Projeto Prevenção às Drogas

Curso de Prevenção do Uso de Drogas para alunos de Escolas Públicas

“De Olho na Saúde”

Realização: Ano letivo de 2.014

1- Introdução

Como fase de transição, a adolescência é um período em que muitos conceitos culturais adquirem contornos mais fortes, pois é o momento de afirmação para a construção de uma identidade adulta, cabendo uma reconstrução da autoimagem e senso de identidade, do valor atribuído aos pais, da relação com o grupo de pares quanto a aspectos sociais e afetivos, e das perspectivas para o futuro quanto ao projeto de vida no plano afetivo, profissional e moral.

A escola objeto desse projeto é a Escola Municipal João Ribeiro da Silveira, localizada na cidade de Icém, estado de São Paulo, conta com 456 alunos distribuídos da seguinte forma: 6º ano:117 alunos; 7º ano:124 alunos; 8º ano: 119 alunos; 9º ano: 93 alunos e Educação de Jovens e Adultos: 43 alunos, com faixa etária distribuída entre 11 a 59 anos de idade; com uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres.

A maior parte de nossos alunos é oriunda da classe “c”, cujos pais têm baixa escolarização, quase todos os alunos residem próximo à escola, conhecemos os pais por meio de reuniões, o desempenho dos alunos é razoável, devido à falta de acompanhamento dos pais; o relacionamento dos estudantes com o pessoal da escola é muito bom; conhecemos nossos alunos; poderíamos conhecê-los melhor através de atividades culturais onde teríamos maior interatividade com eles; para aproximarmos deles e da sua realidade poderíamos utilizar estratégias como atividades culturais, gincanas, brincadeiras, campeonatos, palestras, rodas de conversa, etc.

As atividades escolares de maior interesse dos alunos são aulas de Informática e aulas de Educação Física; as atividades sociais, culturais e comunitárias preferidas por eles são: carnaval, festa do peão, cinema, teatro, rua de lazer.

Podemos perceber que as drogas lícitas e ilícitas fazem parte das festividades, vida social, e da inserção no grupo, embora a grande maioria não faça uso delas. De longe, o álcool é a substância mais consumida entre a população adulta, refletindo-se nos hábitos dos adolescentes, que presenciam, desde cedo, o consumo de bebidas alcoólicas. No Brasil, em 2010, o VI Levantamento Nacional Sobre Consumo de drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, mostrou que 65,2 % dos estudantes consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na vida; 44,3 % haviam feito uso de bebidas alcoólicas no mês que antecedeu a entrevista; 11,7 % faziam uso frequente de bebidas alcoólicas; e 6,7 % faziam uso pesado de bebidas alcoólicas. No mesmo levantamento, considerando todas as classes sociais, 22,6% dos estudantes afirmaram ter experimentado drogas psicotrópicas; 15,5% de inalantes; 12,0% de energéticos; 5,9% de maconha; 4,1% de calmantes e ansiolíticos; 3,7% de anfetaminas; e 2,0% de cocaína. Esse resultado retrata de forma bem próxima o que acontece na Escola João Ribeiro da Silveira.

A escola objeto desta análise é de médio porte, com instalações razoavelmente adequadas e recursos tecnológicos essenciais ao encaminhamento pedagógico das atividades. Localizada numa cidade de pouco mais de sete mil habitantes, com um grupo de professores relativamente antigos na instituição, a escola permite a seguinte experiência de realidade educacional: um grupo de adolescentes bem conhecidos da sociedade, cujo comportamento e contextos sociais são previsíveis, o que facilita a percepção de mudanças de comportamentos bruscas. Sabe-se como cada aluno age, sendo fácil a percepção de mudanças de comportamento, os relacionamentos escolhidos, os lugares que frequentam e todas as situações de risco mais comuns para o envolvimento com drogas. Tem-se acesso também, a informações fornecidas por profissionais e grupos de apoio que trabalham diretamente com o enfretamento do uso de drogas na cidade, instituições como: CRAS e ESPAÇO AMIGO (centros de apoio aos adolescentes e crianças, na qual desenvolvem atividades artísticas, físicas e apoio psicológico).

Detectam-se no ambiente escolar, usuários de maconha é percebido que a maioria são apenas experimentadores. Quanto às bebidas alcoólicas, muito mais comuns, não é observado uma alteração significante na estrutura comportamental, uma vez que o uso não é feito dentro da escola e não é notada embriaguez flagrante.

Entre os educadores e funcionários, o problema de drogas e álcool não é observado. Já na comunidade em geral, o problema é frequente, fato esse, relatado por alunos, através da atuação do Conselho Tutelar e autoridades policiais, no atendimento de ocorrências de agressões físicas por pais, alcoólatras ou drogados.

Acredita-se que a comunidade, na maioria das vezes, não enfrenta de formas adequadas o problema, talvez por tratar-se de uma cidade pequena, em que todos se conhecem e a maioria dos pais exercerem/ trabalham o dia todo, é possível observar jovens e crianças na sua numa grande maioria, sem muitas regras, sem acompanhamento escolar adequado e muitas são vistas sozinhas nas ruas, em lan houses e praças até muito tarde. Em épocas de festividades, é muito comum, presenciarmos grupos de adolescentes e mesmo crianças, juntos até altas horas sem a presença de adultos. Fato esse, que a escola, autoridades locais, precisa o tempo todo, por meios diversos, convocar pais e responsáveis, a fim de atentarem para suas responsabilidades de formação e proteção, sobre seus filhos e tutelados.

Portanto, há espaço para aplicação do modelo sistêmico da educação para a saúde. Este propõe a redução dos fatores de risco e a otimização dos fatores de proteção contra o uso de drogas entre os adolescentes. Abaixo, estão relacionados os principais fatores de risco existentes em uma escola contrapostos com os fatores de proteção.

Em relação ao aluno

Fatores de Risco Fatores de proteção

Sintomas depressivos Aulas interativas, filmes e intervenções diretas por meio dos educadores, conversas com os pais.

Curiosidade Aulas direcionadas, palestras e vídeos.