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O Capital Humano Na Governança Hospitalar_TCC_2011

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Por:   •  13/9/2014  •  8.979 Palavras (36 Páginas)  •  354 Visualizações

Página 1 de 36

Faculdade Eniac

Administração

Marta Aparecida da Silva Pedro

O Capital Humano na Governança Hospitalar

Guarulhos

2011

2

O Capital Humano na Governança Hospitalar

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade Eniac, como

requisito parcial para a obtenção do título de

graduação de Bacharelado em

Administração.

Orientador: Prof. Bruno César

Guarulhos

2011

3

ATA de Avaliação de Trabalhos de Conclusão de Curso - TCC

DATA: ____/_____/2011 Sala: _______________ Horário: _____________

ATA

A comissão julgadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso - TCC do Curso de

Graduação em (nome do curso) certifica que:

Aluno:______________________________________ ___ RA _______________

Autor do trabalho cujo tema é:

___________________________________________________________________

_______________________________________________________________

foi: ( ) APROVADOS ( ) REPROVADOS - Nota ( ) ___________

Comissão Julgadora

PROFESSORES: (nome e assinatura)

1)________________________________________________________________

2)________________________________________________________________

3)________________________________________________________________

4

Dedico esta pesquisa ao meu

segundo coração, Juan e Pablo, meus

filhos queridos, como pedido de

desculpas, por afastar-me de suas

vidas por longos e gratificantes 4 anos

de aprendizado.

5

Aos professores que não se negaram

á dividir sua imensa sabedoria, e as

pessoas que direta ou indiretamente

estiveram ligadas ao desenrolar desta

pesquisa.

6

“Muitos dizem que eu tenho sorte,

porém só eu sei que quanto mais eu

estudo, mais sorte eu tenho.”

Bernard Shaw

7

Sumário

1. Introdução _______________________________________________________09

2. Gestão de Pessoas________________________________________________11

3. Definição de gestão de pessoas______________________________________12

3.1. Governança Hospitalar______________________________________15

3.2. Capital Intelectual__________________________________________ 17

3.3. Capital Humano____________________________________________21

4. Governança Hospitalar X Capital Humano______________________________23

4.1 A Hotelaria e sua Evolução___________________________________ 25

5. Texto complementar_______________________________________________29

6. Avanços tecnológicos em Hospitais Privados____________________________31

6.1. Como funciona a Governança em Hospitais de grande porte_________32

7. A Humanização relacionada a Governança Hospitalar_____________________35

8. Serviço em comum: Hotel X Hospital__________________________________38

9. Arquitetura e Governança Hospitalar__________________________________41

10. Departamento de Governança Hospitalar______________________________43

10.1. O Processo de Serviço que completa a Governança Hospitalar___________44

11. A importância da Prestação de serviço com Qualidade___________________45

8

12. Conclusão______________________________________________________47

13. Referências bibliográficas__________________________________________48

14. Anexos________________________________________________________ 49

15. Termo de compromisso e responsabilidade____________________________50

9

Introdução

O presente trabalho tem como objetivo enfatizar a necessidade de

qualificação de mão de obra na governança hospitalar, dando a devida atenção no

que faz sentido do capital humano dentro do contexto da Governança hospitalar, “o

ser humano”, encontramos grandes dificuldades na qualificação destes profissionais,

ao prestar serviço de tecnologia sem deixar de lado o calor humano, para com os

enfermos, familiares, funcionários, profissionais de saúde, administradores e

organizações externas como os convênios.

Contudo, ressalvo a necessidade de uma mão de obra bem qualificada, bem

treinada, com expansivo conhecimento, podendo ser um grande diferencial no

atendimento deste cliente, sem esta mão de obra, as esperanças de um grande

sucesso pode estar ameaçada. Porém como qualificar esta mão de obra?

Mostrarei ao decorrer do presente trabalho, algumas teorias de gestão de

pessoas (conceitos, capital intelectual e capital humano), a governança hospitalar e

seu conceito técnico, como também a apresentação e explanação das rotinas que

envolvem a governança hospitalar e o capital humano, que caminham para um

mesmo rumo. Essa ligação chama atenção de muitos administradores quando

entendida como um benefício para sua instituição e um atrativo a mais para o cliente

dar preferência a você.

Um exemplo de situação seria aquela que remete ao momento que estamos

doentes, pois não temos tempo de pensar como está o local que estamos sendo

admitidos. Entretanto, ao passo que a doença finda, podemos nitidamente reparar

em todos os detalhes em nossas acomodações, atendimento etc. Assim, temos a

vontade de sempre voltar àquele hospital ou a repulsa de nunca mais se cuidar

neste ambiente.

Este estudo tem também o intuito em tentar observar o ponto de vista dos

clientes que utilizam o serviço hospitalar, embora em enfermidade. Assim, o

paciente que com o tempo melhora em um quarto de hospital, leva consigo o que

recebeu neste ambiente, desde o primeiro atendimento hospitalar, até a sua alta e

possível cura. Por isso, a necessidade de termos pessoas bem qualificadas e

especificamente treinadas ao ambiente hospitalar.

10

Assim, estamos cuidando de capital humano, descobriremos que ao longo do

tempo, importamos com máquinas cada vez mais ágeis, com computadores cada

vez mais potentes, mas deixamos, por um longo tempo de cuidar de quem

manipularia estas maquinas, deixamos de lado o capital humano e intelectual.

Ao cair neste mundo de informações à procura de respostas a melhor

acomodação, por exemplo, como fidelizar um cliente em enfermidade, descobrimos

que toda diferença esta ligada ao atendimento, a colaboradores cada vez mais

motivados e integrado a empresa, para que isso aconteça temos grande estudo pela

frente, pois muita empresa hospitalar não possui ainda esta visão.

O objetivo desta pesquisa é mostrar o que na realidade precisamos para que

o cliente esteja satisfeito, bastando um atendimento com qualidade e conhecimento,

para isso procuramos treinar pessoas e qualificá-las, encontramos então um

mercado de trabalho cada vez mais exigente e com grande visão de escolha a mão

de obras cada vez mais qualificadas, diferenciando o atendimento e a recuperação

do cliente neste ramo de trabalho, mostrando a arte de gerenciar e servir cada vez

melhor as pessoas.

Alguns hospitais já estão colhendo resultados gratificantes com a Governança

Hospitalar, a seguir alguns aspectos que veremos mais para frente, o que a hotelaria

ligada com o capital humano oferece as instituições que investirem nesse processo:

 Oferecer o inesperado, surpreender e encantar;

 Oferecer não somente benefícios, mas também vantagens;

 Aumento de produtividade;

 A satisfação garantida dos clientes de saúde;

 Entusiasmo dos empregados com a nova proposta que facilita a

solução de várias situações difíceis;

 Marketing sem custo nenhum, visto que é praticado pelos

clientes de saúde satisfeitos, pois a hotelaria adaptada com

responsabilidade constitui por si uma ferramenta de marketing

de grande retorno.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão - Pessoas – Capital - Governança Hospitalar

11

2. Gestão de pessoas

Neste ambiente cada vez mais dinâmico e em constante mudança em que as

empresas estão inseridas requer certas práticas gerenciais e alguns princípios se

atualizem para acompanharem essas transformações tais como: propagar mais os

valores da organização, ter estratégias mais definidas, zelar pela qualidade de

produtos e serviços e acima de tudo a valorização do ser humano como principal

bem que a organização adquire. E um fator de destaque e importância no processo

de mudança para levar ao êxito as organizações, é a mobilização de pessoas que

são capazes, já que muitos processos dependem das pessoas para acontecerem.

