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Logistica

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Por:   •  6/10/2014  •  2.731 Palavras (11 Páginas)  •  664 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A tecnologia da informação (TI) vem contribuindo para que a logística torne-se mais eficiente e efetiva na geração de valor para a empresa, destacando-se como um diferencial no mercado atual. Pode-se dizer que tecnologia da informação é a aplicação de diferentes ramos da tecnologia no processamento de informações, ou ainda que TI é o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de computação. A evolução da tecnologia de informação nesses últimos 20 anos possibilitou ampla modificação do modus operanti de diversas organizações, trazendo impactos positivos sobre o planejamento, a execução e o controle logístico.

Com isso, criou-se um ambiente favorável para inovações na área de logística, motivadas principalmente pelo grande aumento na complexidade das operações. Por isso, a tecnologia da informação torna-se um recurso inevitável para uma empresa moderna. Este avanço da TI nos últimos anos permite às empresas executarem operações que antes eram inimagináveis, visando, sobretudo, obter reduções de custo e/ou gerar vantagem competitiva.

Um exemplo claro da atuação da TI nas reduções de custo é o caso da Dell Computer, que investiu na venda direta e customizada de computadores pela Internet, e obteve, assim, um faturamento de 12,3 milhões de dólares em 1998, 60% a mais que no ano anterior. Um caso brasileiro a ressaltar é o do grupo empresarial Souza Cruz. Com uma frota de 900 veículos para atender cerca de 200 mil clientes em todo Brasil, através da utilização de um Roteirizador (software para a obtenção da melhor rota), a Souza Cruz obtém 99% de eficiência e faz em média 43 entregas por dia. Estes dois exemplos explicitam que a TI é indispensável para o desenvolvimento logístico.

2. O PAPEL DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA

O fluxo de informações é de extrema importância nas operações logísticas, como: pedidos de clientes, necessidades de estoque, movimentações nos armazéns, etc. Há alguns autores que apelidaram este fluxo de informações logísticas de “Modal Infoviário”. Antigamente, este fluxo se dava através de papéis, o que tornava a comunicação lenta, pouco confiável e propensa a erros. A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade de reduzir custos logísticos mediante sua melhor coordenação, junto a um aperfeiçoamento de serviço (menos propenso a erros) e uma melhoria da oferta de informações ao cliente.

3. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS

Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as operações logísticas. Estas operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de suprimentos. Podemos considerar como hardware desde computadores e dispositivos para armazenagem de dados até instrumentos de entrada e saída do mesmo, tais como: impressoras de código de barras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos / programas usados na logística.

Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis funcionais: sistema transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento estratégico. O formato piramidal apresentado na figura 1 a seguir sugere que a implementação de um sistema transacional robusto é a base que sustenta o aprimoramento dos outros três níveis.

3.1 Sistema Transacional

É a base para as operações logísticas e fonte para atividades de planejamento e coordenação. Através de um sistema transacional, informações logísticas são compartilhadas com outras áreas da empresa, tais como: marketing, finanças, entre outras. Um sistema transacional é caracterizado por regras formalizadas, comunicações interfuncionais, grande volume de transações e um foco operacional nas atividades cotidianas. A combinação de processos estruturados e grande volume de transações aumenta a ênfase na eficiência do sistema de informações. A partir dele, ocorre o principal processo transacional logístico: o ciclo do pedido. Com isso, todas as atividades e eventos pertencentes a este ciclo devem ser processados: entrada de pedidos, checagem de crédito, alocação de estoque, emissão de notas, expedição, transporte e chegada do produto ao cliente. Informações sobre tais atividades/eventos, devem estar prontamente disponíveis, visto que o status do pedido é uma questão cada vez mais necessária para um bom serviço a cliente.

