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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH E O ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Por:   •  12/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  5.530 Palavras (23 Páginas)  •  292 Visualizações

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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH E O ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Carvalho, Tatiane de Paiva [1]

Silva, Maycon Adriano 2

RESUMO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é hoje um dos temas mais estudados em crianças na idade escolar. Estima-se que ele apresente uma das principais fontes de encaminhamento de crianças ao sistema de saúde. A alta frequência de diagnósticos de TDAH conduz a uma reflexão crítica do processo de avaliação, intervenção, além de práticas educativas no acompanhamento de crianças e jovens tanto na família como no sistema de educação. As mudanças na família e o alto número de crianças e jovens por sala de aula constituem-se alguns dos potenciais fatores que contribuem para o desenvolvimento de comportamentos de risco, os quais podem ser precipitadamente classificados em diagnósticos psiquiátricos. Embora o termo TDAH seja correntemente utilizado em contextos clínicos, acadêmicos, familiares e sociais, esta nomenclatura sofreu grandes alterações nas últimas décadas, sobretudo em função de uma melhor compreensão de suas bases etiológicas e de tratamento. O presente trabalho visa, portanto, o aprofundamento no estudo do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, presente em crianças na idade escolar, especificamente com base na experiência de ensino de Matemática com duas alunas do sexto ano do ensino fundamental, onde se buscou, por meio da utilização de jogos e atividades lúdicas, estimular a atenção e aprendizagem efetiva dos conceitos trabalhados.

Palavras-chave: TDHA. Educação. Inclusão. Ensino.

1 INTRODUÇÃO

Lecionei as disciplinas de Matemática e Desenho Geométrico por dois anos, enquanto ainda era aluna do curso de Licenciatura de Matemática.  Foram vários os obstáculos e desafios enfrentados, como indisciplina dos alunos e o desinteresse pelos conteúdos, principalmente se tratando da tão temida e odiada “Matemática”.

Logo no início do ano letivo, observei que algumas alunas, duas, especificamente, aparentavam ser mais inquietas que os próprios meninos, que costumam ser mais agitados em sala de aula. Uma delas demonstrava estar sempre cansada e longe da sala de aula; a outra, por sua vez, agitada demais, não conseguia parar sentada por muito tempo. Tudo isso era novo demais para mim, e conversei com a coordenadora pedagógica sobre ambas, e foi então que me informaram que ambas eram diagnosticadas com TDAH. Minha primeira preocupação foi como poderia ajuda-las? Como trabalhar o conteúdo de Matemática e Desenho Geométrico e despertar o interesse delas?

Iniciei então uma aprendizagem sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Entre tantos artigos e livros sobre o assunto, fui assimilando que se trata de um transtorno mental caracterizado por um padrão persistente e intenso de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, conforme a 4ª publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, organizado pela American Psychiatric Association (APA). Os alunos com Déficit de Atenção possuem muita dificuldade em selecionar um determinado tema, ou separar uma atividade da outra, bem como o tempo para desempenhar cada uma dessas atividades. Questionei diversas vezes como os professores conseguiam lidar com esse tipo de aluno, sem separá-los dos outros, sem pré-conceituar ou discriminar, por mais que não fosse a intenção.

Conforme podemos observar nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997) a aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimento, ou seja, observá-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Valendo-se desse conceito com alunos portadores/diagnosticados com TDAH, a maioria deles não consegue assimilar informações e objetos, impossibilitando então sua compreensão e seu aprendizado, e por isso é tão importante o papel da escola e do professor no processo de ensino-aprendizagem desses alunos, pois é por meio deles, muitas vezes, que é realizada a identificação e o encaminhamento dos portadores de TDAH para profissionais especializados.

Trabalhar com alunos diagnosticados com TDAH requer organização, persistência e empenho, pois as atividades devem ser preparadas de uma maneira a apresentá-las para os alunos com TDAH e aos demais sem distinção, sempre pensando e repensando as maneiras de transmitir o conteúdo de forma igual para todos. Logicamente, uma atenção maior deve ser direcionada durante o as atividades para esses alunos, especificamente, pois possuem dificuldades em entender e não se adaptam bem às mudanças. Por isso, o acompanhamento delas deve acontecer mais próximo, mostrando o próprio erro, ajudando a corrigir. É muito importante ajudar o aluno a organizar suas atividades, trabalhando cada conteúdo no seu horário, no seu tempo, apresentar a ele alternativas que irão auxilia-lo.

Os professores de Matemática são constantemente questionados de como é feito o processo de ensino-aprendizagem, como ensina e como se aprende Matemática dentro de uma sala de aula. Acredito que o conhecimento pedagógico facilita na compreensão de qualquer conteúdo, porém é óbvio que existem vários fatores que influenciam no processo de aprendizagem, tais como: contexto escolar, fatores sociais, metodologia docente e até mesmo a relação dos professores com os alunos. O professor, portanto, tem papel fundamental neste processo, sendo que investir em métodos que inovem a metodologia docente, principalmente trabalhando com alunos portadores de TDAH, se torna cada vez mais necessário.

2 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE - TDAH

2.1 Educação Inclusiva

Definir inclusão escolar não é uma tarefa fácil. Segundo o Dicionário Houaiss (2001), uma das definições de incluir é envolver. Portanto, para que a inclusão ocorra efetivamente é necessário o envolvimento dos professores, dos alunos, dos familiares, da comunidade, enfim, de todos que fazem parte do contexto escolar. Sendo assim, a inclusão escolar não é somente manter o aluno na escola, e sim fazer da escola um ambiente onde ele possa se desenvolver, e onde a participação dos pais é fundamental no seu desenvolvimento na aprendizagem e na interação da criança no contexto escolar. Um dos principais desafios dentro da sala de aula consiste em oferecer uma pedagogia sem discriminação, respeitando as diferenças de cada um.

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