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Filosofia

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Por:   •  11/4/2014  •  3.461 Palavras (14 Páginas)  •  844 Visualizações

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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

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1. A PALAVRA FILOSOFIA[1]

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.

Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Segundo Pitágoras, a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.

 

2. A FILOSOFIA É GREGA

A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento, é um fato tipicamente grego. Através da Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte.

Evidentemente, isso não quer dizer, de modo algum, que outros povos, tão antigos quanto os gregos, como os chineses, os hindus, os japoneses, os árabes, os persas, os hebreus, os africanos ou os índios da América não possuam sabedoria, pois possuíam e possuem. Também não quer dizer que esses povos não tivessem desenvolvido o pensamento e as formas de conhecimento da Natureza e dos seres humanos, pois desenvolveram e desenvolvem.

A Filosofia surge, portanto, quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos e as coisas da natureza, os acontecimentos e as ações humanas podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.

 

3. O SIMBOLISMO DA SABEDORIA[2]

Em muitas línguas, a coruja é a ave que simboliza a sabedoria. Isso se deve ao fato de que, na tradição grega, a coruja foi vista como a ave de Athena (Minerva, para os romanos), ou seja, como símbolo da racionalidade e da sabedoria, como a representação da atitude desperta, que procura, que age sob o fluxo lunar, e que não dorme quando se trata da busca do conhecimento.

Associada à capacidade de enxergar mesmo nas trevas, seus grandes olhos voltados para a compreensão, para a observação, são suficientemente significativos para traduzirem a ideia de que a busca da sabedoria pressupõe um olhar atento para a compreensão do mundo (CHEVALIER, 2005 apud BITTAR & ALMEIDA, 2008, p. 1,2).

Em sua obra: “Curso de Filosofia do Direito”, Bittar & Almeida (2008) chama a nossa atenção para o fato de que “uma longa experiência que seja não refletida, mas mecanicamente vivida, não é sinônimo de sabedoria adquirida. A sabedoria realmente evoca experiência e capacidade de absorção reflexiva da experiência mundana, esta predisposição de voltar-se para o processo de convívio com o espanto diante do mundo”.

Os especialistas referem-se a construções de mosteiros e de fortalezas no período medieval como uma outra metáfora para explicar a questão da sabedoria. Os mosteiros construídos em regiões mais altas, as fortalezas num alto penhasco. Em ambos os casos, observam-se consideráveis distâncias da vida urbana, de onde se pode ter ampla visão do todo. Os mosteiros, lugares de reclusão, de ligação com o divino, propiciam aos monges a condição de serem mediadores entre o mundo humano e o divino. A capacidade de os monges orientarem resulta da sua condição de ver muito além do que os homens conseguem ver. Já das fortalezas no exercício de seu papel defensivo contra os inimigos de uma sociedade vulnerável a toda sorte de ataques e embates, os sentinelas podem ter ampla visão de tudo para propor o aviso estratégico ou de propor o ataque sobre o perigo iminente do invasor.

Para os autores, a visão de um filósofo não é a de um especialista, mas a de um conhecedor das diversas perspectivas em que se inscreve a vivência mundana e suas questões, em geral, seus grandes dilemas. Sua visão não é a visão local, a do cientista, mas a visão geral, abrangente. O filósofo observa diversos aspectos de questões abrangentes, suas observações se dão de modo integral e holístico. Suas questões são enigmáticas para a condição humana. O filósofo lida com questões aporéticas [dúbias, paradoxais], (Que é ser? Qual é a natureza humana? Qual o sentido da vida? Qual a melhor forma de governo? Como se pode definir justiça?). Assim, busca um lugar privilegiado para observação. Distancia-se para compreender, ora para contemplar tal qual o monge, ora para ter a certeza da mais clara estratégia defensiva, como o guerreiro (BITTAR & ALMEIDA, 2008).

Nas palavras dos autores, “ao usar o pensamento como força de compreensão, acaba por agir sobre o mundo, e isto porque, ao utilizar o ferramental da razão, se posta como sentinela e defensor da garantia de que a razão será conservada na vida social como um distintivo fundamental da condição humana. (...) A filosofia exerce uma verdadeira vigília dirigida a si mesma e ao mundo circundante, dedicada a cumprir uma tarefa de fundamental importância para a existência humana” (BITTAR & ALMEIDA 2008, p.4).

 

4. PARA QUE FILOSOFIA?[3]

4.1 A ATITUDE FILOSÓFICA

Ao tomar distância da vida cotidiana e de si mesmo, indagando sobre as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência, o homem estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer o porquê de suas crenças e sentimentos. Essa atitude recebe o nome de atitude filosófica.

ATITUDE FILOSÓFICA = APRECIAÇÃO DISTANCIADA DO OBJETO DE REFLEXÃO.

 

4.2 A ATITUDE CRÍTICA

A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido.

A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação

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