SAVIANI, Demerval. Trabalho E Educação: Fundamentos Ontológicos E Históricos.Revista Brasileira De Educação V.12 N.34.2007.

SAVIANI, Demerval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos.Revista Brasileira de Educação v.12 n.34.2007.

O artigo de Saviani Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos tem como objetivo trazer uma analise sobre a relação trabalho e educação desde a sua origem, ressaltando como se deu a separação trabalho e educação. O artigo é dividido em 7 partes, Resumo, Introdução e mais 5 tópicos: Fundamentos Historicos ontológicos da relação trabalho-educação, A emergência histórica da separação entre trabalho e educação, Questionamento da separação e tentativas de restabelecimento do vinculo entre trabalho e educação, Esboço de organização do sistema de ensino com base no principio educativo do trabalho e finalizando com o tópico Conclusão: a controvérsia relativa à politecnia.

O autor inicia o texto sinalizando as abordagens que irão ser contempladas no artigo. No Tópico Fundamentos Históricos ontológicos da relação trabalho-educação, Saviani traz alguns questionamentos sobre a característica do homem trabalhar e educar. Dialogando com Aristóteles ele ressalta que na visão desse filosofo o homem pensa, observa e assim age, assim é formado a ação do homem ou trabalho, destacando que esse processo não é uma manifestação de homem livre. Sobre essa mesma abordagem Saviani traz a concepção trazida por Bergson, na qual destaca que apesar da capacidade que o homem possui de produzir, essa característica não pode ser fundamental para decidir a profundeza humana. Sobre essa visão de Bergson o autor ressalta que é uma ideia abstrata e universal de essência humana.

A concepção de Saviani sobre o Homem se aproxima um pouco no posicionamento de Bergson mas diferentemente das concepções relacionadas acima Saviani traz uma outra maneira de entender o homem, de forma mais efetiva ou real. Nesse sentido Saviani afirma que o homem difere dos animais ao adaptar a natureza as necessidades do próprio homem, produzindo seu meio de vida, esse processo de produção é o trabalho. Nesse sentido o autor diz que “ a existência humana não é garantida pela natureza, não é uma dádiva natural, mas tem de ser produzida pelos próprios homens, sendo, pois, um produto do trabalho. Ele não nasce sabendo produzir-se como homem. Ele necessita aprender a ser homem”.(p. 154). Sendo assim, o educar estar relacionado ao trabalho, pois ao se produzir homem inicia-se então a educação. Esse processo fica bem claro nas comunidades primitivas, nas quais os homens apropriava-se coletivamente do processo de produção que eles necessitavam para sobreviver, assim educavam a eles mesmos e as outras gerações.

O autor no segundo tópico A emergência histórica da separação, reflete sobre a separação do trabalho, destacando que essa separação ocorreu através do desenvolvimento da produção, pois ao se ter necessidade de se produzir mais, surge a necessidade da divisão do trabalho, isso ocorre com a apropriação da terra . Assim os proprietários da terra passam a ter sua sobrevivência vinculada ao trabalho alheio. Nesse sentido observa-se a contradição da afirmativa “o homem não pode viver sem trabalhar”. O controle da terra possibilita a alguns homens viver no ócio e determina que os não proprietários sejam obrigados a trabalhar para produzir para suas necessidades e para as necessidades dos donos das terras. A educação a partir dessa separação do trabalho, também sofre divisão. A educação para alguns deixa de ser um processo natural , que ao se produzir se educa. A escola surge nesse contexto, onde os donos de terra que não trabalhava, ia a escola para passar seu tempo livre. Para os trabalhadores a educação permanece sendo relacionada ao trabalho.

O autor aborda no tópico “ Questionamento da separação e tentativas de restabelecimento do vínculo entre trabalho e educação “ , como ocorre a relação trabalho e educação no estilo de produção capitalista, observando que a sociedade capitalista, necessitando do aumento da produtividade, por causa do consumismo determinado pelos padrões da nova ordem social, condiciona a escola a um instrumento que tem a finalidade de difundir uma cultura dominadora na qual toda sociedade passa a ter uma educação intelectual como padrão a ser seguido. A Revolução Industrial influencia a organização do sistema de ensino nacional , no qual a escola básica, passa