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TRABALHO DE FILOSOFIA

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Por:   •  23/11/2013  •  1.119 Palavras (5 Páginas)  •  221 Visualizações

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A UTOPIA HOJE

Do século XVI até hoje, a utopia foi vivida e alimentada de todas as formas nos diferentes pontos do planeta. A história registra os vários movimentos e modelos de sociedade e de Estado que povos de todo o mundo criaram, viveram, buscaram. Desde a época de Morus até agora a humanidade tem vivido ou assistido a guerras e conflitos diversos a favor ou contra as variadas formas de política e economia que foram surgindo ao longo dos séculos. Tudo em nome de anseios e desejos de bem estar comum ou individual, conforme a utopia de cada um, de cada nação ou de cada governante em nome de sua nação.

Agora passados esses cinco séculos de busca por um lugar ideal, por um modelo perfeito de política e economia, há quem acredite havê-lo encontrado, e há quem pensa seguir buscando-o. Há ainda aqueles que chegaram a pensar que já haviam conseguido alcançar essa utopia, tendo realizado esses anseios de bem estar comum.

O ensaísta estadunidense Francis Fukuyama, por exemplo, está entre os que chegaram a acreditar no fim de uma história de buscas, de uma utopia que parece ter nascido junto com a humanidade, e que na sua opinião, vinte séculos seriam suficientes para realizá-la. Fukuyama publicou tais pensamentos em Washington, em 1989, através do seu ensaio: The end of History? Este ensaio constitui uma das versões do “fim da história”, que hoje são contestadas pelo próprio Fukuyama em um novo ensaio onde ele já não demonstra tanta certeza de haver chegado ao topo das realizações dos anseios humanos.

Para Fukuyama, na análise do argentino Eduardo Fracchia, a democracia liberal vivida hoje pelos Estados Unidos e outras nações do Globo é o modelo de política econômica que veio como superador de outros modelos que não possuem o mesmo poder totalizante. Assim ele considera que a vitória do capitalismo sobre o comunismo representa também a superação da monarquia e do fascismo. Uma superação que deve ser entendida não como mais uma entre várias, mas sim como a última, a definitiva, a ideal; o ponto mais alto da evolução ideológica da humanidade, que em conjunto, chega ao “fim da história”.

Esse fim de história, conceito tomado de Hegel, não se refere ao término dos acontecimentos históricos, mas ao fato de se haver chegado a uma forma institucional de governo que satisfaz os desejos mais profundos do ser humano, como explica Fracchia. Muitas críticas já foram feitas à teoria de Fukuyama, sobre o fim da história e uma delas diz que ele ignorou a persistência de desigualdade e miséria dentro das próprias sociedades capitalistas avançadas. Para Fukuyama, a pobreza é um vestígio de tempos passados que está sujeito a um aperfeiçoamento de atitudes, como se esta fosse um defeito ou um desvio de caráter e não uma questão social.

Sobre a guerra ele argumenta que é um mau a ser superado, e que vem diminuindo. A medida que os Estados Unidos se aproximam de sua norma racional. O seu conceito não supunha, é bem verdade, a inexistência de todos os conflitos sociais ou a solução de todos os problemas institucionais. O que ele afirmava era que o capitalismo liberal é o “nec plus ultra” da vida política e econômica na Terra. O fim da história que ele quis mostrar, não era a chegada de um sistema perfeito, mas a eliminação de quaisquer alternativas melhores. Nesse caso, ele nos levou a pensar através deste seu ensaio, que a utopia acabou, ou melhor, que se realizou. Aquela utopia pensada e traduzida dos desejos da humanidade no século XVI, por Morus, chegou a sua totalidade.

Para a Drª Marcia Paraquett (pesquisadora e professora da UFF) Fukuyama tem um discurso arrogante e fala baseado no poder econômico dos Estados Unidos e em suas teorias, que estão caracterizadas pela prepotência da perfeição e em nada se prestam à realidade latino-americana. E ainda segundo Marcia Paraquett, se Fukuyama e outros, como o francês Baudrillard que também acredita no “fim da história”, pudessem ver e sentir um pouquinho de nossa realidade, certamente mudariam seus discursos e, talvez se mostrassem

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