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Isenção do impacto da inflação sobre a cesta

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Por:   •  17/11/2013  •  Seminário  •  2.096 Palavras (9 Páginas)  •  420 Visualizações

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Impacto da desoneração da cesta básica na inflação dá sinais de esgotamento

Cesta básica subiu e já custa R$ 314,99 nos supermercados do Rio. Em São Paulo, foi encontrado o maior valor para o conjunto de alimentos Guito Moreto

SÃO PAULO - Apesar das desonerações de produtos da cesta básica, anunciadas em março pela presidente Dilma Rousseff, os preços dos gêneros alimentícios essenciais não cederam e continuam a subir em 16 de 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O alívio nos impostos impediu, no entanto, que a alta fosse ainda maior, avaliou o órgão. Na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente, as maiores elevações ocorreram em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%). Em Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%), houve retração. No Rio, o avanço mensal foi de 2,66% e, em doze meses, de 22,69%. No ano, a variação é de 11,77%.

Em termos de inflação, o impacto da desoneração do PIS/Cofins sobre os produtos da cesta básica dá sinais de esgotamento, na opinião do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti. Em entrevista ao Broadcast, o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) destacou que, dentro do indicador, há uma série de itens pertencentes à cesta que estão com o processo de queda exaurido ou em desaceleração. "E, mesmo os preços que ainda estão caindo, caem num nível bem inferior ao que seria o repasse integral da desoneração", afirmou.

"Nesta semana começou a ficar claro que o impacto está acabando. É difícil separar o que é cesta básica de outros fatores, mas, por exemplo, em carnes bovinas (-2,88% para -2,17%) a queda já é menor e em carnes suínas também (-1,52% para -1,45%)", disse Picchetti, citando ainda pescados frescos (de -0,69% para -0,45%). A comparação das variações foi feita em relação à segunda semana de abril.

Cinco dos produtos desonerados pelo governo fazem parte da cesta básica em que o Dieese se baseia para fazer a pesquisa, a descrita no Decreto-Lei 399 de 1938, que contém 13 itens. Os cinco são: carne, manteiga, café, açúcar e óleo. Os demais já eram isentos de tributação, explica o órgão. O Dieese calculou o impacto desses itens desonerados na variação da cesta básica e constatou que a redução de taxas pode ter impedido que o aumento do preço dos produtos fosse maior em 15 das 18 capitais pesquisadas. Em Manaus, Florianópolis e Rio, os produtos desonerados teriam reforçado a elevação do custo da cesta básica.

“Embora, neste momento, a observação dos preços dos produtos desonerados mostre que a medida apresenta resultados positivos, é preciso continuar acompanhando a evolução nos próximos meses, para avaliar o efeito da desoneração”, avaliou o Dieese na pesquisa.

O órgão também defendeu que os consumidores cobrem do governo para que a desoneração “não represente apenas uma transferência de renda para os empresários”.

Nesse grupo de cinco produtos, houve redução da variação de preços de todos eles apenas em Porto Alegre e Belém. Óleo e carne foram os produtos que mais caíram, em 16 e em 15 capitais, respectivamente. O preço do açúcar diminuiu em 12 capitais, o café, em 11, e a manteiga, em nove.

Entre os locais pesquisados, o maior valor para a cesta básica foi registrado em São Paulo: R$ 336,26. Vitória (R$ 332,24), Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte (R$ 323,97) vieram em seguida. Já Aracaju (R$ 245,94), João Pessoa (R$ 274,64) e Campo Grande (R$ 276,44) mostraram os menores valores médios. No Rio, o valor da cesta ficou em R$ 314,99.

O Dieese faz uma estimativa também de qual seria o salário mínimo necessário para a população, levando em conta o custo da cesta em São Paulo e o texto da Constituição, que diz que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Segundo esses cálculos, o piso salarial deveria ser em março de R$ 2.824,92, ou 4,17 vezes o valor do mínimo em vigor, de R$ 678,00.

Em fevereiro, o mínimo necessário era R$ 2.743,69, menor, portanto, assim como em março de 2012, quando o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.295,58, ou 3,69 vezes o mínimo da época (R$ 622).

Outros produtos já até passaram ao campo positivo, caso de creme dental (de -0,50% para 0,31%), enquanto outros nem chegaram a cair, como sabonete (0,43%). "Está subindo menos, mas já temos segurança de dizer que não haverá impacto de redução", disse especificamente sobre este item.

"Passadas estas seis semanas, o efeito da desoneração já mostrou o que ele é e o que ele não é. Mesmo nos itens que tiveram as maiores quedas, como óleo de soja, o recuo foi menos da metade do que seria só com a desoneração do PIS/Cofins. No caso do sabonete, ainda teve a desoneração do IPI e não caiu nada, só desacelerou o aumento", afirmou.

Entre os que continuam acelerando a deflação, mas ainda não atingiram todo o potencial a partir da desoneração, estão papel higiênico (-2,53% para -2,83%), açúcar (-4,04% para -4,20%) e café em pó (-2,16% para -2,81%).

Desoneração da cesta básica pode ter influenciado inflação, diz IBGE

Açúcar, óleo, frango, arroz, carne e café tiveram quedas altas em abril.

Inflação avançou para 0,55%; em março, IPCA marcou 0,47%.

Mesmo representando 44% da composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, a alta de 0,96% do grupo de alimentos e bebidas, medidas em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é menor que a registrada em março, de 1,14%. A tendência de queda, iniciada em janeiro, quando marcou 1,99%, vem se confirmando.

Para a coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, além da melhoria da safra, a desoneração da cesta básica já pode estar influenciando a queda da inflação dos alimentos. Itens da cesta básica como açúcar (-4,50%), óleo de soja (-2,87%), frango (-1,92%), arroz (-1,87%), carne (-1,78%) e café (-1,37%) registraram quedas significativas de março para abril.

“Não dá para fazer conclusões seguras, porque outros itens podem ter influenciado a queda de preços, como a melhora da safra, mas dá para dizer que houve impacto da desoneração, sim.

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