Para Gil (2001:15),

“os administradores de hoje já não podem considerar os empregados

como meros recursos de que a organização pode dispor a seu bel-prazer. Precisam tratá-los como pessoas que impulsionam a

organização, como parceiros que nela investem seu capital humano e

que têm a legitima expectativa de retorno de seu investimento”.

Essa alteração tem a intenção de redefinir essa área de gestão incluindo

novas complexidades e dimensões para administrar pessoas. As pessoas como

percebemos em nossas relações sociais e no ambiente de trabalho, são diferentes,

sejam em suas perspectivas, em sua cultura, em suas aspirações, sendo preciso

definir estratégias e ações coletivas para se alcançar positividade nos resultados,

pois são bens incontáveis ou não contabilizados.

Portanto, a incessante busca nessa área é a mobilização de pessoas nas

organizações, tornando-se um desafio importante e muito decisivo, já que a maioria

das pessoas desconhece qual é a visão de sua empresa, qual é a missão, quais as

metas a serem alcançadas, enfim, os elementos institucionais que alavancam as

atividades e o propósito do trabalho das pessoas para a organização que visa o ser

humano em primeiro lugar e como fonte principal geradora da receita.

A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das

organizações bem-sucedidas e pelo porte de capital intelectual que simboliza, mais

do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.

(CHIAVENATO, 2004)

12

3. Definição de Gestão de Pessoas

Gestão de Pessoas é uma prática que conta com o auxílio das pessoas que

trabalham na organização para atingir os objetivos tanto organizacio nais quanto

individuais, sendo um suporte necessário para que um diretor, um gestor, um

gerente ou um supervisor executar suas funções administrativas, tais como:

planejar, dirigir, organizar e controlar, já que seu trabalho depende de uma equipe

(nesse caso de subordinados) para atingir suas metas e objetivos.

Gil, (2001:17) tenta definir o nascimento desta expressão, a

qual “aparece no final do século XX e guarda similaridade com outras

que também vêm popularizando-se, tais como Gestão de Talentos,

Gestão de Parceiros e Gestão de Capital Humano”

Estes termos, ao longo do tempo, vêm com força plena, visando substituir a

Administração de Recursos Humanos (sendo esta a mais comum das expressões

utilizadas), que “considera” as pessoas como recurso financeiro e material,

diferentemente da Gestão de Pessoas (doravante, chamaremos de GP) que procura

definir as pessoas como colaboradores ou parceiros e não funcionários ou

empregados.

Ao estudar a evolução histórica da prática da GP pode-se perceber que houve

uma mudança na concepção das pessoas e das organizações, ou seja, uma melhor

compreensão da importância que essas representam para o sucesso organizacional

e manter em plena constante o desenvolvimento e sustentabilidade no mercado

inserido.

Alguns autores defendem a nova era do capital humano, julgam muito

importantes, segundo Chiavenato (2004) gerir pessoas é uma responsabilidade de

quem lidera, supervisiona e gerencia uma equipe de funcionários, e é uma função do

staff (órgão de Recursos Humanos), ou seja, é o único a comandar sua equipe

(gerentes de linha),

Contudo, devemos ressaltar que este grupo conta com uma assessoria e

orientação do staff sobre as políticas e os procedimentos que a organização adota,

como uma área de consultoria interna. Isto tem se tornado uma necessidade para a

sobrevivência das companhias, e é uma realidade para as que possuem boas

expectativas e são bem-sucedidas em seu mercado de atuação.

13

Em suma: é a descentralização em relação às decisões e ações para com as

pessoas; este é, sem dúvida, um dos grandes desafios da G.P.

Nem sempre a relação entre gerentes de linha e especialistas de Recursos

Humanos são as mais amistosas, há conflitos quando há decisões a serem tomadas

sobre as mesmas pessoas.

“O conflito ocorre porque os gerentes de linha e os

especialistas de Recursos Humanos discordam sobre quem tem a

autoridade para tomar as decisões sobre as pessoas ou porque têm

diferentes orientações a respeito”. (CHIAVENATO, 2004:24).

14

A Gestão de Pessoas possui objetivos muito variados para contribuir com a

eficácia organizacional, tal como mostra o quadro abaixo.

OBJETIVOS PRÁTICAS / AÇÕES

 Pessoas motivadas e bem

treinadas

 Capacitar, reconhecer e preparar o

bem mais valioso (as pessoas),

proporcionando um melhor

desempenho no trabalho

 Atingir os objetivos e praticar a sua

missão

 Saber qual é a razão de ser da

organização, o negocio para

alcançar metas

 Tornar a organização competitiva  Empregar as competências e as

habilidades das pessoas no trabalho

tornando-as mais produtivas,

beneficiando tanto clientes, como

parceiros e funcionários

 Promover a satisfação e a

realização das pessoas no trabalho

 Tornar o trabalho adequado às

capacidades das pessoas, e estas

se identificarem com a tarefa

 Proporcionar e estar apto à

mudanças

 Atentar às novas tendências (muitas

vezes flexíveis e ágeis) e saber lidar

com elas para contribuir para o

sucesso da organização

 Aumentar e manter a qualidade de

vida no trabalho

 Desenvolver um programa que

procure satisfazer as necessidades

das pessoas, tornar o ambiente de

trabalho atraente e prazeroso, e que

a organização tenha a confiança de

seus funcionários

 Ser ética e ter responsabilidade

social

 Desenvolver suas atividades com

transparência e ética, garantir os

direitos básicos às pessoas e

difundir à todos da organização a

responsabilidade social

Quadro 1: Objetivos da Gestão de Pessoas, Chiavenato (2004)

15

3.1. Governança Hospitalar

Nós, brasileiros, descobrimos há pouco tempo os direitos que gozamos como

consumidores, e a idéia de servir no Brasil encontrou uma resistência muito grande.

Nossa cultura tem formação bastante diferente e isso impacta na forma com que

percebemos os fatos, antigamente a idéia de servir era vista como algo humilhante

ou inferior a outras profissões. Isso ocorre também na hotelaria convencional, muitos

profissionais afastavam-se de ocupações desse tipo, por não ser valorizadas pela

sociedade.

Hoje, após longos anos, a sociedade começa a valorizar os trabalhos ligados

aos serviços, pois começamos a sentir efeitos da Era Pós-Industrial. Muitos

colaboradores da área operacional estão migrando da indústria.

Portanto, a Governança hospitalar acabou tornando-se uma tendência

irreversível em quaisquer instituições de saúde, pois não se trata mais de uma

opção da empresa, mas de uma exigência do público que freqüenta hospitais e que

começa a habituar-se aos serviços de hotelaria existentes.

O conceito de governança hospitalar, que no Brasil surgiu há pouco tempo é

cada vez mais aprimorado e difundido pelos hospitais, pois a cada dia surge uma

necessidade emergente de vários fatores. Um dos principais fatores é o próprio

paciente, que começou a questionar e sentir necessidade de além da cura ou

tratamento, ter também segurança, conforto, bem estar para sua família e visitante s.

A grande transformação que estamos vivenciando, dar-se através da

globalização, pois através dela surgiram às mudanças de comportamentos e valores

dos clientes, ou seja, os hospitais também entraram nesse conceito e tiveram que se

reestruturar em todos os sentidos e setores.

Segundo Boeger (2003:24), umas das definições mais objetivas para

governança hospitalar é a reunião de todos os serviços de apoio, que, associados

aos serviços específicos, oferecem aos clientes internos e externos conforto,

segurança e bem-estar durante seu período de internação.

