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Modelo De Gestão E Cultura Organizacional

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Por:   •  23/4/2014  •  7.179 Palavras (29 Páginas)  •  561 Visualizações

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Modelo de gestão e cultura organizacional : conceitos e interações

RESUMO

O presente artigo tem o objetivo de discutir o Modelo de Gestão, sua interação com a cultura organizacional e conseqüentes implicações para a eficácia da organização. Formado a partir do processo de socialização, ratificação ou mudança de crenças, valores e princípios dos líderes (fundadores, proprietários e/ou principais gestores), o modelo de gestão é considerado como o conjunto de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia. A cultura organizacional, entendida como o conjunto de crenças, valores e princípios partilhados pelas pessoas em uma organização, sofre interação direta do modelo de gestão em razão do poder exercido pelos principais gestores da organização na primeira.

Além de aspectos adicionais da conceituação e interação dos temas, são apresentadas características dos modelo de gestão ideal, aquele capaz de direcionar a cultura organizacional desejada para fazer frente aos desafios do ambiente, tendo em vista a necessária eficácia do sistema empresa.

Introdução

Assim como, cada pessoa tem características próprias e individuais e desempenho conseqüentemente diferenciado, as empresas, como expressão econômica da atividade social, da mesma forma, são dotadas de individualidades que as distinguem umas das outras. No caso das empresas, as individualidades podem ser verificadas em aspectos como: níveis de eficiência e eficácia, estrutura física, estrutura organizacional, níveis e linhas de poder, entre outros.

Os principais aspectos da diferenciação entre empresas são estabelecidos pelo modelo de gestão e, em conseqüência, relacionam-se diretamente com a cultura organizacional e impactam o seu desempenho (Santos, 1992). Neste sentido, é relevante o delineamento do modelo de gestão e sua interação com a cultura organizacional, uma vez que, apesar das dificuldades de gerenciamento da cultura (Pettigrew, 1996), todo gestor1 deve possuir capacidade de identificar as particularidades de uma das variáveis mais relevantes no contexto empresarial, a cultura da organização.

O presente artigo tem o objetivo de discutir o Modelo de Gestão, sua interação com a cultura organizacional e conseqüentes implicações para a eficácia da organização. Após a descrição do contexto e da situação problema, enuncia-se as questões que se pretende discutir, bem como os requisitos necessários à melhor solução. Depois de conceituar cultura, cultura organizacional e modelo de gestão, procura-se-á "formatar" o melhor modelo de gestão para a eficácia da empresa, ou seja, o modelo de gestão capaz de direcionar a cultura organizacional, no sentido de ser a mais adequada para o sucesso do empreendimento. A discussão sobre a interação entre o modelo de gestão e a cultura organizacional, não recebeu tópico específico, uma vez que esta encontra-se diluída em todo o trabalho, o que não acarreta dificuldades para o leitor na sua identificação.

Contexto e Situação-Problema

Todas atividades em uma empresa, independentemente de sua natureza ou propósito, consomem recursos e geram produtos e serviços. A maneira de executar as atividades em cada qual sofre influência direta das crenças e valores implícitos nas regras, atitudes, comportamentos, hábitos e costumes que caracterizam as relações humanas na organização. Desta forma, a cultura organizacional, composta de crenças e valores, como será visto adiante, impacta os níveis de eficiência e eficácia das atividades executadas, ao determinarem o grau de importância das variáveis inerentes às atividades.

O ambiente dos negócios exige das organizações crescentes níveis de eficácia, o que necessariamente implica em constante mudança organizacional. Segundo Deal e Kennedy (1982, p.157) as corporações não somente mudam para manter espaço em coisas tangíveis como tecnologia ou ambiente de negócios; atualmente elas mudam porque é esperado que mudem. A mudança é então, valor cultural do ambiente externo.

Muitas empresas têm buscado um caminho para as mudanças em modelos como downsizing, qualidade total, reengenharia, terceirização. Porém, de acordo com pesquisas de Cameron e outros, citadas por Cameron e Quinn (1996, p.7), quando programas de Total Quality Management -TQM e downsizing foram implementados, sem considerar a mudança cultural inerente, não obtiveram sucesso. Quando a cultura destas organizações era uma meta explícita da mudança, o que significa que TQM e/ou downsizing eram parte de um amplo esforço de mudança cultural, obtiveram sucesso. A organização se tornou mais eficiente e eficaz. Os autores concluem que a mudança cultural é a chave.

A mudança na organização somente é efetivada se processada a necessária mudança da sua cultura. É preciso que as crenças e valores culturais da organização sejam movimentados juntamente com os processos, em busca de uma congruência com os valores externos, principalmente aqueles que os clientes e fornecedores de recursos percebem mais claramente, por fazerem parte do ambiente próximo da organização.

A empresa pode ser vista como um conjunto de atividades geridas por especialistas em áreas específicas, com visão parcial do todo. Assim, além da congruência externa, a empresa deve buscar a perfeita interação das crenças e valores das diversas áreas que a compõem. Quando os valores mais significativos de cada área forem compatíveis com os valores das demais áreas, haverá maior grau de congruência interna e conseqüente aumento de eficiência por diminuição de desperdícios de tempo e energia nas negociações. Será mais fácil a obtenção da congruência externa em virtude do tempo de que se poderá dispor para tanto.

Outro aspecto inerente à situação-problema do modelo de gestão e cultura organizacional é o relativo à missão das entidades envolvidas neste processo. Empresa, gestores e proprietários possuem missões diferentes e em muitos aspectos conflitantes. Enquanto a missão da empresa é clara no sentido de satisfazer a uma necessidade da sociedade e, para tanto, busca se cercar da melhor combinação de recursos possível para oferecer produtos e serviços de qualidade e baixos preços, os gestores estão preocupados em otimizar o seu fluxo de benefícios atuais, caracterizado pelo status, honorários, gratificações, participação no capital da empresa, entre outros, o que implica em uma maior transferência de riqueza da empresa para si. Por sua vez, os proprietários estão preocupados em otimizar o fluxo de

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