformando com pequenas vitórias que dependem da disposição dos fabricantes em consentir e aceitar a criação de um produto ecologicamente adequado.

        O desafio de criar um mundo sustentável passou do reino do idealismo para o da necessidade. O design mudará a medida que seus profissionais desenvolverem uma nova maneira de pensar,  com propostas e visões mais amplas, sem substituir o trabalho árduo de repensar a sua própria identidade como profissionais, alem disso devem desligar-se da cultura do consumo e encontrar um terreno onde possa começar a repensar seu papel no mundo, trazendo como resultado um novo estimulo para  participar de projetos, levando em consideração o bem está da humanidade tanto dentro como fora da economia de mercado. Porém vários obstáculos são postos durante esse processo o primeiro seria a crise de vontade, quando o designer não consegue enfrentar a realidade de seu trabalho a fim de decidir como esse trabalho pode contribuir para a sustentabilidade do planeta,. O segundo seria a crise de imaginação, ou seja,  a falta de projetos que sirvam  de estímulo  ou de inspiração para os designers são raros.  

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