A diferença significativa entre a hotelaria convencional e os hospitais se volta

para os seus objetivos (razão de ser), os profissionais que atuam em seus interiores

e os resíduos que cada um produz. O hotel é o edifício onde se comercializa a

hospedagem de pessoas em trânsito ou não, com a oferta ou não de serviços

parciais e completos. Já o hospital é o edifício onde se comercializa os serviços de

saúde e de profissionais de saúde, resgatando a qualidade de vida ou trata de

16

doenças e problemas relativos à saúde. Oferece serviço médico-hospitalar,

hospedagem e alimentação completa.

Isso demonstra a importância da implantação de um setor específico da

hotelaria dentro dos hospitais para um resultado melhor nos serviços prestados, mas

a gestão hoteleira deve respeitar as regras e funções hospitalares, adaptando-se a

elas.

Em contrapartida, as funções hoteleiras devem ser vistas como a tradução da

qualidade pela prestação de serviços de atendimento e acolhimento, com base em

princípios operacionais e de gestão que devem ser aceitos, entendidos, absorvidos e

efetivamente exercidos por todo o corpo hospitalar.

Já é possível perceber que a arquitetura hospitalar e os serviços criativos têm

papel decisivo sobre as operações da hotelaria dentro de uma instituição hospitalar.

Porém, existem setores que estão incorporados aos serviços do hospital, e que

proporcionam conforto direto ao cliente.

Com essa transformação no conceito de abordagem ao enfermo, familiares e

visitantes, surgem também novas denominações para acompanharem essa

evolução histórica a contento. Todos os que passam por um hospital passaram a ser

chamados de clientes de saúde, por que todos eles são cliente para hotelaria, não

mais paciente como era antes, ele não espera e sim exige o que quer.

Assim todo o processo de prestação de serviço se adéqua as mudanças e a

qualidade, passa a ser algo intrínseco a tudo o que é produzido e servido ao ser

humano. E quando se trata de governança hospitalar o processo fica mais delicado,

pois são problemas bastante sensíveis que afetam o modo de vida. Enfoca a forma

de como o ser humano é beneficiado no tratamento mais sensibilizado e humano.

Por isso torno a enfatizar a necessidade de qualificação de mão de obra, com

conhecimentos técnicos e de prestação de serviço.

17

3.2. Capital intelectual

Ao longo de nossas vidas interagimos com um número infinito de pessoas e

de organizações, mesmo porque somos seres sociais e interativos, e não vivemos

isoladamente. Para Chiavenato (2004:22), “devido às suas limitações individuais, os

seres humanos são obrigados a cooperar uns com os outros, formando

organizações para alcançar certos objetivos que a ação individual isoladamente não

conseguiria alcançar (...)

Mas, o que são organizações? Para Argyris, (1975 apud Chiavenato, 2004) as

organizações são sistemas extremamente complexos. Elas revelam-se compostas

de atividades humanas em diversos níveis de analise. Organização é uma instituição

social, onde cada qual possui sua particularidade, seu tamanho e sua estrutura

organizacional, seu ramo de atividade, seu mercado de atuação, seus clientes,

enfim, atuam de acordo com seus objetivos e estratégias para alcançarem

resultados. São exemplos de organizações: empresas industriais, universidades e

escolas, bancos, lojas, igrejas, hospitais, restaurantes, entre outros.

No decorrer dos anos, as organizações passaram por etapas devido às

transformações e mudanças nas características de estrutura e de processos. De

acordo com Chiavenato (2004:24), “no decorrer do século XX, as organizações

passaram por três fases distintas: a era da industrialização clássica, industrial

neoclássica e a era da informação”, como mostra o quadro abaixo.

18

Industrialização

Clássica

Industrialização

Neoclássica

Era da

Informação

Período

1900-1950 1950-1990 Após 1990

Estrutura

Organizacio

nal

Predominan

te

Funcional, burocrática,

piramidal,

centralizadora, rígida e

inflexível.

Ênfase nos órgãos.

Matricial e mista com

ênfase na

departamentalização por

produtos/serviços ou

unidades estratégicas de

negócios.

Fluida e flexível,

totalmente

descentralizada

com ênfase em

redes de equipes

multifuncionais.

Cultura

Organizacio

nal

Teoria X.

Foco no passado, nas

tradições e nos

valores. Ênfase na

manutenção do status

quo.

Valor à experiência

anterior.

Transição.

Foco no presente e no

atual.

Ênfase na adaptação ao

ambiente.

Teoria Y.

Foco no futuro

destino.

Ênfase na

mudança e na

inovação.

Valor ao

conhecimento e à

criatividade.

Ambiente

Organizacio

nal

Estatístico, previsível,

e gradativas

mudanças. Poucos

desafios ambientais.

Intensificação das

mudanças e com maior

velocidade.

Mutável,

imprevisível,

turbulento, com

grandes e

intensas

mudanças.

Modo de

lidar com as

pessoas

Pessoas como fatores

de produção inertes e

estáticos, sujeitos a

regras e a

regulamentos rígidos

para serem

controlados.

Pessoas como recursos

organizacionais que

precisam ser

administrados.

Pessoas como

seres humanos

proativos, dotados

de inteligência e

habilidades e que

devem ser

motivados e

impulsionados.

Visão das

Pessoas

Pessoas como

fornecedoras de mão-de-obra.

Pessoas como recursos

da organização.

Pessoas como

fornecedoras de

conhecimento e

competências.

Denominaç

ão

Relações Industriais. Administração de

Recursos Humanos.

Gestão de

Pessoas.

Quadro 2: As três etapas das organizações no decorrer do século XX.

Fonte: CHIAVENATO, (2004)

19

É na Era que estamos vivenciando (a Era da Informação) que as atenções

estão todas voltadas para aqueles que são fornecedores de conhecimento e de

competências: as pessoas. São as pessoas que possuem inteligência,

conhecimentos, habilidades, percepções, criatividade etc.

Segundo Davel e Vergara (2001:31):

“pessoas não fazem somente parte da vida produtiva

das organizações. Elas constituem o principio essencial de sua

dinâmica, conferem vitalidade às atividades e processos, inovam,

criam, recriam contextos e situações que podem levar a organização

a posicionar-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada

com clientes, outras organizações e no ambiente de negócios em

geral”.

A capacidade de gerenciar o intelecto humano – e de convertê-lo em produto

e serviço útil – está rapidamente se tornando a habilidade executiva fundamental do

momento. Como resultado, as pessoas têm se interessado por capital intelectual,

criatividade, inovação e organização que aprende (QUINN;ANDERSON;

FILKELSTEIN apud Ulrich, 2000: 273).

Hoje, muitas organizações bem-sucedidas são inovadoras e ágeis, e esses

fatores são importantes para alcançarem sucesso e retorno maiores, pois a

organização se antecipa às demais. E de onde vem a criatividade e a inovação?

Vem por meio de idéias; que provem do conhecimento; e este está na cabeça das

pessoas. São os ativos intangíveis e invisíveis que estão assumindo rapidamente o

seu lugar (...). “Estamos nos referindo ao capital intelectual.” (Chiavenato, 2004:53).

O capital intelectual é constituído por organização, clientes e pessoas. E o

seu desdobramento se dá em capital interno, capital externo e capital humano

(figura 01). E este último representa boa parte do capital intelectual.

20

Capital

Intelectual

Figura 1 – Os desdobramentos do capital intelectual.

