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Focalizando Novo Negócio

Por:   •  4/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.424 Palavras (10 Páginas)  •  426 Visualizações

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Psicologia: 6º Período Disciplina: TTP Ano/Semestre: 2018/2

Professor: Cristiano de Almeida Fernandes

Acadêmica: Bruna Ferreira

FICHAMENTO

Dados Bibliográficos:

BANACO, A. R.; ZAMIGNANI, R. D.; MARIONE, C. R.; VERMES, S. J.; KOVAC, R. Psicopatologia. In: HÜBNER, M. M. C.; MOREIRA, M. B. Temas clássicos da psicologia sob a ótica da Análise do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. cap.11, p.154-166.

CAPÍTULO XI- PSICOPATOLOGIA

Página

Apontamentos

Anotações

154

Cientificamente, a psicopatologia foi primeiramente abordada pela Medicina, que tem um modelo bastante peculiar para estudar os eventos que “saem de um curso normal”: conforme já visto no capítulo sobre personalidade, esse modelo procura fazer uma descrição detalhada do fenômeno em foco (denominada pelos médicos “feno- menologia”), tenta atribuir uma causa para o fenômeno (chamada de “etiologia” ou origem do desvio da normalidade) e faz um esforço para descrever o curso do desenvolvimento do desvio (ou da “doença”). Esse modelo foi utilizado também para descrever o desenvolvimento das personalidades, especialmente quando as personalidades apresentavam manifestações “fora do normal”, ou seja, que chamavam a atenção por causarem problemas para quem os apresentava ou para os outros. Daí a origem do termo psicopatologia, ou seja, o estudo das doenças da mente. (pág.154, parágrafo 3º)

Divergências entre o modelo médico sobre a abordagem de comportamentos e da análise de comportamento.

  • Medicina= procurava a etiologia da doença;
  • Análise do Comortamento=  explicava a probabilidade/ frequência/ intensidade  do comportamento.

155

Assim, a Análise do Comportamento considera que a “psicopatologia” seja apenas um problema de excesso ou déficit comportamental. […]. (pág.155, parágrafo 2º)

Os comportamentos ditos como psicopatológicos são os que ocorrem em uma frequência ou intensidade que causam desconforto ou que ocorrem em contextos inapropriados.

155

Ainda há muito o que ser explicado

155

Foi apontado que a Psiquiatria e a Medicina procuraram em estruturas físicas e mentais as explicações para os desvios de personalidade e de conduta, e que era pretensão da Análise do Comportamento explicar o aparecimento de qualquer comportamento, normal ou patológico, de uma única maneira ou, em outras palavras, encontrar um conjunto de leis que explicasse todas as instâncias do comportamento. (pág.155, parágrafo 6º)

Novas divergências do modelo medico com a Analise do Comportamento em relação a comportamentos dittos como normais ou não.

156

DEFINIÇÃO ESPECIAL DE PSICOPATOLOGIA: COMO FUGIR DO ESTUDO DA ANORMALIDADE

156

Há quatro critérios para que se classifique um evento (especialmente um evento comportamental) como normal ou anormal. (pág.156, parágrafo 2º)

156

Um deles é o critério da estatística. Normal é tudo o que a maior parte das pessoas faz, e anormal é o que só se observa em apenas uma pequena parcela da população. […]. (pág.156, parágrafo 3º)

Este critério não condiz sobre a Análise do Comportamento, já que esta explica as diferenças individuais pela própria história de interações (ambiente x individuo).

156

Outro critério utilizado na literatura é de que o comportamento anormal não obedece a leis, é caótico, não é passível de ordenação […]. (pág.156, parágrafo 4º)

A Análise do Comportamento irá procurar leis gerais que expliquem os comportamentos apresentados.

156

Um terceiro critério é o da reversibilidade, que se relaciona também com o incômodo ao qual nos referimos quando da leitura de manuais de Psiquiatria […]. (pág.156, parágrafo 5º)

Alguns eventos podem surgir em um átimo na vida de um individuo e durar um curto intervalo.

156

Por fim, há o critério do sofrimento. Uma das definições encontradas na literatura para a psicopatologia ou para problemas graves de comportamento é: “... [um comportamento que] resulta em autolesão, lesão de outros, prejuízo significativo em propriedades, e aprendizagem danosa que cria obstáculo para viver em comunidade” (Pagel, Whitling, 1978, apudSprague, Horner, 1999) […]. (pág.156, parágrafo 6º)

Alguns processos comportamentais envolvem controle aversivo do comportamento e podem produzir comportamentos patológicos.

