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Evolução Da Logistica

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Por:   •  18/10/2014  •  4.074 Palavras (17 Páginas)  •  273 Visualizações

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Ano de Publicação: 2005

A Evolução da Logística Até Hoje

Se olharmos como vem evoluindo a geração do valor econômico ao longo da história do homem, veremos que se inicia na extração vegetal e mineral, passa pela produção de bens e pelo fornecimento de serviços e chega à encenação de experiências, nos filmes, jogos e espetáculos em geral. Nesta trajetória, as posições competitivas passam a ser galgadas cada vez mais pela diferenciação do produto e pela integração das cadeias produtivas.

No ano passado, a indústria de entretenimento mundial igualou-se em movimentação de dinheiro e geração de empregos à indústria automobilística. Para nós, é extremamente simbólico, pois é a automobilística a indústria-mãe da Logística atual, a criadora do conceito de supply chain management (SCM) e a responsável pelos seus principais desenvolvimentos.

Isto vem ocorrendo nos últimos quarenta anos. Saímos de uma posição, na década de 60, onde o grande desafio era a produção dos bens, nos deparamos depois com as questões do preço e da qualidade, passamos pela fase dos serviços e da valorização das marcas, momentos onde a logística começou a se destacar, para chegarmos hoje na situação onde os diferenciais estão no valor agregado durante o processo, na força dos relacionamentos entre os parceiros da cadeia produtiva e na responsabilidade sócioambiental em relação ao meio, questões típicas para o SCM. Mas para onde vamos? O que vem depois do fast food, do caixa automático, do delivery e do email?

Hoje se fala em redes cooperativas, competitividade entre cadeias produtivas e 70% das empresas européias e americanas têm no seu primeiro escalão pelo menos um profissional envolvido com Logística e SCM. Um emblemático indicador destas mudanças é a alteração do nome da principal associação internacional da categoria, antes CLM – Council of Logistics Management, para CSCMP – Council of Supply Chain ManagementProfissionals. (www.cscmp.org)

Então, o SCM é uma evolução da Logística? É difícil fazer esta afirmativa, pois estas definições não são consenso no mundo. Para alguns, Logística é maior que SCM, pois trata da distribuição e não só desuprimentos, para outros é o inverso, com a visão do SCM mais abrangente. Não importa muito, isso passa logo. Este é um sintoma típico de áreas de conhecimento ainda pouco consolidadas.

Para mim, são termos que tratam do mesmo objeto sob enfoques diferentes. A Logística voltada para questões mais táticas e o SCM, para as questões estratégicas das cadeias produtivas.

Esta afirmação baseia-se no fato das definições de Logística passarem sempre por questões relacionadas aplanejamento e operação de sistemas físicos, de informação e gerenciais necessários para que insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica. Já as definições de SCM voltam-se para aspectos de integração da cadeia produtiva e relacionamento entre os atores da mesma, inclusive buscando avaliações globais (www.supply-chain.org).

O importante é entender que existe um conjunto de atividades de suprimento de insumos, de distribuição de produtos acabados e de alguns fluxos reversos relacionados aos processos produtivos em geral que vem sendo tratado de forma cada vez mais ampla pelo que se está chamando de Logística e SCM. Estes processos utilizam estratégias baseadas preferencialmente em transporte, estoque e informação. A lógica é do foco no serviço ao cliente com base no projeto e escolha de canais de suprimentos e de distribuição adequados e na estratégia de rede utilizando recursos de transporte, estoque e informação e apoiado pelas diferentes funções das organizações.

Mesmo estas estratégias vêm se alterando no tempo.

Nos anos 60 e 70, a grande questão foi a administração das funções transporte e estoque e as palavras de ordem eram produtividade e informática. Já nos anos 80, vem o desafio da integração interna e com ela aterceirização, a comunicação e a tecnologia de informação, surgindo o MRP, DRP, JIT, Customer Service e as palavras de ordem passaram a ser tempo e qualidade.

Finalmente nos anos 90, começam as primeiras tentativas de coordenação externa dos parceiros e com ela areestruturação organizacional, os custos baseados em atividades, o gerenciamento de riscos, a busca daalavancagem de recursos e a globalização das operações.

E hoje? O cenário atual da Logística, tanto no Brasil como no mundo, passa por grande proliferação de produtos, a maior parte globalizados, por reduções nos ciclos de vida, por maiores exigências de serviços (JIT, ECR, QR) e por variada segmentação de clientes, canais e mercados.

Tudo isso cria uma grande complexidade operacional só contornada graças aos avanços da tecnologia da informação tendo como contrapartida maiores custos de operação e maiores investimentos. O paradoxo é que os produtos caminham cada vez mais para ter perfis de comodities com margens de lucros mínimas e os custos crescem.

O resultado final é o aumento da importância estratégica das atividades logísticas e de SCM.

A Nossa Realidade Atual

E a Logística brasileira vem se adequando a isso? Acredito que sim. Em termos de infra-estrutura, estão surgindo os chamados “hub ports” brasileiros e estão sendo ampliados alguns portos e aeroportos. O crescimento dacabotagem junto com a privatização do sistema rodo-ferro-portuário vem alterando positivamente nossa matriz de transportes, e a expansão das Estações Aduaneiras no interior (Portos Secos) junto com a maior capacitação dosoperadores logísticos com operações em padrão internacional aumentam nossa disponibilidade dearmazenagem e melhoram os serviços.

No Brasil, ainda um terço do PIB é originário de comodities agrícolas, mas existem regiões como Campinas, por exemplo, altamente industrializadas, com PIBs maiores que de vários países da América Latina (no caso de Campinas, igual ao do Chile). Estas regiões são fortemente baseadas em serviços e em manufatura, nesta ordem de importância.

Fala-se muito no Custo-Brasil e sugere-se que, pelo fato da Logística representar 11% do PIB americano e 13% do PIB brasileiro, temos custos maiores, comparativamente. Estas informações devem ser tratadas com reservas, pois o perfil de nosso PIB é muito diferente do americano e, no caso das comodities, a participação do custo logísticoé sempre bem maior. O fato de nossa economia estar calcada no agronegócio fará, por um bom tempo, a Logística

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