A falta de integração entre operações logísticas é um problema comumente encontrado em sistemas transacionais que não estão sob um sistema de gestão integrada. Isto pode ocorrer basicamente em três instâncias:

• Entre atividades logísticas executadas dentro da empresa;

• Entre instalações da empresa;

• Entre a empresa e outras pertencentes à cadeia de suprimentos ou prestadores de serviços logísticos.

3.2 Controle Gerencial

Este nível permite com que se utilize as informações disponíveis no sistema transacional para o gerenciamento das atividades logísticas. A mensuração de desempenho inclui indicadores: financeiros, de produtividade, de qualidade e de serviço ao cliente. De maneira geral, existe grande carência de indicadores / relatórios de desempenho nas empresas brasileiras. Entre os principais fatores estão a ausência de um sistema transacional que possua todas as informações relevantes e de visão sobre as vantagens de controlar as operações logísticas.

Um exemplo disso, é a mensuração da disponibilidade de produtos, ou seja, indicadores que apontem o percentual de pedidos que foram entregues completos. Outro indicador bastante importante para avaliar o nível de serviço prestado ao cliente é o lead time. Nem sempre as empresas possuem informações sobre a data de chegada ao cliente. No entanto, existem casos nos quais as empresas conseguem obter tal informação, mas não a utilizam de forma sistemática para avaliar o seu desempenho e de seu transportador (transit time).

A presença de relatórios que tratam exceções são fundamentais para um bom gerenciamento, visto que as operações logísticas se caracterizam pelo intenso fluxo de informações. Por exemplo, um sistema de controle proativo deve ter capacidade de prever futuras faltas no estoque com base nas previsões de demanda e recebimentos previstos.

3.3. Apoio à Decisão

Esta funcionalidade caracteriza-se pelo uso de softwares para apoiar atividades operacionais, táticas e estratégicas que possuem elevado nível de complexidade. Sem o uso de tais ferramentas, muitas decisões são tomadas baseadas apenas no feeling, o que em muitos casos aponta para um resultado distante do ótimo. Entretanto, se elas forem usadas, existe significativa melhoria na eficiência das operações logísticas, possibilitando, além do incremento do nível de serviço, reduções de custos que justificam os investimentos realizados.

Existem diferenças entre as aplicações de ferramentas de apoio à decisão. Algumas são operacionais, pois estão voltadas para operações mais rotineiras, tais como: programação e roteamento de veículos, gestão de estoque, etc. Por outro lado, existem ferramentas que atuam mais tática e estrategicamente, tais como: localização de instalações, análise da rentabilidade de clientes e etc. A aplicação destas ferramentas vai depender principalmente da complexidade existente nas atividades logísticas e de seu custo/benefício.

3.4. Planejamento Estratégico

No planejamento estratégico as informações logísticas são deveras importantes para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da estratégia logística. Com frequência, as decisões tomadas são extensões do nível de apoio à decisão, embora sejam mais abstratas, menos estruturadas e com foco no longo prazo. Como exemplo, podemos citar as decisões baseadas em resultados de modelos de localização de instalações e na análise da receptividade dos clientes à melhoria de um serviço.

4. TIPOS DE SOFTWARES

4.1. Sistemas ERP

O sistema ERP é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automatização e armazenamento de todas as informações de negócios. Sendo assim, existe a possibilidade de haver um único banco de dados, uma única aplicação e uma interface unificada ao longo de toda empresa.

Os benefícios alcançados com este tipo de sistema são:

• Integração e padronização dos dados;

• Maior confiabilidade dos dados (monitorados em tempo real);

• Revisão dos processos;

• Redução de Custos;

• Otimização do fluxo de informações;

• Nova dinâmica na tomada de decisões;

• Homogeneização das práticas operacionais e formas de gerenciamento (filiais).

Algumas das principais empresas fornecedores desse tipo de software no mundo já estão no Brasil. A SAP, além de ocupar a liderança mundial neste mercado, como pode-se observar na Figura 2, também ocupa essa posição no Brasil, com 38% das vendas de licença de software; por outro lado, a Datasul possui o maior número de clientes, com 23% do mercado.