156

O PAPEL DO CONTROLE AVERSIVO NA DETERMINAÇÃO DE COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS

156

[…] Quando se tem um comportamento para ser punido, significa que esse comportamento tenha sido ou ainda esteja sendo reforçado.” (pág.156, parágrafo 8º)

157

[…] Assim, assumem-se contingências conflitantes que competem na determinação da probabilidade de que um comportamento ocorra: as reforçadoras aumentariam a probabilidade e as punitivas diminuiriam essa probabilidade […]. (pág.157, parágrafo 2º)

Consequentemente, a maior parte dos comportamentos punidos deixam de acontecer, como ocorre quando as contingências reforçadoras de baixa magnitude e as punitivas de alta intensidade no controle do comportamento, ou quando há alternativas de respostas sem punição para a obtenção dos reforçadores.

157

FONTES DO COMPORTAMENTO PSICOPATOLÓGICO

157

O comportamento reflexo patológico

157

Os organismos, humanos ou não, herdaram certa sensibilidade a aspectos do mundo na história evolutiva da espécie. Esses aspectos do mundo são importantes para a sobrevivência e produzem reações nos organismos quando estão presentes. São chamados tecnicamente de estímulos. Encontram-se dentre esses estímulos para humanos, por exemplo, sal, luz do sol, alimentos doces, contato físico etc. (Skinner, 1974) […]. (pág.157, parágrafo 5º)

Os estímulos incondicionados não precisam de nenhuma (in) condição especial para que exerer controle sobre os seres humanos.

157

Com efeito, Sturmey, Ward-Horner, Marroquin e Doran (2007) afirmaram que tanto a evolução biológica quanto a cultural são importantes na determinação do comportamento, seja ele considerado normal ou psicopatológico. No entanto, afirmam esses autores, infelizmente essas variáveis não são facilmente identificáveis e suas relações com a psicopatologia não podem ser acessadas diretamente […].(pág.157, parágrafo 8º)

Segundo os autores,  a aprendizagem reflexa apresenta aspectos do ambiente que não mudam de geração a geração.

158

Seria necessário, então, acrescentar à nossa análise uma sensibilidade a estímulos adquiridos na história pessoal e social dos indivíduos, como, por exemplo, uma série de drogas: tabaco, álcool, derivados de ópio etc. O reconhecimento de sensibilidades diferentes neste nível pode auxiliar no entendimento e enfrentamento dos problemas, bem como iniciar uma explicação dos motivos de alguns indivíduos (mesmo da mesma família) apresentarem reações mais agressivas que outros, ou suportarem dores que causam estranhamento, ou mesmo apresentarem uma adicção a determinadas drogas e outros não.

(pág.158, parágrafo 1º)

As relações de cada indivíduo com a sensibilidade ao pareamento entre estímulos, sua adaptação às condições ambientais , que podem ainda ser passíveis de manipulação experimental.

158

Interações entre processos respondentes e operantes

158

Esses elementos podem se combinar de uma maneira bastante similar e cruel em uma história humana. Imaginemos a história de um casal que tenha como elemento inicial que um agrade ao outro. Os dois trabalharão para a manutenção da relação com bastante afinco, e um e outro podem liberar afeto em todas as ocasiões de encontro. No entanto, a vida não suporta uma relação de paixão e, algumas vezes, um dos parceiros, por exemplo, o homem, não responde mais com tanta frequência às buscas de afeto pela mulher, mas, ao fim de alguma insistência dela, acaba dando-lhe afeto e aceita sua aproximação.

(pág.158, parágrafo 10º)

No exemplo citado, a busca pelo afeto por parte da mulher se intensifica, e a agressividade por parte do homem pode aumentar: a mulher produz uma briga na qual ela seja agredida e em seguida obtém o afeto pretendido.

159

PSICOPATOLOGIA A PARTIR DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

159

Toda uma área de estudos experimentais debruçou-se sobre o que se denominou “Modelos experimentais de problemas psicopatológicos”, e desenvolveu-se o conhecimento de contingências extremadas que podem produzir um comportamento classificável como psicopatológico.

