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TODOS SÃO EDUCADORES

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Por:   •  27/3/2015  •  2.934 Palavras (12 Páginas)  •  326 Visualizações

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É na escola que coisas da maior importância em nossas vidas acontecem. Inevitavelmente, ela deixa de ser apenas um campo de troca de conhecimentos e adentra uma esfera emocional, onde permeiam outros tipos de trocas, principalmente as afetivas.

Dizemos isso com referência às relações que nela se estabelecem, pois na escola acontecem às primeiras relações fora da família e, nesse processo que marca uma “segunda sociabilidade”, alguns conflitos por vezes emergem. Estes afloram, principalmente, quando a criança percebe que deixa de ser única e começa a se enxergar como parte de uma situação coletiva, a conviver entre iguais e diferentes.

Pode-se afirmar que a escola é o segundo ambiente mais importante na vida social de um ser humano. É lá que, com a ajuda dos educadores e pais, que um sujeito vai se constituindo como ser pensante, questionador. A escola poderá conservar isso, despertando em seus alunos potenciais criativos, curiosidades, talentos ou poderá minimizar todas essas formas de expressão da subjetividade da criança.

Pensamos que a melhor forma de educar é levar o conhecimento de mãos dadas com o afeto, às crianças conseguem ter um melhor rendimento quando são olhadas com carinho, respeito e sabem que alguém está se importando realmente com elas, seja em casa ou na escola.

Conforme cita a psicóloga e psicanalista Ivone Honório Quinalha (acesso em 09 out. 2013): “As crianças veem inicialmente o mundo através dos olhos de um adulto e, até que possam ter autonomia, precisamos mostrar-lhes uma visão de mútuo respeito, valorização, admiração e gratidão.”

O educador, no contexto de uma educação inclusiva, precisa ser preparado para lidar com as diferenças, com a singularidade e com a diversidade de todas as crianças e não com um modelo de pensamento comum a todas elas. Cabe a ele observar criteriosamente as necessidades de todos.

No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escola. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibido de se casar, possuir ou herdar bens, e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.

É por meio da inclusão que devolveremos um trabalho de equiparação de oportunidades. Isso significa preparar a sociedade para adaptar-se aos diferentes e permitir aos sujeitos com necessidades especiais assumir seus papéis na sociedade.

Todas as pessoas que trabalham no âmbito escolar são consideradas educadores, desde o porteiro, o responsável pela limpeza, o cantineiro, a secretária, enfim todos contribuem na construção do processo educativo. Pelo fato de não possuírem formação pedagógica, há quem pense que são invisíveis no processo educacional, os alunos quando chegam à escola não fazem distinção, para eles todos os docentes ou não docentes são responsáveis por sua educação e cuidado.

Professores são responsáveis pelo ensino dos conteúdos curriculares, o conhecimento científico e os funcionários, mesmo que não sejam amparados por uma metodologia, por uma didática, convivem diariamente e estão inseridos inclusive nos aspectos afetivos, dando suporte no contexto pedagógico, transmitindo valores, educação alimentar, hábitos de higiene, educação ambiental, cultura, comunicação, através do senso comum.

A escola e a família são determinantes para o desenvolvimento infantil, é na escola que se constrói parte da identidade de ser e pertencer ao mundo, às relações afetivas, habilidades de participar em situações sociais, competências comunicativas, etc.

Uma boa gestão escolar leva em consideração a existência de todas as pessoas que fazem a escola. Como pode haver um bom processo pedagógico, se, por exemplo, o servente usa a vassoura para ameaçar os alunos que jogam papel no chão?

E, é bom lembrar, ele não existe apenas no momento de trazer um cafezinho. Repetimos, na lembrança do notável educador Paulo Freire: ele é gente, tanto quanto o aluno, o professor, o diretor.

Gestão participativa leva em consideração todos, sem exclusão, pois todos são educadores, estão sempre ensinando alguma coisa a alguém, mesmo que esse ensinar não seja amparado por uma metodologia, por uma didática.

As reuniões internas no âmbito escolar devem ter a presença e participação dos funcionários de apoio, inclusive os serventes, que devem dar suas opiniões, e estarem inseridos na missão da escola, suas finalidades, seus objetivos, conhecendo os procedimentos pedagógicos, para que não seja pedra de tropeço no espaço educacional escolar.

“Educação é um conjunto”. Ensinamos aos alunos os conteúdos curriculares e também os atitudinais, passando valores e maneiras de se relacionar com as pessoas que certamente servirão de exemplo para os estudantes. Mostrar que a sala de aula limpa facilita a tarefa dos professores e deixa os alunos confortáveis para aprender, por exemplo, aproxima a equipe da limpeza dos resultados da escola. Transmitir essa consciência para todos é uma das maneiras de formar uma equipe coesa e que atua para um mesmo objetivo educacional, em cada atividade que exerce, seja ela qual for.

O grupo é indispensável à criança não só para a sua aprendizagem social, mas para o

desenvolvimento da sua personalidade. (Wallon).

Sendo o grupo tão fundamental para o desenvolvimento da criança, é preciso que como educador e participante do grupo, possamos intervir favorecendo essa forma de socialização, incentivando a cooperação, o espírito de solidariedade e de mútua interação, em lugar de desenvolver o espírito de concorrência e de conflito coletivo.

O desenvolvimento da inteligência está ligado ao desenvolvimento de sua personalidade. (Wallon). Aceitar passivamente, como um “cordeirinho”, a opinião dos outros não é participar de um grupo. É fundamental que o educador tenha clareza dos objetivos, papéis e das funções que estruturam o grupo do qual ele faz parte. Talvez, um dos grandes dilemas na transformação do funcionário em educador seja o sentimento de que ele não possui voz própria, que seu papel na escola resume-se à tarefa, por exemplo, de execução de servir a merenda, de fazer a limpeza ou de ser porteiro. Esse modelo de funcionário explicita o homem alienado, o homem máquina. Tal situação nos leva a refletir sobre as dificuldades

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