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RESENHA - COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA: VISÃO GERAL E INTRODUTÓRIA À SEMIÓTICA DE PEIRCE

Trabalho Escolar: RESENHA - COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA: VISÃO GERAL E INTRODUTÓRIA À SEMIÓTICA DE PEIRCE. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/9/2014  •  1.844 Palavras (8 Páginas)  •  647 Visualizações

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Segundo o autor Peirce, uma das proposições é que, através da Retórica especulativa ou metodêutica, devemos ir sempre à busca da definição de métodos mais apropriados aos diferentes tipos de pesquisas científicas.

É desse modo que nos situamos no mundo em nossa volta: primeiro os objetos surgem em nossa mente como qualidades potenciais; segundo, procuramos uma relação de identificação e terceiro, nossa mente faz a interpretação do que se trata. Por isso a Semiótica se baseia numa tríade de classificações e inferências, ao demonstrar que existem os objetos no mundo, suas representações em forma de signos e nossa interpretação mental desses objetos.

É disso que trata a Semiótica de Peirce: o modo como nós, seres humanos reconhecemos e interpretamos o mundo à nossa volta, a partir das inferências em nossa mente. As coisas do mundo, reais ou abstratas, primeiro nos aparecem como qualidade, depois como relação com alguma coisa que já conhecemos e por fim, como interpretação, em que a mente consegue explicar o que captamos, ao que Peirce chamou de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.

Ainda segundo Peirce, é no ser humano que se desenvolve a transformação dos sinais em signos pela relação que ele mantém com a linguagem. Portanto, pode ser muito mais prático compreender a Semiótica a partir dos processos mentais, que usamos cotidianamente, de compreensão do mundo, para, depois, aplicar as nomenclaturas criadas no contexto dos estudos já publicados.

Segundo Nöth (2003), a palavra semiótica tem sua origem na expressão grega “semeîon”, que quer dizer “signo”, e “sêma”, traduzido por “sinal” ou “signo”.

Tal teoria se preocupa com qualquer sistema de signos, como a música, a fotografia, o cinema, as artes plásticas, o design, a moda, a mídia etc.

Podemos aqui inferir sobre as diferenças básicas entre a Semiologia linguística, de origem saussuriana, e a Semiótica, de Peirce. Na Semiologia linguística, que tem origem em Saussure, o signo é a união do sentido e da imagem acústica, concebendo-se uma relação diádica entre significado e significante. Nesse sentido, quando pronunciamos ou escrevemos uma palavra temos seu plano de expressão, chamado de significante, composto pelo som ou pelos traços da escrita; mas, o que essa palavra quer dizer é o significado, constituindo o plano de conteúdo. Por sua vez na Semiótica, a concepção de signo é triádica, pois Peirce parte da condição do objeto, de sua representação que é o signo e do representante, para quem o signo vai fazer sentido.

Essa tríade se desdobra em categorias como primeiridade, secundidade, terceiridade; quali-signo, sin-signo, legi-signo; ícone, índice, símbolo – dentro do ícone, em imagem, diagrama, metáfora.

Charles Sanders Peirce foi um cientista generalista (matemático, físico, químico, filósofo, psicólogo) que tentava fornecer, com sua vasta filosofia, uma linguagem comum a todas às ciências. Uma linguagem que fosse quase uma ciência e possibilitasse aos estudiosos entender as relações de seus diversos objetos de estudos.

O ponto de união de todas as áreas em Peirce, através da condição de cientista, era a Lógica. Tudo o que Peirce estudou levou-o, inevitavelmente, aos estudos da Lógica. O conhecimento de variadas ciências é o que explica o estabelecimento das diferenças e das proximidades entre uma ciência e outra, realizando comparações entre métodos de raciocínio variáveis entre as matérias e determinados períodos de tempo.

Segundo Santaella (2007), a Semiótica, é uma das disciplinas que fazem parte da ampla arquitetura filosófica de Peirce; arquitetura está alicerçada na Fenomenologia, uma quase-ciência que investiga os modos como aprendemos qualquer coisa que aparece à nossa mente: um cheiro, uma formação de nuvens, um ruído de chuva, ou mesmo algo complexo como um conceito abstrato provocado por uma lembrança. Fenômeno é tudo o que nos aparece: real, ilusório, virtual, imagético etc. Partindo disso, entendemos que a Fenomenologia intenta caracterizar e compreender todos os fenômenos. Para estudarmos os fenômenos precisamos ter uma habilidade contemplativa, estar apto a distinguir as diferenças fenomênicas e ter a capacidade de colocar as observações em categorias.

Para Peirce, a semiótica peirceana não deve ser confundida com uma ciência aplicada, pois seu legado demonstra a preocupação em tecer conceitos de signo adaptáveis a qualquer ciência aplicada. Como linguagens, as ciências são na verdade alicerçadas pela teoria semiótica.

A Gramática especulativa é uma ciência geral dos signos, que estuda todos os tipos de signo e as formas de pensamento que possibilitam, trabalhando com conceitos abstratos que são capazes de determinar quando certos processos podem ser considerados signos. O signo é qualquer coisa que represente outra coisa e cause um efeito em uma mente em potencial podendo, segundo Peirce, ser analisado de acordo com suas propriedades internas, seu significado, de acordo com sua referência àquilo que indica, como representação, e de acordo com os efeitos que está apto a produzir nos seus receptores, como interpretação. Podemos dizer, como exemplo, que a foto de um gato, o desenho de um gato, a própria palavra “gato” são signos desse animal. E mesmo que se trate de um objeto que não existe, como um unicórnio, essa representação sígnica continua valendo do mesmo modo.

De acordo com Peirce, há três propriedades formais que dão capacidade a algo para que este funcione como um signo: sua qualidade, sua existência e seu caráter de lei. Agora podemos entender o que Peirce quis dizer por Quali-signo, Sin-signo e Legi-signo. Na relação do signo com o próprio signo, quando uma qualidade funciona como signo, como a cor vermelha, por exemplo, que por si só pode remeter a perigo, temos um Quali-signo; O Sin-signo, por sua vez está relacionado com a existência do signo no espaço e no tempo, bem como com sua singularidade. É um signo de uma coisa real, algo existente: aquele vermelho é feito de pano; e, por fim, o Legi-signo, quando os signos agem de acordo com uma convenção. As palavras são convencionadas e a bandeira do nosso exemplo também: designou-se que uma bandeira vermelha tremulando na estrada é um aviso de alerta.

Estas três propriedades não são excludentes, geralmente elas agem juntas, pois a maioria das coisas, por exemplo, estão sob o domínio da lei. Assim como são três tipos de propriedades, também são três os tipos de relação que o signo pode ter com o assunto tratado, isto é, seu objeto. São elas: o ícone, o

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