Sob o ponto de vista logístico, o principal objetivo de um sistema ERP é atuar como um sistema transacional, solucionando problemas com a ausência de integração entre atividades logísticas. Entretanto, nem todas implementações de ERP consideram as atividades logísticas de maneira integrada. Isso resulta da falta de foco na Logística, o que após o processo de implementação pode trazer uma série de problemas para a gestão da Logística.

Alguns exemplos de sucesso da implantação de sistemas ERP:

• Autodesk: Passou a embarcar 98% de seus pedidos dentro de 24 horas após a implantação de um ERP;

• A divisão Storage Systems, da IBM: Passou a poder refazer sua lista de preços em cinco minutos, contra os anteriores cinco dias; o tempo de embarque de uma peça de reposição caiu de 22 para 3 dias;

• Votorantim: O giro do estoque melhorou de 30 a 40% e o número de funcionários administrativos pôde ser reduzido em 30%, resultando em ganhos de US$ 6 milhões anuais;

• Indústria média norte-americana de autopeças: Reduziu o tempo entre o pedido e a entrega de seis para duas semanas. Outra diferença notável: a troca de documentos entre departamentos que demorava horas ou mesmo dias caiu para minutos e até segundos.

4.2. Integração da Cadeia de Suprimentos (SCM)

Atualmente é difícil citar a logística sem entrarmos dentro do contexto de Supply Chain, ou Cadeia de Suprimento. O Supply Chain aborda tudo que diz respeito ao fluxo de produtos, informações e recursos financeiros.

Os softwares de Supply Chain Management agregam conjuntos de ferramentas de previsão de demanda, de otimização da rede logística, planejamento de transporte, planejamento e sequenciamento da produção, entre outros. A abrangência deste software é integrada com outras empresas da cadeia. Surgem fortes evidências de que empresas da mesma cadeia de suprimentos cada vez mais irão integrar-se aos meios de sistemas de informação, reduzindo incertezas, duplicações de esforços e, consequentemente, o custo com a operação. Os principais fornecedores no mercado deste tipo de software são:

• SAP: Através do software MySap.com é líder nacional e internacional,

detendo 36% do mercado mundial. Possui um custo elevado.

• ORACLE: Através do software Oracle Supply Chain Management, é a segunda colocada no mercado mundial, detendo 20% do mesmo. Atingiu o crescimento através da compra de grandes empresas como Siebel e PeopleSoft.

• MICROSOFT: O software Microsfot Navision possui menos de 5% de participação no mercado.

• ZEMETER: Seu programa, o Supply Chain Consultants é implementado em grandes empresas como IBM, Philip Morris e a Philips.

A tendência atual é que os fornecedores de softwares ERP migrem para a abordagem de SCM, que complementa seus poderosos sistemas transacionais.

4.3. Sistemas de Informações Geográficas (GIS)

Os sistemas de informações geográficas são ferramentas que associam banco de dados a mapas digitalizados, auxiliando no processo de tomada de decisão. Através deste software é possível realizar análises do tipo, quantos e quais clientes são atendidos numa certa região. Além disso, podem-se fazer análises e gerar mapas temáticos utilizando mapas digitalizados que contêm rodovias, ferrovias, hidrovias e informações sobre dados georeferenciados. Existe ainda a possibilidade da aplicação dessa ferramenta a problemas de localização, seja de pontos comercias, seja de fábricas.

As áreas de aplicação destes sistemas são diversas, como o apoio ao marketing, localização de pontos comerciais, localização de fábricas e CD’s/Roteamento, análise de sistemas logísticos, etc.

Alguns softwares disponíveis no mercado são: Arc-Info, DeskMapp (tem no Brasil, custando menos de R$ 1000), MapInfo, Maptitude, MaxiCAD, Tactician.