Fonte: CHIAVENATO, (2004)

Cultura

organizacional

Comportamento

no trabalho

Capital humano

Capital de

Talentos

Talentos

Pessoas dotadas

de competências,

habilidades e

conhecimentos

Capital externo

Capital de

clientes e de

fornecedores

Estrutura

Organizacional

Organização do

trabalho

Capital interno

Capital de

sistemas

internos e

conhecimento

corporativo

21

3.3. Capital humano

Diferentemente do que acontecia antigamente, onde as organizações se

preocupavam mais com seus ativos tangíveis e seu patrimônio físico, hoje aparece

com força total o capital humano. De acordo com Chiavenato (2004:54), “o capital

humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma organização. Capital

humano significa talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Mais do que

isso, capital humano significa capital intelectual. Uma capital invisível composto de

ativos intangíveis”.

Já para Spender (2001: 28) capital humano é “o conhecimento e as

habilidades, bem como a capacidade auto-reflexiva de identificar e encontrar novas

fontes de conhecimento e de habilidades – o que os gerentes, às vezes, denominam

de „iniciativa‟ ou de criatividade, ou de uma capacidade empreendedora de auto -iniciativa”.

O capital humano pode valer mais ou menos de acordo com os talentos e

competências que proporcionem algum valor para a organização, e que a torne mais

competitiva e ágil. E para que o valor do capital seja maior, é preciso que a

organização utilize elementos alavancadores muito importantes:

Autoridade: dar poder às pessoas para que elas possam tomar decisões

independentes sobre ações e recursos. Nesse sentido, cada líder reparte e delega

autoridade às pessoas para que possam trabalhar de acordo com o que elas

aprendem e dominam. Ou seja, dar autonomia às pessoas. É o chamado

emporwerment.

Informação: fomentar o acesso à informação ao longo de todas as fronteiras.

Criar condições para disseminar a informação e torná-la útil e produtiva para as

pessoas no sentido de facilitar a tomada de decisões e a busca de novos e

diferentes caminhos.

Recompensas: proporcionar incentivos compartilhados que promovam os

objetivos organizacionais. Um dos mais fortes motivadores é a recompensa pelo

trabalho bem-feito. A recompensa funciona como um reforço positivo e como um

sinalizador do comportamento que a organização espera de seus participantes.

22

Competências: ajudar as pessoas a desenvolver as habilidades e

competências para utilizar amplamente a informação e a autoridade. É assim que se

criam talentos na organização: definindo as competências que a organização precisa

para alcançar seus objetivos e criando condições internas para que as pessoas

aprendam e desenvolvam tais competências da melhor maneira possível.

Pode-se notar que algum tempo atrás as pessoas eram tidas nas

organizações como meros recursos humanos, ou seja, como algo passivo, que

possuem uma atividade rotineira e que utilizam a parte física ou muscular no

trabalho. Mas, na Era da Informação as pessoas têm atividades que requer mais o

uso de sua inteligência, de sua capacidade de pensar.

Esta na hora de refletir sobre alternativas às expressões materiais humanos e

recursos humanos e, principalmente, sobre nossa conduta em relação ao tratamento

dispensado as pessoas, ou melhor, a essa fonte de riqueza inesgotável, que é capaz

de reverter quadros difíceis na organização.

Levando essas reflexões ao ambiente hospitalar, onde a qualidade dos

serviços médico-hospitalares e médicos perceberão quão importantes são as

valorizações das pessoas para a consecução dos objetivos organizacionais.

De acordo com essa importância será descrito no próximo capítulo a

governança hospitalar e logo a seguir a importância dos dois itens trabalharem

juntos na área de governança hospitalar que é a nova tendência de mercado para

todas as instituições da área da saúde.

23

4. Governança Hospitalar X Capital Humano

A hotelaria é a arte de oferecer serviços repletos de presteza, alegria,

dedicação e respeito, fatores que geram satisfação, o encantamento do cliente e

principalmente a humanização do atendimento e do ambiente hospitalar.

A Governança Hospitalar agregada aos serviços da saúde, à parte de tratar

do cliente da saúde que muitas vezes não está internado em um hospital por

escolha, assim surge a real e fundamental importância da governança hospitalar nos

dias de hoje.

Existe uma tendência muito grande para o desenvolvimento desse termo, pois

no passado, os clientes da saúde procuravam pelo serviço hospitalar, isto é, por um

hospital que pudesse oferecer o atendimento médico, exigiam apenas os benefícios

do atendimento, tratamento médico, médicos competentes, tecnologias de ponta,

instalações e equipamentos novos.

Ao passar dos tempos essa visão foi mudando e o cliente de saúde, percebeu

que ele podia exigir mais e com mais qualidade, sofisticação e humanização, por

que tecnologia, conhecimento técnico e científico estão ao alcance de todas as

instituições e são pré-requisitos básicos para qualquer um.

Com isso, entendemos que os clientes da saúde estão mais e mais exigentes

e conscientes do que podem exigir e nisso entre o local, ambiente físico que é o

hospital, tirar a cara de hospital, o cheiro abominável de éter, aquelas cadeiras de

rodas e macas logo na entrada, tudo isso ficou para trás, são coisas do passado.

Porém ao adaptar-se a essa nova atitude, observamos que a peça

fundamental para ocorrer essa mudança e a transformação exigida pelo cliente de

saúde, é o ser humano, o colaborador de cada instituição, é ele que vai dar cara e

vida para essa nova era do capital humano como principal bem para organização.

No contexto hospitalar a tecnologia, os equipamentos de ponta, não são nada se

não forem agregados e conciliados aos seres humanos.

Na governança hospitalar essa conscientização é fundamental para o

desenvolvimento da forma ideal, pois os serviços hoteleiros são prestados para

surpreender, cativar e satisfazer o cliente de saúde e nada melhor do que ser

humano tratar e entender todas as necessidades de outro ser.

Entendermos que o ser humano é de suma importância para as instituições

24

da saúde e para muitas as atividades são insubstituíveis, porém para o bom

desenvolvimento desse conceito necessitamos entender e nos alertamos que isso

só vai funcionar da forma correta quando os gestores entenderem que cada

colaborador é um centro de lucro e não de custos. A investida na mão de obra tem

que ser grande e passar a real importância do papel deles para o desenvolvimento e

futuros dos hospitais e da governança hospitalar, pois a pessoa que presta o serviço

é quem determina, em grande parte, a maneira pela qual o receptor percebe.

O capital humano evidenciando dentro da governança hospitalar vê o hospital

como um hotel, com uma clientela com necessidades diferenciadas e com um maior

grau de sensibilidade, portanto, agregar serviços oferecidos em hotéis a esse

público tornará sua convalescença menos traumatizante e menos desgastante para

os clientes de saúde.

Entretanto a visão e missão do capital humano e governança hospitalar

dentro do hospital vai alem do cliente de saúde, ele apóia também os

acompanhantes, familiares, visitantes, pois eles são os suportes do tratamento dos

internados e na grande maioria das vezes eles são os principais propagadores da

imagem da instituição que estiveram, pois quando o atendimento é humano, cordial,

deixará uma marca indelével em sua vida.

25

4.1 A Hotelaria e sua Evolução

Ninguém sabe precisar exatamente quando e como surgiu a atividade

hoteleira no mundo. Mas, os indícios levam a crer que esta atividade tenha se

iniciado em função da necessidade natural que os viajantes têm em procurar abrigo,

apoio e alimentação durante suas viagens.

De acordo com o livro Introdução a Turismo e Hotelaria, editado pelo SENAC-Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, a primeira notícia sobre a criação de

um espaço destinado especificamente à hospedagem vem de alguns séculos antes

da era cristã,quando na Grécia Antiga, no santuário de Olímpia, eram realizados os

jogos olímpicos.

