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Filosofia-3ºano

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Por:   •  18/7/2014  •  9.702 Palavras (39 Páginas)  •  2.000 Visualizações

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A fenomenologia de Husserl

E um método e uma filosofia que surgiram com o alemão Edmund Husserl(1859 – 1938).Suas principais obras são Investigações lógicas, A filosofia como ciência rigorosa, Ideias para uma fenomenologia pura e uma filosofia fenomenológica e Meditações cartesianas, entre outras. Influenciou filósofos importantes que seguiram percursos autônomos, entre os quais Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty e Jean-Paul Sartre.

Husserl entende por fenomenologia o processo pelo qual examina o fluxo da consciência, ao mesmo tempo que é capaz de representar um objeto fora si. Podemos compreender esse processo se examinarmos o conceito de fenômeno, que em grego significa “o que aparece”. Nesse sentido, a fenomenologia aborda os objetos do conhecimento como aparecem, como se apresentam à consciência.

A fenomenologia critica a filosofia tradicional por esta desenvolver uma metafísica vazia e abstrata, voltada para a explicação. Ao contrário, a fenomenologia tem o próprio ser humano como ponto de partida de reflexão. A buscar o que é dado na experiência, descreve “o que se passa” efetivamente do ponto de vista daquele que vive determinada situação concreta.

FENÔMENO = em grego significa “o que aparece”. No sentido comum, é algo que se mostra, revela ou manifesta na experiência. O conceito adquire sentidos diferentes conforme a tendência filosófica.

A INTENCIONALIDADE

O postulado básico da fenomenologia é a noção de intencionalidade (“dirigir-se para”, “visar a alguma coisa”). toda consciência é intencional por sempre tender para algo, por visar a algo fora de si. Contrariando o que afirmam os racionalistas (como Descartes), não há pura consciência separada do mundo. Contra os empiristas (como Locke), a fenomenologia afirma que não há objeto em si, já que o objeto é sempre para um sujeito que lhe dá significado.

A fenomenologia visa à “humanização” da ciência, a partir de uma nova relação entre sujeito e objeto, ser humano e mundo, considerados pólos inseparáveis. Como a consciência é doadora de sentido, fonte de significado, o processo de conhecer nunca termina, antes é uma exploração exaustiva do mundo. Vale lembrar que a “consciência do mundo” não se reduz ao conhecimento intelectual, pois a consciência também é fonte de intencionalidades afetivas e práticas. O nosso olhar é o ato pelo qual temos a experiência vivida da realidade, percebendo, imaginando, julgando, amando, temendo etc.

Heidegger: ser e tempo

Martin Heidegger (1889-1976) filósofo alemão sofreu a influência da fenomenologia de Husserl, mas desenvolveu pensamento próprio. Escreveu Ser e tempo, Sobre a essência da verdade e Introdução à metafísica.

Na obra Ser e tempo, segue o método fenomenológico para discutir e elaborar uma teoria do ser. Heidegger partiu da análise do ser, que ele denomina Dasein, quando se trata do ser humano. Essa expressão alemã significa o “ser-ai”, isto é, o ser-no-mundo, porque o ser humano não constitui uma consciência separada do mundo. Ser e “estourar”, “eclodir” no mundo.

Facticidade e transcendência

O Dasein, como "ser-ai", é um ser "lançado" no mundo, mas o ser humano não se reduz a uma "coisa". Por isso distinguem - se na existência humana dois aspecto inseparáveis:

A facticidade e conjunto das determinações humanas: encontramos-nos no mundo possuindo um corpo com determinadas características psicológicas, pertencemos a uma família, a um grupo social, estamos situados em um tempo e espaço que não conhecemos. Vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos submetidos em um primeiro instante.

A transcendência é a ação pela o ser humano executa o movimento de ir além dessas determinações. Não para negá-las, mas para lhes dar sentido e orientar suas ações nas mais diversas direções. A transcendência é a dimensão da liberdade humana.

A temporalidade

Apenas o Dasein é um ser no tempo. De fato, o “ser-ai” é um ser como possibilidade, como projeto, o que o introduz na temporalidade. Isso não significa apenas ter um passado e um futuro em que os momentos se sucedem passivamente uns aos outros, mas sim que a existência é este ato de se projetar no futuro, ao mesmo tempo que transcende o passado, o que não é feito sem dificuldade. Mergulhado na facticidade, o ser humano tende a recusar seu próprio ser, cujo sentido se anuncia, mas que ainda se acha oculto.

A angústia decorre da tensão entre o que o individuo é e aquilo que poderá vir a ser, como dono do seu próprio destino. Portanto, a angústia retira o individuo do cotidiano e o reconduz ao encontro de si mesmo.

A autenticidade da vida

A autenticidade ou a inautenticidade da vida decorre do sentido que o ser humano imprimir a ação. A pessoa inautêntica é a que se degrada vivendo de acordo com verdades e normas dadas . a despersonalização a faz mergulhar no anonimato, que anula qualquer originalidade. É o que Heidegger chama de mundo do “se”, ao designar a impessoalidade da ação: come-se, bebe-se,vive-se, como todos comem,bebem,vivem. Ao contrario, a pessoa autêntica é aquela que se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro. A existência é o lançar-se contínuo às possibilidades sempre renovadas.

Entre as possibilidades, vislumbra-se uma delas, privilegiada e inexorável: a morte.

O “ser-ai” é um “ser-para-a-morte”. É a consciência da própria morte que possibilita o olhar critico sobre a existência. Ao contrario, e característica da inautenticidade aborda a morte como “morte na terceira pessoa”, ou seja, a morte dos outros, evitando tematizar a própria finitude e, portanto, sem questionar a própria existência.

MARLEU-PONTY: A FILOSOFIA DO CORPO

Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), filósofo francês, foi responsável por introduzir a fenomenologia de Edmund Husserl na França, dando-lhe contornos originais. Deve-se a ele a primeira reflexão mais densa sobre o corpo vivido, em oposição à clássica divisão entre sujeito e objeto. Foi por meio da filosofia do corpo que estendeu as discussões para temas como conhecimento, liberdade, linguagem, política, estética, intersubjetividade. Escreveu Humanismo e terror, A estrutura do comportamento,

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