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GLOBALIZAÇÃO corporativa neoliberal

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Por:   •  13/5/2014  •  Trabalho acadêmico  •  7.541 Palavras (31 Páginas)  •  247 Visualizações

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RESUMO

Este artigo apresenta, inicialmente, definições propostas para o termo Globalização Corporativa Neoliberal ou globalização neoliberal. Em seguida discute os principais problemas e impactos da globalização neoliberal identificados pelos movimentos sociais e intelectuais que propõem alternativas ao modelo neoliberal global, conhecido como movimento antiglobalização, "globalização por debaixo" ou das bases ("grassroots" globalization). Esses movimentos sociais se organizam, com freqüência, como redes de movimentos sociais articulados globalmente. A abordagem acerca do surgimento dessas redes é feita a partir de uma breve revisão das proposicões feitas por estudiosos das estruturas e dinâmicas de redes sociais. O artigo é concluído com sugestões de elementos para um programa alternativo ao neoliberalismo global.

Palavras-chave: Globalização, Neoliberalismo, Movimentos sociais

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Introdução

Este artigo começa definindo o que chamamos de globalização corporativa neoliberal. Este termo é uma tradução literal da expressão em inglês corporate neoliberal globalization, freqüentemente usada - de forma completa ou parcial na literatura internacional e por movimentos sociais de oposição ao capitalismo do fim do século 20 e início do 21 - como globalização neoliberal ou globalização corporativa. Mais do que apenas definições semânticas, trataremos também de alinhavar como surge e se desenvolve o uso da palavra globalização e os diferentes sentidos que diversos autores progressistas lhe têm atribuído.

A seguir discutiremos os principais problemas e impactos da globalização neoliberal identificados pelos movimentos sociais e intelectuais que propõem alternativas ao modelo neoliberal global, conhecido como movimento antiglobalização, "globalização por debaixo" ou das bases ("grassroots" globalization), ou globalização dos movimentos sociais. Esse movimento social global contra o neoliberalismo tem se organizado com características multifacéticas, flexíveis, inovadoras e em constante movimento, sugerindo que a transformação econômica, política, cultural, e social, gerada pelo capitalismo neoliberal em nível mundial, já encontra a sua contraparte num novo caudal mundial de movimentos populares. Apesar de recentes, não é exagero considerar que muitas das táticas e plataformas de luta desses movimentos, freqüentemente vinculadas ao uso da Internet como forma de articulação de redes horizontais entre grupos e organizações não-governamentais (ONGs), se desenvolvem rapidamente e começam a formar o arcabouço de um novo mundo possível, como sugere o lema do Fórum Social Mundial.

A chamada batalha de Seattle, que ocorreu nos Estados Unidos em 1999 durante o encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC), tem sido considerada por diversos autores americanos e europeus um marco relevante para uma nova fase, enquanto o Fórum Social Mundial, realizado por três anos em Porto Alegre, seria o início da longa marcha para a criação e consolidação de alternativas democráticas e populares ao neoliberalismo.

O que é a Globalização Corporativa Neoliberal (Corporate Neoliberal Globalization)?

De acordo com o dicionário do Aurélio, a palavra globalização é derivada de globalizar + ção, proveniente do inglês globalization, com os seguintes significados:

1. Ato ou efeito de globalizar; 2. Processo típico da segunda metade do século 20 que conduz à crescente integração das economias e das sociedades dos vários países, especialmente no que toca à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e à difusão de informações. As novas tecnologias de comunicação e de processamento de dados contribuíram enormemente para a "globalização" (Novo Aurélio, 2003).

Apesar de o uso da palavra globalização ter sido intensificado nos anos 90, sua origem remonta aos anos 60 do século passado. O termo quota globalizada apareceu em 1959 na revista inglesa The Economist e se referia a quotas para carros importados para a Itália. A palavra globalization já aparece no dicionário americano Merriam Webster's New International Dictionary em 1961. Muitas outras fontes também a usaram durante os anos 60, tornando-a comum por volta de 1965 (WordOrigins.org, 2003).

Segundo Chomsky (2003) o termo globalization …is not well-defined enough to be a synonym for anything (nor is "capitalism" at all well-defined: Smith and Ricardo, for example, would turn over in their graves to see how the term is used now). Used neutrally, "globalization" just means international integration - specifically economic. In its propaganda usage, it refers to a specific form of such integration, roughly the "Washington consensus" ideology. Portanto, para Chomsky, o termo globalização não é bem definido o suficiente para ter sinônimo e pode ter uso neutro, como integração econômica internacional, ou ideológico, como ideologia neoliberal.

Herman (1999) parece concordar com a visão de Chomsky sobre o aspecto ideológico da palavra e a associa com a expansão das corporações (daí o emprego do adjetivo "corporate" globalization). Em sua concepção:

Globalization is both an active process of corporate expansion across borders and a structure of cross-border facilities and economic linkages that has been steadily growing and changing as the process gathers steam. Like its conceptual partner "free trade," globalization is also an ideology, whose function is to reduce any resistance to the process by making it seem both highly beneficent and unstoppable.

A suposta inevitabilidade da globalização neoliberal decantada por Margaret Thatcher nos anos 80 levou a que se cunhasse esta ideologia como TINA (abreviação para as iniciais de There Is No Alternative, em inglês). Santos (2000) prefere denominá-la de globalitarismo, a que define da seguinte maneira:

Entre os fatores constitutivos da globalização, em seu caráter perverso atual, encontram-se a forma como a informação é oferecida à humanidade e a emergência do dinheiro em estado puro como motor da vida econômica e social. São duas violências centrais, alicerces do sistema ideológico que justifica as ações hegemônicas e leva ao império das fabulações, a percepções

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