Para esses eventos, foram construídos o estádio e o pódio, onde se

homenageavam os vencedores e ficava a chama olímpica. Mais tarde, foram

acrescentados os balneários e uma hospedaria, com cerca de 10 mil metros

quadrados, com o objetivo de abrigar os visitantes. Essa hospedaria teria sido o

primeiro hotel que se tem notícia.

A evolução da hotelaria sofreu grande influência dos gregos e especialmente

dos romanos, que tendo sido ótimos construtores de estradas, propiciaram a

expansão das viagens por todos os seus domínios e, conseqüentemente, o

surgimento de abrigos para os viajantes. A Bretanha, por exemplo, durante muitos

séculos dominados por Roma, incorporou à sua cultura a arte de hospedar, e ao

longo de suas estradas se multiplicavam as pousadas. Essa mesma tendência era

comum a quase todos os países europeus, igualmente influenciados pelos romanos.

Como naquela época os meios de transportes não percorriam mais do que 60

quilômetros diários, as viagens quase sempre duravam alguns dias. Disso resultou o

estímulo à criação das hospedarias que, em Roma, obedeciam a regras muito

rígidas; por exemplo, um hoteleiro não poderia receber um hóspede que não tivesse

uma carta assinada por uma autoridade, estivesse ele viajando a negócios ou a

serviço do imperador.

Nas grandes e refinadas mansões, amplos "hotéis" situados ao longo das

principais vias, tais normas eram seguidas à risca, o que não acontecia nas

pequenas pousadas que proliferavam nas redondezas das mansões. Essas

hospedarias eram muito numerosas e chegavam a dar nome a certas regiões e a

alguns locais de entretenimento, como os circos.

26

Essa época de intrigas políticas e intensa luta pelo poder, os magistrados

mantinham essas pousadas sob vigilância, já que civis e militares, além dos

funcionários dos correios, ali se hospedavam. Isso levava as autoridades a

colocarem os donos de pousada em sua folha de pagamento, para que eles

relatassem tudo que ouvissem de seus hóspedes. A lei obrigava a manter vigília à

noite, visando à segurança dos hóspedes, de quem era obrigatório anotar os nomes,

a procedência e a nacionalidade.

Esse panorama continuou mais ou menos inalterado até o final da Idade

Antiga. Com a queda do Império Romano, as estradas vieram a ser menos usada,

em razão da falta de segurança. Esse fato diminuiu o número de hóspedes,

prejudicando seriamente as pousadas. Desse modo, a hospedagem passou a ser

oferecida pelos monastérios e outras instituições religiosas, bem mais seguras e

confiáveis.

De início um serviço informal, essa hospitalidade dispensada pelos religiosos

tornou-se, mais tarde, uma atividade organizada, com a construção de quartos e

refeitórios separados, e monges dedicados ao atendimento dos viajantes.

Posteriormente, foram construídos prédios próximos aos monastérios, destinados

exclusivamente aos hóspedes dando origem às pousadas.

Nesses abrigos, os hóspedes eram obrigados a cuidar da própria

alimentação, da iluminação (velas, lampiões, etc) e das roupas de dormir. Além

disso, os viajantes dependiam da boa vontade e da acolhida dos responsáveis pelas

pousadas.

No século XII, as viagens na Europa voltavam a se tornar mais seguras, e

rapidamente as hospedarias se estabeleceram ao longo das estradas. Aos poucos,

diversos países implantavam leis e normas para regulamentar a atividade hoteleira,

especialmente a França e a Inglaterra.

A França, por exemplo, já dispunha de leis reguladoras dos estabelecimentos

e dos serviços hoteleiros no ano de 1254 (século XIII), enquanto na Inglaterra isso

aconteceu em 1446 (século XV). No ano de 1514 (século XVI), os hoteleiros de

Londres foram reconhecidos legalmente, passando de hostelers (hospedeiros) para

innnholders (hoteleiros).

Em 1589, foi editado pelos ingleses o primeiro guia de viagens de que se têm

notícia, definindo de modo claro os diferentes tipos de acomodações disponíveis

para viajantes a negócio ou passeio.

No interior da Inglaterra, muitas pousadas se desenvolveram a partir dos

27

monastérios que fechavam suas portas. Alguns modernos hotéis ingleses, sem

dúvida, tiveram essa origem, a exemplo do New Inn, em Gloucester, e o George ,

em Glastonbury.

Em 1650 (século XVII), consolidou-se na Europa um meio de transporte que

teve grande influência na expansão da hotelaria: as diligências, carruagens puxadas

por cavalos.

Durante quase 200 anos, esses veículos circularam pelas estradas européias,

garantindo um fluxo constante de hóspedes para as pousadas e hotéis. Convém

notar que muitos serviços de diligências foram estabelecidos pelos próprios

hoteleiros, que assim conseguiam assegurar clientela para seus estabelecimentos.

Até o fim da era das diligências, em torno do ano de 1840 - quando surgiram

as ferrovias -, os terminais de trota e os estábulos ficavam instalados nas pousadas.

Velhos estabelecimentos foram reformados ou reconstruídos, outros novos surgiram

em estradas que levavam às capitais, devido ao intenso tráfego das diligências.

Algumas das maiores pousadas daquele período foram projetadas

especificamente para se integrar com esse meio de transporte, fazendo o papel de

estação de chegadas e partidas. Dispunham de escritório de reservas e salas de

espera; além disso, muitas dessas "estações” possibilitavam ao viajante fazer

reservas e comprar passagens de diligências, de várias rotas, a partir da pousada o

Hotel Royal, na Inglaterra, por exemplo, tinha um total de 23 linhas.

Com a chegada das ferrovias, as diligências praticamente desapareceram, e

a rede hoteleira que delas dependia sofreu um golpe rude, já que as ferrovias eram

um meio de transporte muito mais rápido, o que resultava em viagens de menor

duração. Muitos hoteleiros não conseguiram se adaptar aos novos tempos, já que

estavam habituados com determinadas regras de hospedagem.

Dessa maneira, muitos hotéis fecharam suas portas ou reduziram seu

tamanho, enquanto outros estabelecimentos conseguiram acompanhar as novas

regras e se ambientar com o novo meio de transporte. Novos hotéis foram

construídos, próximos às estações ferroviárias, a exemplo de Euston, em Londres.

No final do século XIX., os hóspedes tinham se tornado mais exigentes e

surgiram então hotéis de grande luxo, como os famosos Savoy, Ritz, Claridge,

Carlton e outros, acompanhando a tendência dos fabulosos trens e navios de

passageiros da época.

Hotéis e hospitais originaram-se do mesmo tipo de empreendimento:

albergues que abrigavam viajantes e peregrinos que viajavam de povoado em

28

povoado e recebiam também enfermos, o que ocorre até hoje em empreendimentos

como hospitais que possuem estruturas físicas muito parecidas com as dos hotéis.

Os hospitais, assim como os hotéis, fazem parte de um mesmo grupo, que é

chamado de meio de hospedagem. A definição oficial brasileira para hotel, conforme

a Resolução CNTUR n. 1.118, de 23 de outubro de 1978, art. 11, é a seguinte:

“Estabelecimento comercial de hospedagem, que

fornece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação

eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de

alimentação, além dos demais serviços inerentes à atividade

hoteleira”

Para colocar na prática, foi selecionado um texto o qual define claramente a

importância da governança hospitalar na era atual, relatando a extrema necessidade

de uma governança hospitalar com expansão de mão de obra e conhecimento,

fluindo uma qualificação exemplar nos hospitais atuais, levando em consideração a

expansão do conhecimento retido pela história em uma van guarda de grande calor

humano. Segue abaixo;

29

5. Texto Complementar

O novo conceito na hospedagem do cliente

A hotelaria hospitalar não fazia parte do contexto do hospital brasileiro até há menos de 10 anos.

