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Psicologia e Educação no Brasil uma visão histórica e possibilidades

Por:   •  30/8/2017  •  Resenha  •  1.639 Palavras (7 Páginas)  •  262 Visualizações

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“Psicologia e Educação no Brasil: Uma Visão da História e Possibilidades nessa Relação” - RESENHA

O texto tem início com o corpo de autores dando a ideia de que o verdadeiro crescimento de uma profissão tem relação com o quanto uma área de conhecimento se consolida e da relação do conhecimento teórico com o conhecimento prático para o auxílio da realidade, sendo o mesmo se aplica para a relação Psicologia x Educação. Explicar essa relação e mostrar um pouco da história da Psicologia Escolar no Brasil são os principais objetivos do trabalho, além de gerar debates futuros e possíveis avanços na área (para a realidade). O artigo é estruturado em três partes: i-) elementos da realidade brasileira e história/momento da Psicologia Escolar no Brasil; ii-) explicação das bases teóricas e metodológicas da área nos últimos 20 anos; iii-) impacto da trajetória no crescimento da área e discussões sobre o futuro.

Dessa forma, abordando a primeira parte do artigo, os autores explicam que é utilizada uma historiografia marxista que possui um princípio construtivo, numa tentativa de utilizar o passado como algo que auxilia na melhora das condições presentes, em que existem fragmentos dos passados. Dessa forma, é necessário antes conhecer a história da Psicologia em si como ciência, que surge durante a consolidação do capitalismo, que impactou em novas formas de relações sociais no século XIX, levando a diferentes produções de conhecimento, dentre elas, a Psicologia, que surgiu para fazer com que esse novo paradigma social ainda permitisse o desenvolvimento econômico. A Psicologia, porém, não auxiliou muito com as necessidades sociais das escolas brasileiras, sendo necessário portanto uma nova crítica a atualização da prática para o desenvolvimento dessa situação, com as devidas revisões teóricas.

Assim, passando ao analisar o cenário brasileiro, pode-se enxergar uma dificuldade em universalizar suas condições devido a sua diversidade, além de uma ausência de “progresso” apesar das grandes transformações (sociais, políticas e econômicas) vistas nos últimos anos, existindo na verdade um crescimento econômico com desigualdades sociais que continua até hoje, proveniente da industrialização. Isso dificulta uma visão clara da grande desigualdade em vários aspectos, entre eles, no sistema de ensino, entre público e privado principalmente. Índices do IBGE mostram analfabetismo em 14,1 milhões de pessoas (9,7% da população brasileira), sem levar em conta ainda os analfabetos funcionais. Porém, a taxa de escolarização de crianças de 6 a 14 anos atingiu 97,6%, o que indica que o ingresso não equivale à permanência na escola ou alfabetização “adequada”, evidenciando a falta de indicação da evasão dos alunos nos indicadores.

Esses dados mostram o cenário da Psicologia Escolar no Brasil, além da desigualdade mantida nas escolas e outros espaços educativos, evidenciando que a realidade da escola pública é bastante diferente da escola privada, sendo na pública que estão a maioria dos estudantes, mostrando o despreparo para que a Psicologia possa promover o desenvolvimento das crianças e adolescentes sem a existência de políticas públicas de ingresso dos profissionais. Em relação à atuação desse profissional, deve-se considerar diversos aspectos que analisam a realidade amplamente e criticamente, que envolve conhecimento de outras áreas de saberes (Filosofia, História, Pedagogia, etc).

No texto é mencionado que a história da Psicologia no Brasil divide-se em três períodos: i-) 1906-1930, marcados por estudos de laboratório, que não tinham impacto na realidade; ii-) 1930-1960, com o tecnicismo de origem norte-americana, com tendências psicométricas e aplicação de teste psicológicos, segregando as crianças em aptos e não-aptos para o desenvolvimento na escola, iniciando a política de exclusao; iii-) 1960 em diante, figura do psicólogo escolar torna-se mais adaptacionista e solucionadora de problemas de comportamento e aprendizagem. Deve-se considerar também o “apartheid educacional”, em que há uma exclusão de aproximadamente 80% dos estudantes ao estudo completo até o nível superior.

A partir de 1995 apenas que houve uma melhor sistematização dos indicadores educacionais que mostrassem melhor a realidade educacional, com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que indicam investimentos na área e dão acesso às propostas educacionais nacionais e internacionais. Os PCNs indicam que nas décadas da ditadura militar, houve uma expansão das escolas e do acesso a elas, porém, sem aumento da qualidade de trabalho dos profissionais de educação e das infraestruturas das instituições. Isso gerou altos índices de evasão e repetência, onde em 1990, poucas pessoas possuíam o primeiro grau (19%), ensino médio (13%) e superior (8%) completos.

Uma expectativa de intervenção do psicólogo no ensino público mostra uma esperança de adequação das crianças ao sistema de ensino, separando alunos aptos e não-aptos, o que legitima a desumanização e mantém a desigualdade. Além disso, as políticas educacionais geralmente impedem a presença desse profissional nos espaços educativos, o que pode ser visto com um absurdo, já que para interferir na realidade concreta, o psicólogo deve atuar em práticas concretas nas escolas.

“(...)Embora a Psicologia tenha se constituído enquanto profissão, no Brasil, há quase 50 anos, o psicólogo escolar não tem ainda uma posição estabelecida dentro do sistema educacional. Isso significa que ele fica alocado em secretarias de saúde e de assistência social, mas, raramente, no serviço público, dentro da própria escola (Guzzo & cols., 2007).”

Uma função atribuída ao psicólogo escolar é de promover um aprendizado e desenvolvimento com uma perspectiva mais integral do sujeito, com uma intervenção com as crianças, suas famílias e comunidade que desenvolva o emocional, social e motor. Guzzo (1999) vê como necessário uma mudança na formação acadêmica do psicólogo escolar, que tenha formação política mais consistente. Existem também outros estudos que objetivam uma mudança na formação e atuação do psicólogo escolar e educacional, que podem ser considerados como avanços.

Guzzo et. al (2010) diz que uma fonte importante para analisar a história da relação Psicologia x Educação é o conhecimento produzido pela Psicologia, sendo que alguns levantamentos já foram realizados no passado e buscaram mostrar a existência de pesquisas na área. No trabalho de Guzzo et al (2010) foram analisados alguns levantamentos passados para melhor noção sobre as pesquisas na área, sendo um deles o de Santos, Oliveira,

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