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Doença Mental

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Por:   •  3/12/2014  •  Tese  •  1.497 Palavras (6 Páginas)  •  187 Visualizações

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O que é a Doença Mental?

Doença mental é um termo que abarca tudo: a clínica, as ciências e a sociedade.

Já é antiga a afirmação: “de médico e de louco todos temos um pouco”.

Todos “podemos” afirmar quem é doente mental, mas não estamos imunes à doença mental.

Na maioria das vezes, as pessoas clivam e assumem-se como “médicos” (doentes são os outros) ou em parte “loucos” - mas no bom sentido, porque loucos, verdadeiramente, são sempre os outros.

É como pensarmos que os “normais” são como nós e os doentes são os diferentes. Nada de mais errado. Mas fica-nos o pseudo-bem-estar de que, excluindo os outros, excluímos de nós a doença mental.

Assim começou e continua o estigma da doença mental.

A história da doença mental revela que, desde cedo, as pessoas com comportamentos e atitudes desajustadas da sociedade e com situações extremas de doença fossem segregadas e remetidos para prisões onde eram contidas, colocando “a salvo” a sociedade (e não os doentes). Só muito posteriormente estes viriam a ser alvo de atenção e intervenção, surgindo neste contexto prisional os primeiros tratamentos médicos psiquiátricos.

O termo doença mental tem, infelizmente, ainda um sentido pejorativo, por ignorância e sentimento de ameaça e vulnerabilidade das pessoas. A imagem e conceito de doença são ainda associados a pessoas violentas, agressivas, incapazes, “tolinhas” ou que só cometem loucuras. Nada de mais errado. A doença mental é, atualmente, extremamente comum.

A doença mental não deve ser confundida com a quebra de normas ou funcionamentos sociais, de sentimentos, de crenças ou valores religiosos ou morais que divirjam deste ou daquele grupo, sociedade ou cultura.

Há ainda um grande desconhecimento da evolução do diagnóstico e tratamento das doenças mentais entre os profissionais de saúde (não ligados à saúde mental) e na sociedade, o que contribui para a estigmatização da doença mental.

Compete aos técnicos de saúde mental estudar, avaliar, tratar e refletir, para que se consiga evoluir mais e intervir cada vez melhor, bem como informar e alertar a sociedade para desmistificar a doença mental. Mas este aspeto também se aplica a outras doenças que, de igual modo, tiveram que ultrapassar muitas barreiras. O cancro, por exemplo, foi alvo de grandes campanhas que promoveram o diagnóstico precoce, apesar do conhecimento científico incompleto e da complexidade e grau de eficácia insuficiente dos tratamentos, que contribuíram para uma grande evolução nessa área.

Ainda hoje se verifica que, por motivo de doença mental, a pessoa pode necessitar de baixa ou estar incapaz de exercer as suas tarefas diárias e ser mal vista pela sociedade.

Ou seja, além de estar doente, tem ainda de enfrentar ou refugiar-se da atitude de ignorância dos outros.

A doença mental é hoje definida e estudada por profissionais com métodos e rigor científicos.

O desenvolvimento de critérios de diagnóstico de doença mental dos manuais da Associação Americana de Psiquiatria ou da Organização Mundial de Saúde vieram definir e orientar, do ponto de vista clínico, uma uniformidade de conceitos sobre o que é ou não a doença mental.

Os psiquiatras e outros profissionais de saúde mental têm hoje critérios de diagnóstico, métodos de intervenção e terapêuticas fundamentados em estudos científicos.

A procura de um serviço de saúde mental não significa necessariamente que se está doente mentalmente segundo os critérios clínicos, mas tão-somente pode significar que se está em sofrimento emocional, com dificuldades relacionais ou preocupado com aspetos profissionais e pessoais, por exemplo.

A conotação da doença mental com aspetos pessoais e sociais negativos é algo que vem do passado longínquo e se projeta nos dias de hoje, sem qualquer correspondência com a realidade atual.

Ao longo dos tempos, o Homem sempre revelou dificuldade em compreender a doença mental, mas com a evolução científica e a maior oferta de serviços de tratamento da doença mental, atualmente a pessoa em risco de doença ou com doença mental ou que sente algum mal-estar ou sofrimento emocional procura muito mais facilmente ajuda, apoio e tratamento.

O modelo estritamente biomédico considera que a doença mental é equiparável a outras doenças, com um substrato físico, associado a alterações cerebrais, nomeadamente, de neurotransmissores, recetores neuronais que provocam sintomas e são tratados com medicação.

Claro que isto é uma realidade, mas não se pode reduzir a doença e o sofrimento mental da pessoa apenas ao biológico. A dimensão da doença mental está muito para além do substrato biológico que está presente em todas as emoções e comportamentos, quer sejam patológicos ou não. A doença mental é muito mais complexa e, por isso, coloca dificuldades ao técnico e a quem dela sofre. Esta complexidade, apesar de ser difícil de compreender, não pode ser desvalorizada ou negada e, por isso, desviada para aspetos interpessoais, sociais, morais e culturais.

O termo doença mental tem, ao longo dos tempos, acentuado e contribuído também para a dualidade mental/físico, o que não é realidade. Nem as doenças físicas são só físicas, nem as mentais são só mentais. Ambas se manifestam numa pessoa que é simultaneamente corpo e mente.

As doenças mentais não são problemas da vida, são um problema na vida do doente.

As pessoas não adoecem porque querem ou escolheram ser doentes. Também não melhoram apenas com a vontade e desejo pessoal. A pessoa com doença mental necessita de tratamento como qualquer outra pessoa que sofra de diabetes, cancro ou hipertensão arterial.

A doença mental deve ser encarada como algo que funciona mal no nosso cérebro e que provoca a doença, tal como noutras doenças orgânicas ou como resposta a circunstâncias anormais e, neste caso, constitui uma disfunção psicológica.

Em qualquer dos casos, em que uma ou mais variáveis (disfunção cerebral ou circunstâncias

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