Desde que o médico fosse competente e o hospital aparentemente limpo, nada mais importava para

o paciente. Nesse período, quem buscava o hospital para cuidar da saúde era também o paciente,

significando que ao entrar no ambiente hospitalar ele deixava de ser cidadão, de ter vontade própria,

de ter direitos e passava a ser passivo (daí o nome, paciente), obedecendo às ordens médicas e da

enfermagem. Esse tempo passou. Agora quem busca o hospital não é mais paciente: é um cidadão

que sabe de seus direitos e suas respon-sabilidades. Ele vai a procura de solução para seus

problemas e sente-se com direito de ser bem atendido. É um cliente que vai comprar um produto, que

é o tratamento e a assistência que o hospital oferece.

A partir desse momento, o hospital começa a perceber que precisa cor-responder não só às

necessidades do cliente, mas também às suas expectativas. Começa a se preocupar com a

concorrência e parte em busca de um diferencial para atrair o cliente. Já não basta a competência do

médico, do enfermeiro e nem a aparência limpa do hospital. O cliente quer ciência e tecnologia, mas

também conforto e segurança. Quer que seus medos sejam minimizados e o ambiente branco e

aparentemente estéril do hospital tradicional não lhe é favorável. Ele quer continuar em contato com o

mundo, agora não só através do telefone, mas ele quer televisão, jornais, revistas. Enfim, o paciente

não quer se sentir excluído da sociedade e exige um ambiente com aspecto que lembre mais um

hotel e que cause menos estresse. Nesse momento, o hospital reco-nhece que precisa mudar o seu

conceito de hospedagem para proporcionar ao cliente em vez de um ambiente frio e impessoal, um

ambiente agradável e humanizado, ainda que muito complexo.

Pela sua preocupação com o bem-estar, a governança hospitalar é voltada para uma contínua busca

da excelência, conciliando os objetivos do hospital com o ato de hospedar, sem perder de vista a

especificidade de sua clientela. Embora o foco principal seja o tratamento e a assistência, o hospital

passa a investir nos serviços que envolvem a hospe-dagem, reconhecendo o paciente e o seu

acompanhante como clientes.

A estrutura da governança hospitalar varia de amplitude de um hospital para outro, principalmente

porque ainda não é um serviço completamente sedimentado e, como tal, não faz parte do cenário

rotineiro de todo hospital. Em geral, a estrutura básica da hotelaria é constituída pela governança

(lavanderia, rouparia, cama-reiras, higiene, limpeza e gerenciamento de resíduos sólidos), nutrição e

dietética. Muitos hospitais já contam com lanchonete e restaurante. Fazem parte também paisagismo,

jardinagem, segurança pessoal e pa-trimonial, recepção, serviços de aten-dimento, manutenção,

estacionamento, loja de conveniência, floricultura, áreas de lazer (cybercafé, sala de jogos,

brinquedoteca, por exem-plo). Além disso, poderá disponibilizar para o cliente que não quer perder

contato com seu escritório, toda infra-estrutura de apoio, como fax, xerox, internet e motoboy.

Desde o momento em que o hospital passou a se preocupar com a qua-lidade do atendimento, a

humanização do serviço prestado passou a ter uma enorme importância, pois atender pessoas com

problemas de saúde requer uma maneira especial de comunicação, o que exige treinamento do

pessoal que presta o serviço. Pode parecer óbvio que o atendimento no hospital deva ser

essencialmente humano, mas na realidade isso ainda não é uma verdade para todas as instituições.

Segundo o Manual de Humani-zação do Ministério da Saúde, publicado no ano passado, "humanizar

é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, para que o sofrimento humano, as percepções de

dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam

reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça do outro palavras de

reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação

com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Em resumo: sem comunicação, não há

humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo

com nossos semelhantes".

30

Somente ciência e tecnologia não bastam para atender bem o cliente. Ao contrário, quando apenas

esses aspectos são considerados, o atendimento é desumano, pois não consi-dera o sentimento das

pessoas envolvidas. A governança hospitalar tem importante papel a desempe-nhar para agregar

valor à qualidade da assistência prestada ao cliente, não só de maneira direta, como também por

meio das interfaces com os diversos serviços hospitalares.

Não é suficiente apenas fazer mu-danças na estrutura organizacional do hospital, remanejando

serviços ou criando novos para se implantar o conceito de governança hospitalar. É necessário –

aliás, fundamental –, uma mudança na cultura organizacional.

Todos sabem que mudanças envolvem resistências. O ser humano sente-se muito mais seguro

quando tudo permanece igual. Mudanças em geral envolvem valores e crenças, daí a dificuldade que

as pessoas sentem em mudar suas atitudes, conceitos, enfim, sua maneira de dar sentido ao seu

trabalho. Se cultura organizacional "é um conjunto de crenças, valores e normas partilhados pelos

colaboradores" pode-se inferir que a implantação do novo conceito de governança hospitalar vai

requerer uma firme liderança, definição clara de objetivos e, acima de tudo, treiname nto de todos os

membros da equipe para que compreendam e aceitem essas mudanças. Dessa maneira, a mudança

passa a ser vista como uma oportunidade e não como uma ameaça, sendo abraçada pela equipe e

não mais evitada.

A implantação de um novo conceito de governança hospitalar envolve planejamento. O primeiro

passo é a revisão de todos os fluxos da estrutura física do hospital, dos processos e das interfaces

entre todos os serviços existentes para que seja feito um diagnóstico. É necessário que todos os

serviços básicos da hotela-ria hospitalar – governança, segurança patrimonial, estacionamento,

paisagismo e jardinagem, nutrição e dietética –, tenham a sua gestão focada no cliente e na

qualidade da assistência prestada. De acordo com a criatividade e o padrão de qualidade de serviço

a ser oferecido, a governança hospitalar ainda pode proporcionar ao cliente aquilo que ele nem

espera, como por exemplo, salão de beleza, loja de conveniência, agregando dessa maneira, um

dife-rencial competitivo ao hospital.

Se hotelaria "quer dizer hospitalidade, ato de hospedar, de acolher com satisfação e prazer" é

indispensável que as pessoas que acolhem o cliente no hospital estejam cons -cientes da importância

do seu papel e que busquem continuamente sua capacitação para prestar um serviço que

proporcione o encantamento do cliente. Somente a estrutura física e equipamentos de ponta não

serão suficientes. As pessoas é que fazem a diferença no atendimento, sendo indispensável o

reconhecimento, pe-la empresa de saúde e pelo própr io serviço de governança hospitalar, para criar

condições para motivar e reter os talentos que agregam valor à assistência prestada.

31

6. Avanços Tecnológicos em Hospitais Privados

Com a tecnologia cada vez mais eficaz e exigente, o mercado solicita mão de

obras qualificadas e ativa na área hospitalar, principalmente no setor de

gerenciamento de leitos.

Os pacientes quando doentes não imaginam a importância do setor de

Governança Hospitalar, porém à medida que sua melhora chega, observa com

detalhe todo o acontecido em sua internação, com isso fideliza ao serviço hospitalar

que está sendo prestado, isso acontece na próxima debilitação de saúde ou saúde

de seus entes queridos através de indicação, caso esta impressão não seja boa,

infelizmente perde-se clientes.