(pág.159, parágrafo 3º)

Os modelos experimentais de psicopatologia são de cunho fisio/farmacológico ou de modelos comportamentais considerados problemas.

159

Alguns desses estudos observaram explicações para problemas apresentados em quadros de fobias e ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático, problemas psicossomáticos (asma, alergias), náuseas causadas por quimioterapia (Sturmey, Ward-Horner, Marroquin, Doran, 2007) e esquizofrenia. (pág.159, parágrafo 4º)

O autor sugere que tais estudos basearam-se na capacidade de estímulos condicionados adquirirem a mesma função que os estímulos incondicionados teriam sobre os organismos.

159

O comportamento operante patológico

160

[…] Ao estudar uma relação diversa, agora de como ações do organismo produziam estímulos (ou produziam mudanças no ambiente), Skinner batizou-as de “operantes”, já que eram essas ações que operavam, “determinavam” as modificações observadas. O mais importante, sobretudo, é que Skinner observou, estudou experimentalmente e descreveu magistralmente que mais do que operar sobre o mundo essas ações sofriam também mudanças (fortalecimento ou enfraquecimento) a partir das mudanças que produziam no mundo […] (pág.160, parágrafo 1º)

Skinner chamou de reforçamento positivo, quando acrescentava, pois produzia um estímulo no ambiente.

160

Skinner e outros autores observaram também que o fortalecimento de uma ação poderia se dar pela exclusão de um estímulo: quando um indivíduo corre para um abrigo ao sentir que cai uma chuva fria. Correr, nessa situação, acaba sendo fortalecido pela remoção do estímulo aversivo “chuva fria” […]. (pág.160, parágrafo 2º)

Esse processo Skinner chamou de reforçamento negativo, porque subtrai um estímulo do ambiente do indivíduo.

160

Forsyth (1999) sugeriu que os transtornos de ansiedade fossem abordados ao longo de pelo menos três dimensões funcionais […]. (pág.160, parágrafo 7º)

Os estímulos causadores de ansiedade podem ser gerais ou específicos, sendo de origem  como interna (corporal) ou externa (ambiental), e a natureza

das respostas podem ser tanto abrupta e imediata como crônica e contínua.

161

Aspectos verbais e culturais dos comportamentos psicopatológicos

161

A intervenção sobre respostas verbais

161

[…] Estudos relatados na literatura utilizaram-se de procedimentos de extinção e reforçamento aplicados não apenas a respostas motoras, mas também a verbalizações: por meio de aplicação ou retirada de atenção por parte dos cuidadores, esses estudos diminuíram o número de falas delirantes e aumentaram o número de verbalizações com sentido em pacientes psicóticos (p. ex., Ayllon e Michael, 1959; Ayllon e Haughton, 1964) […].(pág.161, parágrafo 2º)

Discursos dos pacientes internados podiam ser parcialmente controlados pelas perguntas do entrevistador.

162

“Uma série de queixas clínicas presentes em casos graves e que, portanto, são alvo de intervenção (... pode ser composta de comportamentos análogos a mandos. E possível pensar diversos exemplos de comportamentos dessa natureza (tais como ameaças à integridade física do outro ou de si mesmo, comportamentos ditos histriónicos, déficits comportamentais que resultam em graves restrições ce contato com o mundo físico e/ou social, dentre outros) que são mantidos pela mediação de reforçadores específicos, mas apenas por alguns indivíduos, não constituindo uma prática da cultura.” […].(pág.162, parágrafo 4º)

Os comportamentos em casos de patologias causam sofrimento ao  indivíduo e àqueles que com ele convivem, sendo a  história dos mesmos tida como agente reforçador específico.

162

Um último aspecto que merece ser abordado corzi relação ao comportamento verbal refere-se aos estudes, recentes sobre teorias de equivalência de estímulos e des quadros relacionais […]. (pág.162, parágrafo 6º)

162

Uma vez que relações de equivalência tenham sido estabelecidas entre eventos verbais e não verbais, situações palavras e pensamentos constituem membros de umâ classe funcional. Tal situação possibilita que as situações; remetam ao estado psicológico tanto quanto as explicações, relativas aos estados psicológicos remetam às situações Pérez-Alvarez (1996) afirma que “uma situação depressora justificaria estar deprimido […].(pág.162, parágrafo 7º)

O comportamento relacionado com o sofrimento clínico envolve, necessariamente, relações verbais.