Está sendo esperado um aumento significativo da utilização destes softwares nas empresas. Pois há um crescimento do número de variáveis, principalmente geográficas, consideradas nas análises. Com isso o processo decisório torna-se cada vez mais complexo, e a necessidade do uso de tal ferramenta torna-se fundamental para a competitividade da empresa.

4.4. Data Mining e Data Warehouse

Segundo Douglas Lambert, a estruturação do sistema logístico depende das quatro principais decisões do Marketing Mix: Produto (Qual produto será vendido? Em qual região será comercializado?), Promoção (Que tipo de promoção será feita? Quais serão os descontos?), Preço (Qual o preço de cada produto para cada ponto de venda?), Praça (Como será feita a distribuição? Qual nível de serviço será oferecido?).

Embasados nas respostas das perguntas do Marketing Mix, serão feitos o planejamento e a estruturação das atividades logísticas. Então deve-se decidir sobre as diversas variáveis do marketing mix para que as atividades logísticas sejam adequadas e eficientes.

Surgem então dois conceitos muito empregados atualmente no varejo: Data Mining e Data Warehouse.

4.4.1. Data Warehouse (Armazém de Dados)

Podemos interpretar o Data Warehouse como um depósito de informações integrado, disponíveis para busca (através de filtros) e análise. Estas informações são provenientes de diferentes fontes operacionais da empresa (marketing, finanças, etc) e armazenadas em um só local, o banco de dados central, onde ocorre um compartilhamento visando a maior integração das atividades da empresa. Além dos dados da própria empresa, o Data Warehouse também pode comportar informações de fontes externas, tais como dados demográficos de consumidores, informações pessoais de cada cliente, entre outras.

4.4.2. Data Mining (Mineração de Dados)

O Data Mining, por sua vez, é uma metodologia que procura uma descrição lógica ou matemática, normalmente complexa, de possíveis padrões existentes em um conjunto de dados. Em outras palavras, é uma ferramenta capaz de lidar com grandes massas de dados de uma maneira mais eficiente que a estatística, definindo padrões para fenômenos complexos dependentes de muitos parâmetros. Em uma definição mais simples, pode-se dizer que o Data Mining é um recurso para analisar e organizar dados, ajudando a resolver problemas, obtendo informações de um grande volume de dados.

Por isso, afirma-se que para que as técnicas do Data Mining possam ser empregadas, é necessário que a empresa tenha um grande banco de dados central, o Data Warehouse, tornando este último um requisito para a implementação de um projeto de Data Mining.

5. CONCLUSÃO

A logística moderna, sem dúvida, foi fortemente influenciada pela evolução da tecnologia de informação. Essa evolução tecnológica proporcionou vantagens para as operações logísticas, que passaram a ser mais rápidas, confiáveis, com custos reduzidos e mais eficientes. Além disso, outra importante contribuição deste ambiente informatizado foi a maior disponibilidade de informações sobre os processos e a possibilidade de analisar tais informações utilizando ferramentas quantitativas mais sofisticadas, que até pouco tempo eram privilégio de poucas organizações de grande porte.

O grande desafio das organizações na implementação de sistemas de Informação, é avaliar o “valor” que esses pacotes, sejam eles transacionais ou de apoio a decisão, trarão para os negócios da organização. As empresas não podem deixar-se levar por “modismos”, e sim ter a convicção da escolha mais adequada de suas necessidades.

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

http://www.ensaios/Tecnologia-Da-Informa%C3%A7%C3%A3o-e-Log%C3%ADstica/323878.html, acessado em 26 de maio de 2014.

http://www.endor.com.br/internas/T.I.-em-Logistica-endor-technologies/9/-/destaques/, acessado em 26 de maio de 2014.

http://www.tecspace.com.br/paginas/aula/faccamp/TI/Texto04.pdf, acessado em 26 de maio de 2014.

http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2011/LOG/arquivos%20pdf/TI%20aplicada%20%E0%20Log.pdf, acessado em 26 de maio de 2014.

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