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O processo de urbanização em El Salvador no século XIX

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Por:   •  10/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.068 Palavras (9 Páginas)  •  452 Visualizações

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Processo de Urbanização em Salvador no Século XIX

O Processo de Urbanização pode ser tomado com um termo analítico sobre as transformações ocorridas que vieram a caracterizar e diferenciar a cidade de salvador em relação ao seu meio rural. Tratando-se de um termo analítico, aqui ele é utilizado para se trabalhar um recorte histórico compreendido no decorrer do século XIX e o espaço dado é a Salvador da época. Ao trabalhar como o processo de urbe, quis mostrar os importantes elementos (para não generalizar às atividades de exportação) que possibilitaram a formação de tais núcleos urbanos na cidade. Dentre várias problemáticas que o tema possibilita, seria os portos o principal responsável pela urbanização da cidade de Salvador?

Comércio, cais do antigo porto, antes do aterro (prédios Pombalinos, hoje demolidos), em 1860.

O porto com toda a sua dinamização econômica que veio a exercer, condicionou a formação de núcleos urbanos e ao seu redor uma rede de serviços que agilizava e facilitava as atividades econômicas portuárias ali empreendidas. Por isso tomo o termo “processo de urbanização”, para propor diferenciações da vida do campo e as transformações da cidade nesse período. Mas aí me veio outro problema. É muito complicado se trabalhar com urbanização, se tratando de uma cidade com características rurais. E me fiz uma pergunta: Qual é a área compreendida por Salvador e o que nela é rural e o que nela é urbano?

Praça do Campo Grande, em 1870 (ainda sem ajardinamento)

Em 1549 Tomé de Souza recebeu um regimento do El-rei, onde o instruía de erguer a nova Cidade. Caracterizada por um terreno irregular e próprio de defesas naturais, os limites do “termo” delimitados até então no século XVI, não passara por grandes transformações até o século XIX. Os limites desse termo no século XIX ainda eram compreendidos por 10 paróquias urbanas, sendo a dos Mares desmembrada até então da do Pilar e do Santo Antônio Além do Carmo.

Em maio de 1857 houve a regulamentação do antigo imposto de 1811, sobre os imóveis urbanos. Com isso, esperava resolver minha dúvida sobre o que correspondia área rural e o que correspondia área urbana. Ao regulamentar esse antigo imposto, percebemos a necessidade de se delimitar o espaço urbano para a execução de tal cobrança. Dois peritos foram encarregados pelo Governo para mapear os espaços dos quais seriam feitas as cobranças de impostos. Foram eles: o engenheiro, Francisco Pereira de Aguiar e o vereador, Francisco Antônio Filgueira. Porém, os espaços levantados por esses peritos correspondiam às áreas de ocupação das paróquias já tidas como urbanas, além das terras a elas pertencentes. Contudo, notamos a dificuldade de se compreender as delimitações dos espaços, pois o próprio governo não sabia fazer tal diferenciação. Seria urbano então a área compreendida em que poderia ser notado uma rede de serviços: iluminação e saúde pública, esgoto, vias de transportes, água, higienização, espaços de sociabilização e entre outros, caracterizada pela estrutura política e administrativa e pela presença do comércio.

Muitas das informações encontradas para compor o entendimento sobre Salvador, também foram tiradas a partir dos recenseamentos que eram feitos. Os recenseamentos são um conjunto de dados estatísticos dos habitantes duma determinada área e suas características. Os primeiros recenseamentos eram feitos pela igreja, onde eram elaborados levantamentos que dessem informações sobre os que habitavam em cada jurisdição eclesiástica, e isso era feito pelos párocos locais. Chamo atenção para esses devido aos seus fins. As paróquias eram unidades administrativas que serviam de interesses militares e também fiscais. E em pleno século XIX notamos a permanência das divisões eclesiásticas da Cidade de Salvador em paróquias, devido ao interesse do Estado em se basear nessas limitações do termo.

A Ordem Social no século XIX ainda conta com vestígios de uma estrutura do período colonial, sendo eles os responsáveis de certa forma por um tipo de urbanização no século XIX distinta do processo urbano das principais sociedades de Sistema Capitalista. Tais vestígios compreendem numa sociedade latifundiária, escravocrata e Senhorio Patriarcal. Além da emersão de uma burguesia mercantil, que começara a se destacar na sociedade. Isso nos leva a questão de que não existia mercado interno, de que não existia um mercado regular e constante.

“O latifúndio além de produzir o açúcar, tenderia a funcionar como produtora semi-autônoma, que produzia quase tudo que fosse necessário, limitando-se a importar artigos de luxo ou outros gêneros difíceis de serem conseguidos no local”. Costa, Emília Viotti da. Da Monarquia à Republica: momentos de decisivos.1979:235.

As Classes Sociais da época estavam diretamente ligadas à organização econômica que ali era apreendida. Então são notórios na sociedade, os Aristocratas, os Funcionários Públicos, o Alto Clero, os Profissionais Liberais e Mestres de Ofício, os Comerciantes locais e estrangeiros, Militares, Escravos, Homens livres e Alforriados, a População de Passagem (marinheiros, navegantes, refugiados e viajantes, Vagabundos e Mendigos. Eram esses que engrenavam a sociedade de Salvador na época, junto a tantos outros fatores.

As tensões Sociais em Salvador no século XIX era significado de “insegurança” para a população urbana e para as autoridades que tentavam de formas coercitivas acabar com qualquer tipo de rebelião escrava na Cidade. Uma com destaque por ser uma das mais importantes revoltas escravas urbana, a dos Malês em 1835 e uma outra do período Regencial, a Sabinada em 1837-1838. Lembrando que, uma das características urbanas compreende num espaço de sociabilização, e para que isso viesse a funcionar eram necessárias algumas medidas de segurança, medidas essa que recaia na população que presentava “risco”, a população escrava.

Muitas das revoltas e motins ocorridos eram escravas ou por motivos de impasses políticos, dadas as circunstâncias. Tinha também as oposições entre brasileiros e estrangeiros (muitos portugueses), pois havia uma concentração do comércio nas mãos desses. Logo o interesse de alguns produtores brasileiros em exigir uma administração que atendessem suas necessidades e privilégios, sendo a Proclamação da Independência uma saída viável para que isso acontecesse; ressaltando aqui, que havia na Cidade uma quantidade maior de tropas portuguesas o que veio a ter uma resistência maior em relação às lutas pela Independência do Brasil na Bahia.

Campo Grande e seu Monumento ao Caboclo, dedicado

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