Há pouco tempo os hospitais encontraram uma melhor saída para que este

atendimento seja fidelizado, o setor de Gestão de Leitos, este setor invade o

mercado interligando vários setores no hospital, são eles:

 Camareira;

 Manutenção;

 CCIH;

 Enfermagem;

 Nutrição;

 Compras;

 Recepção;

 Coordenação médica;

 Higiene;

 Rouparia;

 Qualidade, entre outros.

O serviço de hotelaria foi adaptado para a área hospitalar, ficando a decisão

dos hospitais como seria feito esta adaptação.

Uma das formas de instaurar a governança hospitalar, na visão de Taraboulsi

(2004) é a departamentalização, na qual os serviços são agrupados em unidades

organizacionais considerando aspectos semelhantes de cada serviço.

Boerger (2005) sugeri que os serviços de hotelaria no

hospital sejam centralizados sob uma mesma diretoria ou gerencia

para que o processo de tomada de decisões parta de um mesmo

ponto de vista, minimizando eventuais conflitos.

32

6.1Como funciona a Governança em hospitais de grandes portes?

Hospital Beneficência Nipo Brasileiro

No Hospital Nipo Brasileiro, a gestão de leitos é ligada ao setor de internação,

este setor cuida da distribuição de leitos limpos e organizados para que os clientes

queiram estar em suas instalações.

Os setores interligados como manutenção, camareira, SND etc. são ligados a

outra chefia, porem trabalha em conjunto com a gestão de leitos, informando quais

leitos devem ser liberados para o uso.

Com isso o hospital volta para o conforto e estabilidade cada vez melhor de

seus clientes, mostrando que pode ser instalada a governança hospitalar para

facilitar e melhorar a vida de clientes doentes, voltada a uma continua busca da

excelência. Segue o organograma do hospital;

Superintendência

Geral

Qualidade

Assessoria de

Comunicação

Auditoria Processos

Internos

Comissão

Planejamento Estratégico

Jurídico

Marketing

Superintendência

Da Sustentabilidade

Superintendência

De Enfermagem

Superintendência

Clínica

Superintendência

Técnica

Superintendência

Administrativa

Finanças e

Controladoria

Serviço Social

Ambulatórios

Equipe de

Enfermagem

Comissões

C.Cirúrgico

PAA/PAI

Sadt

Internação

CME

Ed. Continuada

UTI/UCO

Equipe Médica

Ambulatórios

C. Cirúrgico

UTI/UCO

Internação

Sadt

PAA/PAI

Comissões

A. Farmacêutica

Samis

A. Nutricional

Laboratório

OPME

Adm. Terceiros

SADT

Ambulatórios

PAA/PAI

Auditoria

C. Cirúrgico

CCIH

Finanças

Contas a Pagar

Glosas

Faturamento

Tesouraria

Caixa

Contas a receber

Custos

Contabilidade

Recepção

Internação

Gestão de leitos

Hotelaria

Higiene

Rouparia

Comercial

Call Center

Telefonia

Engenharia

Clínica

Logística de

Eventos

Adm. Terceiros

Manutenção

Predial

Compras

Gestão de

Pessoas

Logística

Suprimentos

Almoxarifado

Farmácia

Segurança

Patrimonial

Transporte

Seleção

Grêmio

SEESMT

Treinamento

Folha

Benefício

Aud Médica

Aud. Externos

Aud. Enfermagem

TI

Internação

UTI/UCO

33

Hospital Nove de Julho

Conforme consta nos sites do hospital, conta com uma estrutura completa de

acomodações e serviços de governança hospitalar para receber os paciente e seus

acompanhantes. Os apartamentos oferecem toda comodidade encontrada em hotéis

de alto padrão: TV LCD. TV a cabo, ar condicionado, fribobar e acesso a internet. O

serviço conta co profissionais hoteleiros Especialmente dedicados a atender

qualquer solicitação: serviço de estética, manicure, lavanderia, floricultura, correio,

entre outros serviços.

A equipe de Hotelaria visita, diariamente, todos os apartamentos para

identificar e atender, de maneira ágil, as necessidades pontuais. O setor de

Governança, responsável pelas áreas de higiene e lavanderia, está disponível 24

horas para qualquer solicitação extra.

Tudo é planejado para acolher cada vez melhor os pacientes e familiares

sempre com calor humano.

Desde o final de 2009, o hospital conta com um andar VIP, batizado de H9J

Unic, onde um conciergge e um mordomo ficam a postos para atender as

necessidades dos pacientes. Unic possui oito apartamentos e três suítes que estão

localizados no 2° andar.

O atendimento é todo especial: quando o cliente chega não precisa fazer o

check-in (internação) na recepção. Ele é encaminhado diretamente para o quarto, de

modo que a recepcionista se desloca junto com a conciergge para fazer o check-in

no ambiente. O mordomo desfaz as malas e as coloca nos armários. Um menu de

jornais e revistas e amenities é disponibilizado para o cliente escolher. Um chefe de

cozinha vai ao apartamento para combinar o cardápio. Além disso, existe uma sala

independente para o acompanhante, com frigobar, internet, televisão, café e petit

fours.

O preço do andar Vip, segundo Veridiana, é cerca de 40% maior do que a

média da diária comum do Nove de Julho.

34

Isso faz o diferencial do atendimento, mostra que os pacientes são um foco de

desenvolvimento e crescimento empresarial, para isso contam com profissionais

qualificados e bem diferentes dos demais hospitais.

Muitas vezes o valor a ser pago não faz diferença, o que faz a diferença é

realmente o atendimento a ser fornecidos, com qualidade e unidades.

35

7. A Humanização relacionada com a Governança Hospitalar

Segundo o Manual de Humanização do Ministério da Saúde, publicado em 2006:

“Humanizar é garantir á palavra a sua imagem ética.

Ou seja, para que o sofrimento humano, as percepções de dor ou de

prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito

expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda que esse

sujeito ouça do outro, palavras de reconhecimento. É pela linguagem

que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com

o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Em resumo:

Sem comunicação, não há humanização. A humanização depende de

nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com

nossos semelhantes”.

A humanização no ambiente hospitalar, nos mostra que somente ciência e

tecnologia não bastam para atender bem o cliente, ao contrario, quando apenas

esses aspectos são considerados, o atendimento é desumano, então um hospital

com tecnologia desenvolvida pode não fornecer ao doente o necessário, pois não

considera o sentimento das pessoas envolvidas.

A Governança hospitalar tem um importante papel a desempenhar,

agregando valores á qualidade da assistência prestada ao doente, não somente de

maneira direta, mas também por diversos serviços prestados para garantir a

satisfação do cliente.

“O triunfo da hotelaria está na humanização no

ambiente hospitalar: serviços eficientes que encantam, cores suaves,

plantas e jardins bem cuidados e, principalmente, pessoas

entusiasmadas interagindo com os cliente de saúde, permanente,

marca registrada da satisfação e do amor pelo trabalho realizado. Os

clientes de saúde (enfermos, familiares, acompanhantes, visitantes)

sentem-se confiantes e motivados quando a solidariedade apresenta-se estampada nos semblantes de todos os envolvidos no seu

atendimento”. (TARABOULSI, 2003, p.40)

Humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se

oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportam ento, que sempre

despertam insegurança.

36

Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não

estão prontos nem em decretos nem em livros, não tendo características

generalizáveis, pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu

processo singular de humanização. (MARTINS, 2001).

De acordo com a Política Nacional de Humanização (Brasil, 2005), a

humanização é um pacto, uma construção coletiva que só pode acontecer a partir da

construção e troca de saberes, através do trabalho em rede com equipes

multiprofissionais, da identificação das necessidades, desejos e interesses dos

envolvidos, do reconhecimento de gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos

ativos e protagonistas das ações de saúde.

