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Resumo A Revolução Dos Bichos

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Por:   •  22/9/2013  •  2.315 Palavras (10 Páginas)  •  1.053 Visualizações

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A Revolução dos Bichos (1945)

George Orwell (Eric Arthur Blair) – 1903 / 1950

"OS SETE MANDAMENTOS

Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.

O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

Nenhum animal usará roupa.

Nenhum animal dormirá em cama.

Nenhum animal beberá álcool.

Nenhum animal matará outro animal.

Todos os animais são iguais."

A opressão, tema tão discutido durante as revoluções burguesas e uma das questões abordadas na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, criada em agosto de 1789, durante o fervor inicial do movimento que havia derrubado a Bastilha e que, algum tempo depois levaria Luís XVI a guilhotina, se tornou uma das bases que justificam o levante dos animais da Granja do Solar contra seu proprietário, o nefasto e violento Sr. Jones.

Indubitavelmente toda e qualquer revolução legítima tem como dínamo que mobiliza suas forças o uso da violência de forma repressiva invariavelmente associado a situações de penúria e escassez a que são submetidos os populares. Remexendo os escritos de Karl Marx podemos nos lembrar de um de seus mais célebres conceitos como definidor dessa ação, a clássica definição de "Luta de Classes".

Mas, desde quando podemos considerar os animais como seres que constituem um grupo capaz de afrontar o domínio sobre eles exercido pelos seres humanos? Seriam a humilhação, a miséria e as opressões, combustíveis capazes de tornar os animais conscientes e os levar a insurreições que virariam a situação de cabeça para baixo, fazendo dos animais os gestores de uma propriedade agrícola de bases coletivistas?

Na perspectiva do escritor inglês George Orwell, é possível perceber que sim. Que os animais, sejam eles porcos, patos, cabras, cavalos ou cachorros, de tanto apanharem ou serem submetidos a condições degradantes de existência, poderiam se levantar e derrotar seus algozes.

Trata-se, é claro, de uma alegoria através da qual Orwell nos remete a uma feroz crítica aos totalitarismos e as desigualdades reinantes tanto no sistema capitalista quanto no socialismo dos soviéticos (em sua época mais dura, de maior fechamento, de grande controle da sociedade pelos órgãos governamentais, durante o governo de Stálin).

Orwell retorna ao tema em outra obra prima, "1984". Critica a postura do estado que admite as incoerências de discursos contraditórios desde que sirvam para, num momento embasar as conquistas do governo e, em outro, criticar posicionamentos e políticas administradas por estados rivais, de ideologia frontalmente oposta. Contesta, através de seu personagem principal a existência do "grande irmão", a onipresença que acompanha a tudo e a todos através dos olhos eletrônicos (suprimindo de forma inconteste as liberdades). Ironiza a sociedade que se submete ao comando do governo de tal forma que tem que viver o prazer do amor e do sexo de forma controlada, desprovida de satisfação e sentimento, monitorada por um "Ministério do Amor"...

Em "A Revolução dos Bichos", promove a revolução que alça os bichos da Granja do Solar a subversão da ordem e a instalação da Granja dos Bichos.

Coloca os porcos Bola de Neve e Napoleão, orientados em seus princípios e ações pelo líder Major, no comando dessa nova sociedade. Os suínos constituiriam a elite intelectual entre os bichos da fazenda; sendo, portanto, capazes de entender e racionalizar a sociedade em seu modo de operação antes da revolução (a ponto de questionar as orientações vigentes) e de, posteriormente, encabeçar as transformações e estipular os objetivos que deveriam ser alcançados por todos.

Promove o porco Major a condição de líder máximo mesmo que postumamente, já que o porco perece poucos dias depois da vitória do movimento contra o tirano Jones.

Seu legado passa a ser disputado, palmo a palmo, por Bola de Neve e Napoleão. Cada qual com suas opiniões e planos políticos a serem implementados. A história dessa disputa define os rumos da experiência vivida pelos animais submissos, entre os quais o cavalo Sansão, a égua Quitéria, o burro Benjamin e todos os outros, menos dotados intelectualmente que confiam suas vidas a seus ´engajados´ líderes.

Bola de Neve se entusiasma com a possibilidade de uma revolução sem fronteiras, que ultrapasse os limites da Granja dos Bichos. Articula transformações que possam tornar a fazenda independente dos homens e, ao mesmo tempo, um centro de articulação, com o auxílio dos pombos e de outras aves, de movimentos de rebelião em muitas outras fazendas da Inglaterra e dos países vizinhos.

Napoleão preza as conquistas locais. Diz que quer consolidar o espaço objetivamente conquistado pelos animais e, almeja (secretamente) o poder, a autoridade suprema sobre os outros bichos, custe o que custar...

O embate entre os dois porcos tem desfecho trágico. Em tom tragicômico e irônico, a revolução deixa de ser legítima e, em seu lugar se estabelece o ferro e o fogo de quem esquece os "Sete Mandamentos" ou os altera deliberadamente em favor de privilégios específicos de uma casta, de uma classe social. Perde-se a oportunidade de firmar um espaço de conquista definitiva da solidariedade e do coletivismo, da cooperação e do socialismo.

Em seu lugar, os porcos se corrompem e se vendem em busca do prazer material que seduziu muitos homens de bons princípios alçados ao poder...

Substituem seus mandamentos por apenas um, verdadeiro slogan dos novos tempos na recém renomeada Granja do Solar, onde se pode ler, em letras garrafais:-

"TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS"

Obs.: Qualquer semelhança entre o enredo de "Revolução dos Bichos" e os acontecimentos da Revolução Russa e do período Stalinista na União Soviética não são mera coincidência. O autor George Orwell, socialista de carteirinha, era crítico mordaz de Stálin e das falsidades proferidas em favor de um sistema que considerava muito distante do verdadeiro socialismo. Se o leitor associar o velho Major a Lênin, Bola de Neve a Trotsky e Napoleão a Stálin entenderá a referência com perfeição!

Autor: George Orwell

Resumo do livro:

A história, desde

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