O currículo na escola

Currículo na Escola

O currículo deixou de ser uma área apenas técnica, voltada para relações e procedimentos, técnicas e métodos. O currículo é considerado um artefato social e cultural, não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento social, ele esta implicado em relações de poder, transmitindo visões sociais, produzindo identidades individuais e sociais particulares.

A palavra currículo é também utilizada para indicar efeitos alcançados na escola, que não aparecem nos planos e nas propostas, não aparecendo claramente pela comunidade. Trata-se do chamado currículo oculto, que envolve atitudes e valores transmitidos pelas rotinas do cotidiano escolar.

No currículo oculto escolar, fazem parte os rituais, praticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos. De uma forma bem ampla o currículo escolar abrange as atividades desenvolvidas dentro da escola.

Enquanto projeto o currículo é um guia, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, importante para os gestores, professores, pesquisadores, alunos, pais e políticos.

Através do currículo a escola desenvolve mais qualidade oferecendo um ensino que possibilite o desenvolvimento e a capacidade de aprendizagem, fazendo com que o aluno aproprie-se de cultura e conhecimentos historicamente produzidos.

É por meio do currículo que as ações pedagógicas vão se inserindo na escola nas salas de aula, buscando metas discutidas e estabelecidas para o trabalho pedagógico.

O currículo e a chave mestra da escola por isso necessitam de discussões, diálogos e debates que permitam seguir avante na compreensão do processo curricular e as relações entre o conhecimento escolar e a sociedade.

A escola precisa planejar sua intervenção no currículo, que é um projeto, onde determina os objetivos da educação escolar, nos aspectos de desenvolvimento e de transmissão da cultura que a escola promove como plano de ação adequado para alcançar seus objetivos.

Segundo Moreira

[...] a vida escolar deve ser conceituada não como sistema unitário, monolítico e inflexível de regras e relações, mas como uma arena fortificada em que sobejam contestações, luta e resistência.[...] a vida escolar pode ser vista como uma pluralidade de discursos e lutas conflitantes, como um terreno móvel onde a cultura-de-sala-de-aula se choca com a cultura-de-esquina, e onde professores, alunos e diretores ratificam, negociam e por vezes rejeitam a forma como as experiências e práticas escolares são nomeadas e concretizadas.(MOREIRA,2005)

O desafio da escola é oferecer a cada aluno a resposta às suas necessidades, ajuda pedagógica e intervenção educativa à individualidade do aluno, sendo a única maneira de evitar que a escolarização colabore para aumentar as desigualdades.

Por muito tempo a culpa do fracasso do aluno era a baixa renda e o nível de cultura da família. Com os estudos no campo do currículo começaram a discutir se os conteúdos curriculares possibilitavam o aprendizado dos alunos das classes populares. Com isso começaram a organizar os conteúdos que possibilitasse aprendizagem do aluno.

Alguns professores defendem a idéia de a escola é o único meio onde os alunos das camadas populares podem ter acesso ao conhecimento científico, ás obras literárias, produção cultural de maior prestigio social. Outros defendem que o currículo deve expressar a diversidade cultural, de modo que o aluno possa reconhecer e valorizar a cultura do seu grupo social e entender e respeitar a cultura do outro. Essas ideias são chamadas de universais e não universais.

Os professore devem ter um compromisso com a educação e sempre questionar sobre a importância e relevância do que estão ensinando, valorizando a cultura das camadas populares.

Muito se tem feito para a melhoria do currículo, com resultados positivos para o crescimento do aluno e qualidade na educação básica. Qualidade que contribua para a formação de indivíduos críticos, criativos e autônomos.

Alguns