O Que é Vida?

O que é vida?

“Para psicólogos, ela traz à mente a vida psíquica; para sociólogos, a vida social; para os teólogos, a vida espiritual; para as pessoas comuns, os prazeres ou as mazelas da existência. Isso é parte da nossa visão fortemente antropocêntrica do mundo”( Origens da vida, AUGUSTO DAMINELI e DANIEL SANTA CRUZ DAMINELI). Para as ciências biológicas, os seres vivos apresentam algumas características fundamentais:

- os organismos são constituídos de matéria sujeita às leis da natureza. Os elementos formadores dessa matéria são, principalmente, o grupo “CHONSP” – carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo. Esses elementos possuem as propriedades físico-químicas capazes de formar as moléculas biológicas requeridas para que haja vida (aminoácidos, carboidratos, lipídios e etc.).

- Metabolismo: reações químicas pelas quais o organismo obtém a energia utilizada em seu crescimento e reprodução através da degradação de moléculas orgânicas complexas (catabolismo), transformando os compostos que absorve do ambiente e incorporando-os em sua estrutura (anabolismo);

- Delimitação: localização no espaço, diferenciação do ambiente e organização celular. Ou seja, a unidade básica dos organismos vivos é a célula, que pode ser procariontes ou eucarionte. Células são as unidades morfológicas e funcionais dos seres vivos, basicamente divididas em citoplasma, núcleo uma membrana formada por uma bicamada fosfo-lipídica que delimita o que é meio interno de externo. Desse modo, os vírus, que são acelulares, formados por um capsídeo protéico que envolve um RNA ou um DNA, não são considerados seres vivos. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, pois só possuem capacidade de “sobrevivência” (reprodução) quando aliados a uma célula.

- Capacidade de reagir aos estímulos

- Capacidade de crescer, de se reproduzir e de transmitir características aos descendentes para que a espécie não seja extinta (hereditariedade);

- Evolução/mutação: populações de organismos vivos apresentam variabilidade genética por meio da capacidade de fazer diferentes cópias semelhantes de si mesmo, e podem, ao longo das gerações, melhor se ajustarem ao ambiente graças ao processo de seleção natural. Uma evolução, quando positiva, é essencial para a variabilidade genética que garante a sobrevivência da espécie. Quando negativa pode acarretar na possível eliminação da espécie ou sua adaptação.

E, para Aristóteles a alma está diretamente ligada à vida: "Aquilo que possui alma se distingue daquilo que não possui alma pela vida". O filósofo estabelece uma hierarquia de potencialidades da alma:

1- nutrição (acompanhada por crescimento e desenvolvimento e, às vezes, por reprodução);

2- percepção sensorial (acompanhada por prazer, dor e desejos) e às vezes acompanhada por movimento (voluntário ou espontâneo); e

3- pensamento.

Origem da Vida

Várias teorias tentam encontrar a resposta para a pergunta: como a vida começou? São hipóteses, como o criacionismo, a panspermia, a abiogênese, a evolução, a biogênese. Mas, sem dúvidas, a existência de água é um fator decisivo para que a vida iniciasse e mantenha-se até hoje. A água é um veículo para a alimentação de muitos seres vivos, regula o pH dos organismos (solução tampão), mantém a elasticidade da pele, a homeostase, ajuda na regulação da temperatura, está presente na estrutura celular (citosol) e foi essencial para a origem da vida, por meio do “sopão pré-biótico”, o qual continha as condições favoráveis para a formação das primeiras biomoléculas, que estruturam a unidade básica dos seres vivos.

A teoria mais aceita atualmente baseia-se nas idéias da biogênese de Oparin, e é que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas (biomoléculas surgiram espontaneamente à partir de moléculas inorgânicas nas condições da Terra primitiva). Oparin concluiu que a atmosfera terrestre primitiva era composta de amônia (NH3), metano (CH4), vapor de água (H2O) e hidrogênio (H2). A temperatura