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Por:   •  1/7/2014  •  4.784 Palavras (20 Páginas)  •  397 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL

UNINTER

CRIS FRANCIELI WOLF TURCZINSKI, RU 629155, 2011/05.

O ESTRESSE INFANTIL E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Palmeira das Missões

2013

3.1 A criança e o estresse

A vida que se desenha nas sociedades modernas na atualidade, e os próprios processos de adaptação do organismo humano, têm mostrado que a presença do estresse na infância, assim como na vida adulta, é inevitável. Arnold (1999) afirma que as crianças estão constantemente sujeitas aos conflitos advindos de seu ambiente interno e de seu ambiente externo.

Machado (1993) cita os sofrimentos que aparecem pelo simples fato se ser criança, começando pelo nascimento e pelas sensações de fome, sede, frio e dores até então desconhecidas pelo bebê, às quais se segue o afastamento da mão, as frustrações dos desejos, as proibições com que constantemente se depara a introdução de alimentos sólidos, o treino de toalete, as dificuldades ao aprender a andar, as confusões e complicações trazidas pela linguagem falada, e depois, pela escrita.

Lipp (1993) menciona acerca da antecipação da alfabetização escolástica, cada vez mais frequente na sociedade atual, que acaba por tirar a criança de seu mundo infantil, de suas brincadeiras e fantasias, a fim de atender a necessidade de criar gênios e com esses ampliar a competição no mercado.

Desse modo é possível constatar que tanto as situações próprias do desenvolvimento infantil quanto aquelas advindas do ambiente, exigem adaptação por parte do organismo desencadeando um processo que resulta na crescente incidência de crianças com sintomas físicos e psicológicos ligados ao estresse. Nas palavras de Lipp, “muitas das crianças que apresentam uma série de problemas psicológicos e físicos, que fracassam na escola, que usam drogas e que praticam outros atos preocupantes, estão na verdade sofrendo de stress” (Lipp, 2004, p.14)

O estresse infantil quanto o estresse em adultos possuem as mesmas características epistemológicas. Segundo Corroles (1995, apaud Falcone, 1997 p. 97) “o estresse constitui antes de tudo, um fenômeno ou uma reação emocional natural, biologicamente adaptativa e fundamental para a sobrevivência dos organismos”. Assim se compreende que o estresse é inerente a vida.

Para que esse fenômeno seja compreendido, faz-se necessário o conhecimento de seu conceito, seus mecanismos desencadeadores e seus níveis de agravamento.

Assim a infância é um período repleto de aprendizagens. O desenvolvimento que se dá nesta fase da vida ocorre com tamanha rapidez e intensidade, que não se compara a nenhuma outra fase. Ao desenvolvimento físico e mental, agregam-se as circunstâncias sociais de inserção e adaptação ao meio. Segundo Lipp (2000, p. 18):

“Durante seu desenvolvimento intelectual, emocional e afetivo, a criança se confronta com momentos em que a tensão de sua vida alcança níveis muito altos, as vezes ultrapassando sua capacidade ainda imatura para lidar com situações conflitantes. Se os adultos ao seu redor responderem as tensões da vida com ansiedade e angustia, a criança aprenderá a agir assim também. Mais tarde, quando confrontada com fatores causadores de stress, ela terá a tendência imediata para se sentir angustiada e ansiosa.”

Uma criança que não tenha um modelo adequado de enfrentamento das situações estressantes provavelmente tornar-se-á um adulto vulnerável e fragilizado, sem estratégias para lidar com as tensões inerentes à vida. Toda criança passará por momentos de conflito, frustração, mudanças e pressão. Por isso, ajudá-la a enfrentar estas situações de forma positiva é a atitude mais adequada uma vez que, poupando a criança de toda e qualquer forma de estresse faz com que diminuam as possibilidades de inoculá-la contra um estresse maior.

Os sintomas do estresse infantil se dão tanto física quanto psicologicamente. Mudanças de comportamento da criança como, tornar-se agressiva ou desobediente, são sintomas relacionados ao estresse assim como, a depressão, choro excessivo, enurese, gagueira, dificuldades de relacionamento, dificuldades escolares, pesadelos, insônias, birras e o uso indevido de tóxicos constituem os sintomas psicológicos. Quanto os sintomas físicos podem ser citados a asma, a bronquite, a hiperatividade motora, doenças dermatológicas, úlceras, obesidade, dores abdominais, diarreia e tiques nervosos. Apenas o conjunto destes sintomas pode ser um indicativo de estresse, a ocorrência isolada dos mesmos não pode ser considerada base para um diagnóstico.

As consequências do estresse infantil excessivo podem acarretar problemas não somente na infância, mas por toda a vida do indivíduo. Quando não controlado, terá consequências físicas, emocionais e sociais. Um quadro excessivo de estresse pode reduzir a resistência imunológica da criança, afetando-a fisicamente, tornando-a vulnerável às infecções e doenças contagiosas. Isso acontece por que as glândulas suprarrenais aumentam sua produção de corticosteroides que afetam diretamente o sistema imunológico reduzindo a resistência corpórea (Lipp, 2000).

As consequências psicológicas podem ser facilmente detectadas no ambiente escolar. Problemas como mostrar-se agressiva, desobediente e desorganizada refletem diretamente no desenvolvimento intelectual das crianças. Problemas interpessoais também podem aparecer, uma vez que, a criança torna-se irritadiça, hostil e desanimada. Como consequência social se não detectado e controlado poderá resultar em “adultos frágeis sem resistência aos embates da vida.” (Lipp, 2000, p.36). Em uma sociedade em desenvolvimento, repleta de mudanças, tensões e conflitos, indivíduos em essas fragilidades terão dificuldades em contribuir para o bem estar social e o desenvolvimento do país.

Quando a criança apresenta sinais de que está estressada cabe ao adulto responsável por ela (educadores, pais, familiares, etc.) analisar os vários aspectos de sua formação. O ambiente familiar, a vizinhança e a escola são os principais mecanismos socializadores da criança e, maiores provedores de situações estressantes.

Compreendendo o estresse infantil como um resultado das tensões do meio externo e das interpretações subjetivas destas situações,

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