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Design para um mundo complexo - Fichamento Cap 1

Por:   •  10/5/2017  •  Resenha  •  870 Palavras (4 Páginas)  •  900 Visualizações

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Fichamento: CAPÍTULO 1

Contexto, Memória, Identidade: O Objeto situado no Tempo-Espaço

Durante esse primeiro momento, Cardoso analisa como os contextos onde se encontra e/ou se encontrava determinado artefato pode modificar-lhe completamente o sentido/significado por mais imóvel que ele o seja. Tudo influencia em nossa experiência com o artefato atual - desde seu contexto histórico a nossas próprias memórias pessoais. Para melhor aprofundar-se em seu estudo, Cardoso pontua logo de cara o que difere um objeto de um artefato a fim de nos questionar se artefatos imóveis realmente existem. "Uma montanha, uma pedra ou uma árvore são objetos, mas não artefatos. Artefato é um objeto feito pela incidência da ação humana sobre a matéria-prima: em outras palavras, por meio da fabricação". (pág. 47)

Para o autor, mesmo considerando que os ditos artefatos sejam fixos e imóveis em sua espacialidade, a mesma imobilidade não pode ser garantida com relação ao seu tempo - vide o exemplo do Arco da Lapa. Por volta de 1740, o que originou e culminou na criação do Arco da Lapa foi sua funcionalidade como aqueduto; esse era o seu papel perante o contexto em que fora criado. Hoje em dia, no entanto, o grandioso arqueduto, além de aparentar ter se tornado visualmente menos grandioso em comparação com as novas construções que o rondam, sofreu mudança também em sua função, transformando-se em viaduto e um dos maiores pontos turísticos do Rio (caminho para o famoso bondinho). "(...) O artefato foi desviado de sua função original, mas nem por isso deixou de ser o que era. Chame-se ele de aqueduto ou viaduto, continua a ser a mesma estrutura de pedra e cal, com as mesmas propriedades físicas e linhas construtivas". (pág. 49) Mesmo sua solidez e regularidade são postas em xeque ao pontuar em seu texto as diversas modificações e restaurações pelas quais o Arco já passara. 'O fato de que, hoje restaurado, ele tenha algumas semelhanças com sua feição original não anula as transformações sofridas. Mudar de volta é, mesmo assim, mudar. (...) O passado não se recupera". (pág. 52)

São 6 os fatores que condicionam o significado sobre as coisas: o uso, o entorno, a duração, o ponto de vista, o discurso e a experiência. Uma mera mudança de cor em um artefato é capaz de reproduzir fortes alterações na percepção das pessoas sobre o tal, por exemplo. Principalmente considerando que nos dias de hoje o vinculo que se cria com os artefatos é, em suma maioria, de forma indireta, através da reprodução de imagens. O importante de toda a discussão do capítulo é compreender que nenhum artefato possui significado estável e imutável. "(...) Tudo é passível de mudança no tempo - inclusive os significados que associamos a qualquer objeto". (pág. 71) Uma história em quadrinhos para crianças que antes custava alguns pouquíssimos centavos, hoje tornou-se relíquia com valores algumas vezes incalculáveis. O que antes era visto como fervoroso e revolucionário, agora tem um tom opressor e tirânico, como as imagens de Lênin ou Hittler. Não é a toa que a experência seja o fator mais relevante na hora da fomentação dos significados.

Nossa bagagem de vivências, vulgo memórias, "...colore nossa percepção e define o modo como processamos qualquer experiência atual. (...) O que é dor

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