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MEIOS DE TRADUÇÕES PÚBLICAS DE EL SALVADOR

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Por:   •  26/4/2014  •  Projeto de pesquisa  •  9.742 Palavras (39 Páginas)  •  315 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A questão do transporte público na cidade do Salvador encontra-se atualmente, tão precária, que é difícil elencar todos os problemas que comporta. Em 2012 fora realizado no Observatório de Comportamento e Tendência (Pesquisa Planter) na cidade, uma pesquisa para avaliar a qualidade do transporte público no capital Baiana. Tal estudo constatou que o uso dos ônibus teve 77% de reprovação pelos consultados, usuários estes, do serviço. Cerca de 64% da população da cidade do Salvador (segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Indústrias) utilizam o transporte público, e tendo em vista que a cidade não possui um sistema de transportes alternativos (como metrô, trem, bonde, etc., ainda que o primeiro esteja em “período de construção” a mais de 13 anos), nem mesmo possui uma rede de ciclovia eficiente ou mesmo relevante (possuindo em média, apenas 20km em todo o município) para facultar ao cidadão outraforma de locomoção. Destarte, Salvador conta basicamente com duas possibilidades de mobilidade pública (se considerados somente os meio lícitos): os ônibus, e o trem (que somente abrange a região suburbana). Devido à pouca relevância das ciclovias, esta fora considerada como meio de lazer.

Além da falta de opção para a locomoção dentro da cidade, outros problemas são fortemente criticados pela população, especialmente os atinentes ao tempo gasto, tanto na espera dos ônibus nos pontos (nem mesmo as estações apresentam qualquer infraestrutura, estando expostas não só aos perigos da criminalidade, bem como às intempéries naturais), bem como o tempo gasto no percurso desejado (que será melhor tratado nos tópicos seguintes) que deveria em média, ter velocidade mínima de 20km/h, mas na prática não alcançam nem mesmo os 14km/h, o que representa um aumento de até 40 minutos a mais no locomoção; a falta de vistoria nos automóveis, que muitas vezes não possuem qualquer condição de transportar os passageiros, e muitos encontram-se extremamente sujos, sem qualquer asseio, apresentando, inclusive, insetos, como baratas em seu interior, que “passeiam” pelos bancos e laterais do mesmo, sendo um dos motivos que põe a vida dos usuário em risco; a falta de segurança tanto nos pontos quanto dentro dos veículos, que comumente são alvo de roubos e diversas outras formas de violência; e os altos custos cobrados pelas empresas de ônibus, que de forma alguma são correspondem ao serviço oferecido.

Importante ressaltar a questão dos custos do transporte público em Salvador. Em média, a passagem que dá direito via de regra, somente a um deslocamento dentro da cidade, custa R$2,80, e o empréstimo oferecido “abraça”, senão todos, grande parte dos problemas supracitados. Uma comparação feita entre o transporte público de Salvador, e o de Madrid (considerada a cidade do mundo com um dos melhores transportes públicos do mundo, com mais de 12 linhas e outras 300 estações de metrô) revela que o serviço na capital Espanhola é mais barato do que o de Salvador (se comparado em relação ao custo-benefício). Em média, o bilhete integrado (entendendo este, como o bilhete que dá direito ao sujeito, ao uso do ônibus e do metrô numa mesma e determinada linha) sai (se comprado avulso) por aproximadamente R$ 3,39, já convertido para a moeda nacional. Ressalte-se que é possível ainda nesta cidade desenvolvida, a compra do “ticket mensal”, que pelo valor de R$ 232,78 dá direito a passagens ilimitadas na maior parte das linhas de transporte terrestre durante todo o mês. Se comparado ao valor cobrado em Salvador, levando-se em consideração o uso de 4 viagens diárias num mesmo mês, omontante final seria de aproximadamente R$336,00.

É, portanto, discrepante as condições às quais o transporte público de Salvador se encontra pelo valor que é cobrado à população, ainda mais se levarmos em conta as medidas adotadas pelo Governo Federal em desonerar ainda mais o transporte público nacional, adotando não só a redução de determinados impostos, bem como a isenção de alguns outros (como o PIS e o COFINS) para que o preço das passagens seja reduzido. As questões normativas também serão melhores tratadas adiante, focando-se a Lei nº 8.167/2012 que dispõe sobre a implementação e organização do solo da cidade de Salvador, entre outras coisas, instituindo assim o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) de Salvador.

Observe-se que as linhas de ônibus de Salvador circulam ainda ilegalmente, visto que não se faz licitação para a concessão deste serviço à população por empresas privadas a mais de 30 anos.

Por fim, salientamos ainda que o transporte é, na cidade, atendido e distribuído de forma diferenciada em relação a cada bairro ou região da mesma. Observa-se que nos bairros onde se concentram as camadas sociais mais abastadas financeiramente, as linhas de ônibus tendem a ser menos precárias do que as linhas que atendem aos bairros mais carentes, o que representa (particularmente falando) um antinomismo curioso, pois em tese, a população menos favorecida é justamente aquela que deveria ter o melhor suporte de serviço, pois a maior parte de seus moradores utilizam o transporte público para se locomover, e com uma frequência muito maior.

Atentamos então que a questão da resolução dos problemas do transporte público na cidade do Salvador se faz urgente e necessária, de forma que devem ser pontos primordiais nas questões de prioridades e políticas públicas, pois refletem diretamente na economia, na qualidade de vida da população, nas questões de saúde e segurança públicas, e até mesmo nos fatores ambientais que permeiam a discussão, devendo, pois, ser tratadas e resolvidas desde já.

2. MEIOS DE TRANPOSTES PÚBLICOS DE SALVADOR

Foi com os pés no chão que a maior parte da população baiana se movimentou durante três séculos, através de ruas estreitas e tortuosas. A trajetória do transporte coletivo em Salvador teve o seu início em 1836, com a inauguração do navio a vapor que fazia o percurso entre a Rampa do Mercado e a Boa Viagem (porto do Bonfim), com parada em Água de Meninos.

Ao longo do processo de crescimento da população, a distinção de classes sociais havia empurrado as classes mais abastadas para além dos limites urbanos habituais. O espaço urbano foi alargando-se tornando difícil o deslocamento de um ponto a outro da cidade, pois as distâncias eram cada vez maiores.

TREM

As inserções da economia baiana no contexto das modernizações industriais aumentaram as ligações de Salvador com outras regiões, o que foi viabilizada através da via férrea e pelos

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