163

A análise da cultura e a psicopatologia

163

Skinner, já em 1987, fez uma aterradora análise sobre a cultura ocidental e os efeitos que as mudanças culturais e o desenvolvimento econômico e tecnológico estavam produzindo sobre os indivíduos […].(pág.163, parágrafo 5º)

O autor classifica a alienação como fruto do trabalho dos trabalhadores, pois muitas atividades contemplativas ou que exigem pouquíssima ação.

163

Desse modo, segundo Skinner, o homem ocidental torna-se deprimido, ocioso, irritado, por não entrar em contato com contingências que operam sobre seus comportamentos. Pode ter tudo, sem fazer nada, ou fazer muito pouco, e ter muitos estímulos prazerosos à sua disposição (quadros, filmes, músicas etc.), mas tudo o que faz é ver, ouvir e assistir. Ou seja, a vida moderna evita um tipo de controle aversivo, mas impede que o efeito do reforço mantenha o bem-estar dos indivíduos. Na mesma linha, Sidman analisou as implicações do excessivo controle aversivo que impera nas sociedades contemporâneas e interpretou vários problemas psicopatológicos como comportamentos evitativos e de fuga (Sidman, 1989). […].(pág.162, parágrafo 12º)

O desenvolvimento cultural levou à noção de “livre-arbítrio” e a consequente imputação de méritos, responsabilidades e culpas dos (bons e maus) comportamentos aos próprios indivíduos.

164

Fuentes Ortega e Quiroga (2005) apresentam uma análise muito semelhante da cultura atual ao conceituar o que eles denominam “conflito pessoalmente irresoluto de normas” […] Com o agrupamento de indivíduos, desprendidos de seus círculos culturais iniciais e de suas normas de funcionamento, dá-se uma nova totalidade social, repleta de enfrentamentos, pois cada uma das partes sociais defenderia seus próprios interesses (privados ou coletivos) em ações que não contribuiriam para a estabilidade do grupo. As normas sociais, então, perdem a capacidade de guiar coletivamente a relação recíproca de resolução ou igualação entre as pessoas.

[…].(pág.164, parágrafo 2º)

O aumento do número de variáveis envolvidas nos conflitos entre normas e possíveis soluções, gera uma proliferação de pseudorresoluções ou quase resoluções substitutivas das normas.

164

Tais trajetórias parecem apresentar-se como individualizadas quando, na realidade, seriam apenas trajetórias mais particularizadas dentro da rede de determinações sociais, trajetórias estas menos simétricas e, portanto, com menor valor coletivo. […].(pág.164, parágrafo 3º)

Conforme os autores o “conflito pessoalmente irresoluto de normas” constitui o campo de relações sociais que dariam origem aos problemas psicológicos e à própria psicologia enquanto instituição social.

164

O COMPORTAMENTO VERBAL DO CIENTISTA DETERMINANDO O COMPORTAMENTO PSICOPATOLÓGICO

164

Em o Mito da Liberdade, Skinner (1971/1977) afirma: […].(pág.164, parágrafo 4º)

164

“(...) uma pessoa não se expõe apenas às contingências que constituem uma cultura; ajuda a mantê-las e, na proporção em que elas o induzem a fazê-lo, a cultura apresenta uma autoperpetuação. (...) O que um determinado grupo de pessoas classifica como bom é um fato: é o que os membros do grupo consideram reforçador, como resultado de sua herança genética e das contingências naturais e sociais a que estiveram expostos. Cada cultura tem seu próprio conjunto de coisas boas, e o que se considera bom em uma cultura pode não sê-lo em outra” (p. 104) […].(pág.164, parágrafo 5º)

A citação, mostra um aspecto cultural sobre a determinação verbal do cientista para definir o que é patológico.

165

Em 1946, apareceu a primeira versão do DSM: um compêndio exclusivamente voltado para as doenças mentais, variante do capítulo encontrado no CID 6 (APA, 2002), com a indicação de um pouco mais de 100 transtornos mentais. A versão mais moderna publicada até o momento (DSM, IV versão revisada) indica quase 400 transtornos da psicopatologia (van Pragg, 1997, apud Pérez-Alvaréz, 2003). […].(pág.165, parágrafo 1º)

O DSM atualmente encontra-se em sua 5ª versão e segue classificando as doenças mentais de acordo com as indicações psicopatológicas.

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