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O Referencial Curricular Do Município De Malhada-Bahia

Por:   •  17/6/2023  •  Bibliografia  •  33.671 Palavras (135 Páginas)  •  68 Visualizações

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Peculiaridades da princesinha do sudoeste da Bahia na Global identidade brasileira.


O Brasil é mundialmente conhecido pelo seu potencial artístico, pelo seu povo alegre e multirracial, por sua cultura, por suas riquezas naturais, por seus recursos hídricos, por sua fauna e flora exuberante. Nesse contexto, também se insere a Bahia, um estado de dimensões continentais com todas as especificidades e características descritas anteriormente ao Brasil. Nesse mesmo universo, situada no Sudoeste do estado, mais precisamente a 900 km da capital, encontra-se a cidade de Malhada. Cidade ribeirinha, considerada a princesinha do sudoeste baiano; localizada à margem direita do Rio São Francisco, em que se ostenta como primeira cidade baiana a receber as águas do Velho Chico. Malhada é também banhada por várias lagoas em seu interior, entre as quais se destacam a Lagoa da Samba e a Lagoa do Mocambo. A origem de seu nome veio do fato de que esse lugar, estrategicamente, constituia-se em um lugar de descanso de Gado. Nas linhas abaixo, discorreremos  um pouco sobre essa cidade e sua história.

Em 1712, pela primeira vez, entrou em suas terras o homem“civilizado”representado pelo famoso Bandeirante Manoel Nunes Viana,vencedor implacável dos paulistas na Guerra dos Emboabas no Capão da Traição que, vencendo a resistência dos índios, fixou-se no local desenvolvendo a criação de gado. “Manoel Nunes Vianna, chefe emboaba, foi Senhor e régulo da Tabua e Procurador de D. Isabel de Brito, da Casa da Ponte. Tendo se fixado à margem dessa rica corrente comercial na sua posição fortificada da Tabua, para dirigir, com energia, inteligência e agudo instinto de lucro, os acontecimentos de que se fez centro e chefe. Na fazenda da Tabua, região do Escuro, no Rio Carinhanha, Manoel Nunes exerceu, nos acontecimentos históricos do período, ação vigorosa e decisiva e se reservou, assim, relevante papel na vida política da Colônia”.(Faltou aqui a referência da citação/ paráfrase)

Ponto de descanso e travessia de boiadas para o Estado de Minas Gerais, formou-se o Povoado denominado Malhada (pouso de gado) elevando-se à Vila em 1931. Em 8 de junho do mesmo ano, através do Decreto Estadual de nº 7.479,o povoado passa à categoria de Distrito da cidade de Carinhanha, com o topônimo de Malhada. A sua emancipação politica deu-se em 29 de novembro de 1961, através do Decreto Lei de nº 1.563. Desde então, o município de Malhada vem usufruindo de sua independência política-administrativa em favorecimento de seu auto desenvolvimento e de sua populaçao.

Para a construção do Referencial  Curricular do Município de Malhada (RCMM) para Educação Infantil e Ensino Fundamental se fez necessario compreender a história deste  lugar, identificando o seu território  e  as relações de saberes vivenciados pelo seu povo, reconhecendo a importância de todos esses elementos como sendo  fundantes para a implementação e reformulação do curriculo do municipio. Buscando-se assim, a construção de um  documento que valorize a cultura local, focalizando as tensões, as ideologias, as relações de poder e de dominação, as especificidades e singularidades de cada canto desse extenso municipio. Sabe-se que Malhada possui  uma extensa área de 2. 138093 km², fazendo  limites com várias cidades da Bahia. Sendo elas: ao Leste temos Palmas de Monte Alto e Iuiu, ao Oeste Carinhanhae Serra do Ramalho, ao Norte Bom Jesus da Lapa e ao sul a cidade faz fronteira com Mangas, já Estado de Minas Gerais. Podemos verificar todas as informações no gráfico à baixo.

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Atualmente o município de Malhada é constituído pela sede e por três distritos rurais. Sendo eles: Canabrava, Parateca e Julião, em que eles têm, suas adjacências, outros povoados, como: Mocambo, Alto Bonito, Canto do Riacho, Pau D’arco, Ilha de Malhada, Ilha de Zezé, Serra de João Alves, Esperança, Tomé Nunes, Papaconha, Riachão, Fundão e Caatinga Seca e os Assentamentos das Marrecas e Bela Vista. Sua população, com dados do censo de 2018, compunha-se aproximadamente de 22.375 habitantes. Vale registrar que, dentre esses, há três comunidades (Parateca, Pau D`arco e Tomé Nunes) auto reconhecidas como remanescentes de quilombos. Essas comunidades apresentam fortes influência nos saberes, na cultura, nas tradições e políticas sociais de Malhada.

Com uma vegetação nativa mista entre cerrado e caatinga e clima predominantemente quente (semiárido), Malhada apresenta um baixo índice pluviométrico na maior parte do ano. Contrastando com alguns meses das águas em que as enchentes alagam e isolam várias comunidades, e até a própria sede do município, causando transtornos para boa parte da população malhadense. Por outro lado, Malhada tem em seu grande potencial hídrico, as principais fontes de renda. Tradicionalmente, a pescaria é uma delas. Mas, graças a fertilidade de suas terras, seu forte mesmo é agricultura. Em um passado recente, Malhada foi conhecida como a “terra do algodão”. No presente, com a queda do cultivo do algodoal causada pela praga do bicudo, predomina o cultivo de outras culturas. Aliado a agricultura, pratica-se a atividade da piscicultura, pecuária, com criações bovina, suína, caprina e aves, além da agricultura familiar.

Uma outra peculiaridade de Malhada diz respeito ao fato de existir, em seu território, uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), situada na Fazenda Retiro, onde, todo ano, recebe aves migratórias do pantanal mato-grossense (jaburu, garça e mergulhão) que vêm em busca de comida e garantia de sua reprodução.

As comunidades ribeirinhas apresentam uma manifestação cultural muito rica. Carregada de valores religiosos, tradicionais e profanos que advém e são cultivados a partir de sua identidade ancestral. Elas trazem consigo características próprias de um povo que luta pelo seu espaço com fé, resistência e alegria. E, por ser considerada a Princesinha do Velho Chico e ser constituída por comunidades com formação migratória diversa, Malhada também manifesta esses traços culturais. São diversos os festejos celebrados no município, com destaque para os de cunho religiosos (Santa Cruz, Nossa Senhora Aparecia e do Rosário comemorado sede, o do Divino Espírito Santo festejado no distrito de Parateca, a Folia de Reis, entre outros). Também fortemente presentes são as manifestações de matrizes afrodescendentes, como a capoeira, o samba de roda, a umbigada, o maculelê, o redondo boi, entre outros tantos. Essa mistura e convivência com o diferente e com o diverso só torna mais rica a cultura malhadense.

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