Pesquisas realizadas em hospitais mostram que quando se trabalha com

humanização a melhora do ambiente hospitalar traz benefícios como a redução do

tempo de internação, aumento do bem-estar geral dos pacientes e funcionários,

diminuição das faltas de trabalho entre a equipe de saúde, e, como conseqüência, o

hospital também reduz seus gastos, trazendo benefícios para todos. (Martins, 2001;

Mazzetti, 2005).

Foto 1: UTI do Hospital Lúcio Rabelo

Técnicas de boa recepção em hotéis ajudam a humanizar hospitais

“Quantos hospitais ainda vivem na ilusão do sucesso

do passado? Acreditam que a tecnologia avançada, corpos clínicos

competentes e médicos famosos continuam sendo o melhor

investimento, a melhor estratégia para conquistar o mercado.

Enganam-se esses administradores arcaicos que continuam

embriagados pelo sucesso do passado. No contexto global de hoje,

37

existem limites para a consecução da produtividade nos hospitais

através da tecnologia, equipamentos e conhecimento técnico-científico; porém, quando esses limites são atingidos, só há uma

coisa a fazer para melhorar e manter-se no mercado tão competitivo:

investir na humanização, a última descoberta da tecnologia moderna”.

(TARABOULSI, 2003, p. 31 e 32).

Conforme Lisboa (2002) a hotelaria é um conjunto de serviços

disponibilizados aos clientes internos (funcionários) e aos clientes externos

(pacientes e acompanhantes), com o objetivo de oferecer conforto e bem estar,

assistência, segurança e qualidade no atendimento, agregando toda prática

profissional existente na instituição de saúde, tendo o objetivo de conciliar a saúde e

o ato de hospedar bem, tornando o ambiente mais aconchegante e acolhedor para a

família do paciente.

A governança na área hospitalar sempre existiu integrada ás atividades dos

profissionais de saúde que além dos cuidados com os seus clientes, acumulavam

mais esta função em conjunto com a mão de obra não tão qualificada e

especializada para tal.

38

8. Serviços em comum: hotel X hospital

O quadro abaixo mostra o que há de comum entre hospitais e hotéis, porém

para publico bem diferentes.

Quadro 03: Serviços em comum entre hotel e hospital

Hotel Hospital

Recepção – check-in e check-out Recepção – internação e altas

Conciergeria (portaria social) Balcão de informações

Alimentos e bebidas Nutrição e Dietética

Lavanderia Lavanderia

Reservas Agendamento ou programação

Fonte: Taraboulsi, 2003

Como na hotelaria em hotel, o hospital também pode usufruir de serviços que

podem ser adaptados em governança hospitalar, segue quadro abaixo:

Quadro 4: Serviços de hotelaria a serem implantados nos hospitais.

Serviços de mensageiro e capitão porteiro

Governança: governanta e camareiras

Room service: serviço de quarto para os clientes de saúde

Restaurantes para familiares, acompanhantes e visitantes.

Departamento de eventos para promover seminários, congressos, cursos e

reuniões, etc.

Serviços de lazer: sala de leitura, biblioteca, jogos, ginástica, músicos, e pequenas

apresentações nas áreas sociais e passeios pela cidade, etc.

Fonte: Taraboulsi, 2003.

39

Quadro 5: Comparação nos serviços existentes em hotéis e hospitais.

Hotel Hospital

As reservas são solicitadas por pessoa

física, empresa, operadora ou agência

de viagem, desde que sejam oferecidas

as devidas garantias.

As reservas de internação são solicitadas

pelo médico ou sua secretária.

Programação de curto, médio e longo

prazo.

Programação de curto prazo.

As reservas de particulares são

garantidas através de adiantamentos

(depósitos). As de agências de turismo,

operadoras e empresas são garantidas

através de documentos – fax, e-mail,

carta, voucher etc.

As internações de clientes de saúde

particulares são negociadas com

antecipação para evitar surpresas no ato

da alta. As internações de associados dos

convênios são tratadas de forma

responsável e com antecedência,

explanando aos clientes de saúde as

devidas coberturas.

As reservas determinam o limite de

despesas de cada hóspede: cobertura

de diárias, refeições, chamadas

telefônicas etc.

As despesas das internações, a principio,

podem ser previstas, porém há

intercorrências e outros fatores que as

alteram.

Há garantia de no show na maioria das

solicitações, isto é, o não

comparecimento do hóspede acarretará

a cobrança da primeira diária.

Não há garantia de no show, aliás, esse

termo não existe na atividade hospitalar;

o não-comparecimento não acarretará

cobrança alguma.

As reservas têm um prazo estabelecido

para o cancelamento.

As internações não têm prazo para o

cancelamento, podem ser antecipadas,

canceladas ou adiadas, conforme a

orientação médica ou estado clínico do

paciente, respeitando, claro, a

programação do hospital.

Em dias de over-booking (lotação além

da capacidade instalada), podem-se

recusar reservas.

Em dias de over-booking, não se podem

recusar internações de urgência – ponto

de desequilíbrio-, que comprometem a

programação.

40

UP-Grad: é a acomodação de um

hóspede num apartamento superior com

diárias de apartamento inferior.

Geralmente é utilizado para pessoas vip

ou em situações que exigem a

reparação de uma falha de atendimento.

UP-Grad: é a acomodação de um cliente

de saúde (pessoa enferma,

acompanhante) em unidade de

internação. Geralmente é utilizado para

pessoas vip ou em situações que exigem

a reparação de uma falha de

atendimento.

Fonte: Taraboulsi, 2003.

São existentes algumas convergências referentes às adaptações dos serviços

de hotel para a governança hospitalar, como por exemplo, over-booking,a negativa

para clientes, coisa que no hotel é comum, porém para o hospital é impossível.

Porém entre outras é perfeitamente adaptável a área hospitalar, para isso

novamente enfatizo a mão de obra qualificada.

41

9- Arquitetura e Governança hospitalar.

De acordo com Boeger (2003), já existem empresas de arquitetura

especializadas em projetos hospitalares, onde muitos serviços poderão ser previstos

como ponto de água, ramal telefônico, acesso adequado para serviços diversos os

quais refletem conforto na infraestrutura. Alguns exemplos como: floricultura,

fraldário, espaço ecumênico, lojas de conveniência etc.

“A prestação de serviços é alicerçada no

desempenho humano e prestar bons serviços depende da qualidade

do desempenho. Portanto aperfeiçoar serviços é aperfeiçoar

desempenho humano, o que é possível, principalmente através de

treinamento. No entanto, o que se observa é que há necessidade de

treinar os indivíduos em qualquer situação. Os funcionários novos

devem receber orientação para desempenhar suas funções. Os

funcionários experientes devem acompanhar as mudanças no

mercado e as diferentes orientações da empresa. Em fim, o

treinamento deve existir sempre em todos os níveis organizacionais.

É um elemento chave não só no desenvolvimento da cultura como

também na aplicação da qualidade, independente de outros fatores

organizacionais.” (LAS CASAS, 1997 p. 90).

No conceito de governança hospitalar de Taraboulsi (2004), nota-se os

aspectos da hospitalidade como caminho que conduz a humanização do ambiente

hospitalar, que se traduz no ato de receber os clientes de saúde de forma que estes

se sintam em um hospital sem “cara de hospital”, minimizando os impactos

causados pela necessidade de estar em uma instituição hospitalar.

“Segundo alguns gestores, psicólogos e médicos, este novo

cenário pode parecer para muita gente luxo desnecessário e esforço

inútil, mas a receptivida

...

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