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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL: BRASIL OU BRASIS?

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Por:   •  19/3/2015  •  1.328 Palavras (6 Páginas)  •  569 Visualizações

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1. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL: BRASIL OU BRASIS?

Quem somos nos povo brasileiro o que nos constitui? O que faz o Brasil ser Brasil? Brasileiro é assim mesmo?..., Essas e outras perguntas que cotidianamente ocupam grande parte dos intelectuais brasileiros, ainda os dias de hoje, mas que começam a ser formuladas, de forma mais sistemática, no início do século XX.

Em seu estudo sobre a Cultura Brasileira e Identidade Nacional, Renato Ortiz traça historicamente o processo de construção de identidade nacional, retomando as __________________ formas como a mesma foi pensada a partir do fim do século XIX. É nesse período que as teorias ligadas, principalmente, à raça e ao meio emergem com toda força visando explicar o descompasso do Brasil em relação a outros países do mundo, principalmente em relação à Europa.

Ortiz inicia sua análise partindo de três pensadores desta época: Sílvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha, considerados precursores das Ciências Sociais no Brasil, que influenciados pelas teorias evolucionistas elaboradas na Europa no século XIX.

São, portanto prioritariamente estas noções de clima e raça que vão dar singularidade o país e explicar o seu atraso e a sua lenta mobilidade, o calor dos trópicos foi visto como um fator dificultador para adaptação do elemento europeu na terra, aliado a isso se apresentava uma evidente mistura de raças. Aparece, deste modo, um quadro pessimista sobre a construção da nacionalidade e consequentemente o processo e a modernização do país. Se o mestiço (indolente) é um dado concreto, o que é apontado como ideal para o progresso do país é a possibilidade de um branqueamento da sociedade.

Tendo em vista que a Nação é uma “comunidade imaginada” (Anderson, 1983), ou seja, um sistema de representação cultural que busca unificar um todo heterogêneo, ainda permanece a questão sobre quais as estratégias utilizadas pela elite brasileira, no processo de construção de sua unidade nacional, para a concretização de um ideal de Brasil moderno e independente?

A grande diferença entre o Norte e o Sul do aís sempre foi pauta de discussão entre muitos intelectuais da época, mais uma vez os paradigmas naturalistas (questões de raça e meio) seriam responsáveis para explicar o descompasso no ritmo do desenvolvimento interno do Brasil.

2. COMO O “BRASIL DE CIMA” SE APRESENTA E COMO O BRASIL” APRESENTA O “BRASIL DE CIMA”

O historiador Durval Muniz Albuquerque Jr. inicia o seu livro A Invenção do Nordeste e outras artes, convidando-os a olhar o Nordeste na mídia: novelas, documentários, reportagens jornalísticas e, principalmente, programas de humor.

Assim como propõe Homi Bhabha em seu ensaio A outra questão o Estereotipo, a discriminação e o Discurso do Colonialismo, no qual discute a questão de alteridade a partir da construção do estereotipo no discurso colonial, Albuquerque Jr nos provoca a fazer um deslocamento dos lugares fixos de opressor/oprimido, inventor/inventado sugerindo ao leitor uma compreensão histórica de como essas imagens foram produzidas e quem as produziu.

O historiador Durval M, Albuquerque Jr sugere no subcapítulo Norte versus Sul, do seu livro A Invenção do Nordeste e outras artes, que o Sul seria eleito “naturalmente” fundamento da nação e explica que tal situação se deve ao fato de que, tanto o Sul quanto o Norte, de formas diferentes afirmavam o Norte enquanto espaço associado ao rural.

Neste cenário de organização de imagens opostas do nordeste e do nordestino que a celebre obra de Euclides da Cunha Os Sertões publicada em 1902, pôde servir como uma das fundamentações para ambos os argumentos, completamente dispares entre si. O seu discurso ambíguo e contrastante oferece substrato suficiente para produzir tanto uma estereotipia negativa em que se inferioriza o sertão/nordeste, quanto uma estereotipa positiva em que se enaltece esta região e o seu povo.

Além de perceber a produção da região Nordeste gostaria de focalizar a discussão na construção de imagem do seu habitante “o nordestino”. Quem é essa figura que se encontra tão presente no imaginário dos próprios moradores da região, mas também, é muito fortemente, nos “outros” brasileiros, representado (principalmente a partir dos anos 30) na literatura, na música, na poesia e no cinema, enfim, nas artes e nas letras que compõem este Brasil...

No discurso das elites regionais do Norte, principalmente ligadas a Pernambuco (inventores da ideia de Nordeste), o tipo regional vai se configurando a partir dos anos vinte e sendo disseminado e popularizado no final dos anos trinta”. A primeira questão que o autor chama a atenção é que, não por acaso este sujeito é representado pela figura masculina.

A partir daí podemos perceber que o processo de estereotipa do nordestino associado ao sertanejo, ao homem da roça, não nasce apenas de uma disputa do Sul contra o Norte. É claro notar que o estereotipo associado aos atributos negativos do rural, e a criação de estigmas como: tabaréu, violento, fanático, messiânico, incapaz, miserável... nasce da necessidade do Sul se afirmar como: educado, moderno, capaz rico produtivo, racional... pela diferença.

E assim que o “Brasil

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