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Textos racismo: Identidade Nacional Versus Identidade Negra

Por:   •  17/2/2016  •  Resenha  •  465 Palavras (2 Páginas)  •  915 Visualizações

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MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo A Mestiçagem No Brasil - Identidade Nacional Versus Identidade Negra. Editora. V Vozes. Petrópolis. 1999

A obra inicia afirmando que os movimentos sociais contam com obstáculos, dentre eles a inércia e as forças das ideologias e tradições, passadas e presente, e para se vencer tais obstáculos fazem-se necessário que se construa novas ideologias que alcancem as bases populares, a fim de que as convençam de que a adesão de novas propostas ideológicas é fundamental para não serem sempre vítimas das classes dominantes e de suas ideologias.

Para a construção de uma nova consciência é imprescindível, portanto, a autodefinição, pois isso permite o desencadeamento de um processo de construção de sua identidade. Essa identidade é um processo contínuo, se formam precisando ter elementos em comum, não necessariamente, segundo o autor, concomitantes, mas com aqueles que resistiram.

Atualmente o movimento negro reunisse tentando construir tal identidade levando em conta as peculiaridades do seu grupo. Perpassando do aspecto cor, tentando recuperar também sua negritude física e cultural. Apesar das dificuldades que os movimentos negros encontram, Munanga acredita que é possível, a mobilização desse movimento, pois assim como Zumbi dos Palmares, conseguiu há tempos, organizar uma oposição, hoje, ainda mais, podemos contar com grandes apoios como estudiosos, cientistas sociais, partidos políticos, imprensa e a solidariedade internacional, apoios comprometidos coma igualdade racial. Porém apesar de tais conquistas, os movimentos negros não conseguiram mobilizar todas as suas bases populares para lhes admoestar o sentimento de uma identidade coletiva. Essa dificuldade dar-se não pela incapacidade discursiva, mas sim devido os fundamentos da ideologia racial que fora elaborada a partir do século XIX a meados do século XX pela elite brasileira. O ideário do branqueamento dificultou a união essencial para o fortalecimento do movimento, pois dividiu os negros e mestiços, alienando o processo de identidade entre ambos.

O branqueamento físico da sociedade brasileira fracassou, no entanto, Munanga afirma que este ideal ficou intacto no inconsciente coletivo brasileiro, refletindo negativamente na busca de identidade baseada na “negritude” e na “mestiçagem”. Ou seja, não se conseguiu, ainda, destruir o ideal de branqueamento, dificultando a mobilização dos negros e mestiços em torno de uma única identidade “negra”. Tenta-se hoje, ao que parece, através da discussão em torno da identidade mestiça, sutilmente propor uma ideologia para recuperar a ideia de unidade nacional, que outrora não fora alcançada pelo fracassado branqueamento físico. Indo na contramão dos movimentos negros, haja vista que estes lutam não por uma identidade única, mas por uma sociedade plural e de identidades múltiplas.

Dessa maneira o autor questionará em sua obra se aos abraçarmos a identidade mestiça não significaria retirar e negar a solidariedade aos poucos negros e índios indisfarçáveis, aos orientais e minorias brancas que tem o direito de se acharem diferente, ou seja, não seria cair em uma nova armadilha ideológica?

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