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Livro Mostra de Poesia 2018 - Carlos Almir e Gonçalves Dias

Por:   •  22/7/2019  •  Abstract  •  10.613 Palavras (43 Páginas)  •  276 Visualizações

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROF. DENIZARD RIVAIL

XXII

MOSTRA DE POESIA

DIREÇÃO GERAL: MANOEL SERQUEIRA

DIRETORA PEDAGÓGICA: PROFª VERALÚCIA SERQUEIRA

DIRETORA DE ENSINO: PROFª LORENA SERQUEIRA

DIRETORA DE ENSINO: PROFª LÍVIA SERQUEIRA

PROJETO MOSTRA DE POESIA 2018

COORDENADORA DO PROJETO: Prof.ª NEIDE FUGOLARI

ARTE GRÁFICA: MAIK ANTONIO

JULHO 2018

Apresentação

Não se sabe ao certo quando surgiu a poesia. Alguns estudiosos afirmam que ela nasceu com a música e o teatro, na Antiguidade. Outros acreditam que essa forma de expressão seja mais antiga, anterior à escrita. Isto é, antes mesmo de possuir um sistema para registrar as palavras por escrito, os homens produziam poesia oralmente, como parte de suas necessidades de comunicação.

A poesia provoca reflexões, emociona, diverte ou transporta para outras realidades, oferece a cada um de nós a possibilidade de ver e interpretar o mundo com outros olhos.

Quando vocês, queridos alunos, escrevem, revelam o quanto tocar o coração do outro pode ser incentivado diariamente.

Hoje somos alunos poetas, amanhã sejamos pessoas mais humanas para que possamos plantar nesta Terra a árvore de nossa humilde existência.

Neste ano, teremos o encontro das poesias de Gonçalves Dias e Carlos Almir, poeta amazonense. É assim que pretendemos realizar as produções, lendo e interpretando o rico conteúdo poético dos homenageados de 2018.

Gonçalves Dias, em seus textos traz uma reflexão sobre o preconceito racial, e, principalmente sobre a violência do branco contra as mulheres índias (que gera filhos mestiços) o qual pode ser analisado no poema MARABÁ.

Carlos Almir nos brinda com poesias de cunho revolucionário e de profundos pensamentos, conduzindo-nos a rever nossos conceitos sobre cada área de nossas existências. Não são versos rimados, cada texto vai muito além, são filosofias sobre o cotidiano atual da humanidade, regadas com sentimentos repletos de paixões e desejos de mudanças. “São amores e dores...tantos mundos!”

Desta forma, o Projeto Mostra de Poesia 2018, pretende contribuir para uma experiência concreta, oferecendo aos jovens estudantes o conhecimento poético e uma maior vivência enquanto leitores, oportunizando a criação e apreciação da leitura poética.

Prof.ª Neide Fugolari

154 anos sem Gonçalves Dias

A melhor homenagem ao escritor é lembrar por que foi tão grande e como suas obras ajudaram a construir o Brasil

Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá. 
 (…)

Todos nós já lemos ou ouvimos os versos acima. Eles iniciam um famoso poema, Canção do Exílio, escrito em 1843 por Antônio Gonçalves Dias. Na época, o jovem maranhense tinha apenas 20 anos, vivia e estudava em Coimbra, Portugal. Com esse poema, ele inaugurava um dos temas mais férteis da poesia brasileira, o da saudade da pátria: estar “cá”, no exílio, querendo estar “lá”. De certa forma, há nesse verso uma ironia trágica. Muitos anos depois, já famoso, mas muito doente (e novamente na Europa a trabalho), o poeta não conseguiu voltar para morrer em seu país. Faleceu num naufrágio do navio que o trazia à pátria, na costa do Maranhão. Em novembro de 2014 comemoramos 150 anos de sua morte. E a melhor maneira de homenagear um dos maiores poetas do Brasil é lembrarmos por que foi tão grande e como suas obras ajudaram vigorosamente a construir o Brasil na literatura após nossa Independência.

Em dezembro de 1862, Gonçalves Dias estava bastante doente. Com 40 anos, sofria de reumatismo, dizia-se que tinha câncer na garganta. Viajou à França, em busca de outro clima, e correu no Brasil a notícia inverídica de sua morte. Houve grande tristeza e muitos discursos fúnebres, até de dom Pedro II. Dois meses depois, soube-se que estava vivo, e que mandava dizer que “nunca iria morrer”. Pouco depois, doente, sem trabalho e sem dinheiro, comprou passagem no navio Ville de Boulogne, que vinha para o Brasil. O navio, porém, naufragou no dia 3 de novembro de 1864, e seu corpo nunca foi encontrado. Dizem que trazia outros trechos de seu mais longo poema épico, Os Timbiras.

Quanto à Canção do Exílio, não é incrível que esse poema ainda circule na memória de tantos brasileiros há mais de 150 anos? Por que será que a maioria de nós sabe declamá-lo se já não somos tão nacionalistas e não nos emocionamos mais com palmeiras e sabiás? O fato é que a simples memória desses versos em nossos ouvidos já insinua o lugar do poeta na literatura brasileira e muito revela sobre seu estilo, seus temas e seu vigor para escrever. Observe-se a grande precisão dos versos onde o tema do amor à pátria é manifestado com palavras simples e muito precisas (sem nenhum adjetivo!), num ritmo tradicional, mas a serviço da emoção que a saudade da pátria lhe inspirara. Aliás, os vários estudos sobre este poema são unânimes: Canção do Exílio é a perfeita criação literária de quem conhecia a língua portuguesa “clássica” muito bem, mas a serviço de nova temática – o amor à pátria – que tanto o Brasil precisava desenvolver naquele momento de orgulho nacional.

É claro que a obra reunida de Gonçalves Dias – sua poesia lírica, e, principalmente, a poesia indianista – criam um universo que excede muito a esse poema. Porém, como ótima referência, essa canção revela a excepcional originalidade do poeta, que soube, como nenhum outro de sua época, unir a liberdade conquistada pelo romantismo (nacionalista e passional) sem abrir mão completamente dos modelos literários tradicionais que conhecia tão bem.

Tal intuição criadora – a de associar a liberdade à tradição – construiu uma obra tão exuberante que Gonçalves Dias é considerado, ao lado do romancista José de Alencar, o fundador da “literatura nacional”. Quer dizer, da literatura com a cara do Brasil, feita por nós, brasileiros, e

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