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Thomas Wilson: Revisitando Modelos de Comportamento Informacional

Por:   •  3/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.280 Palavras (22 Páginas)  •  915 Visualizações

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Thomas Wilson: Revisitando Modelos de Comportamento Informacional

Guilherme Ulisses Alves Leite[1]

Jéssica Jesus Cabral da Silva1

José Elinondas Otávio da Silva1

José Wanderson Lins da Silva1

Luiz Henrique Teixeira Bazilio1

Resumo:

Compara através de revisão de literatura os dois modelos de comportamento informacional desenvolvidos por Thomas Wilson, traçando um perfil de cada um dos modelos, onde, o primeiro modelo desenhado pelo autor em 1981, foi desenvolvido a partir da percepção da carência de estudos de necessidade e uso da informação dentro de uma perspectiva mais voltada para o usuário, fugindo das tentativas anteriores de pesquisa no campo centrada no sistema. O segundo modelo é um redesenho do anterior, onde Wilson acrescenta elementos que representam variáveis que irão interferir no comportamento dos indivíduos frente aos canais e sistemas de informação.

Palavras-chave:

Necessidades de informação. Comportamento Informacional. Wilson. Sistemas de Informação

Abstract:

Compares through literature review both information behavior models developed by Thomas Wilson , establishing a profile of each of the models , where the first model designed by the author in 1981 , was developed from the perception of the lack of need for studies and use of information in a more focused perspective to the user, fleeing from previous attempts to research the field centered on the system. The second model is a redesign of the previous , where Wilson adds elements that represent variables that will influence the behavior of individuals facing the channels and information systems.

Keywords:

Information needs. Informational behavior. Wilson. Information Systems

1. Introdução

           Dentro do contexto da ciência da informação, os estudos de comportamento informacional abarcam uma série de métodos, procedimentos e modelos que visam a facilitação da recuperação da informação e melhorias de sistemas e canais de informação, baseados na observação do comportamento humano frente a estes canais e sistemas.

           A evolução deste campo de estudo é notória, e data, segundo Wilson (1999) do final da década de 40, na conferência da Royal Society, em 1948, onde já se abordava o tema, muito embora não fosse tratado como estudos de comportamento informacional (Crespo e Caregnato, 2003). Termo que veio a ser cunhado pelo próprio Wilson somente na década de 80.

           Com a evolução das Tecnologias da Informação, e a vigência do paradigma pós custodial – sociedade da informação – houve o crescimento de sistemas de informação computacionais e em rede, permitindo acessos rápidos e colaborativos, mas também desorganizados devido à extraordinária oferta de informação. Brum e Barbos (2009) descrevem essa rotina crescente e frenética:

O ambiente que se descortina dentro da sociedade da informação é composto por pessoas e organizações que necessitam, buscam, disseminam e usam a informação sem se preocupar com a sistematização deste processo. [...] Para os usuários, esse excesso de informação se torna angustiante, devido ao fato de eles terem acesso e não conseguirem absorvê-la, usá-la para atingir um objetivo ou mesmo para executar uma tarefa.

           Partindo destas observações, alguns modelos de estudos de usuários da informação foram desenvolvidos afim de traçar, dentro de contextos e ambientes, perfis de comportamentos humanos frente a estes canais e sistemas de informação, com o intuito de sistematizar o processo de recuperação das informações por parte dos usuários de maneira mais fluida e eficaz.

           O presente artigo pretende fazer uma descrição dos modelos de comportamento informacional desenvolvidos por Thomas Wilson em 1981 e 1996, colocando em comparação seus pontos e discutindo a importância destes para a ciência da informação e para a sociedade em geral.

2. Biografia

           Thomas Daniel Wilson nasceu em 1935 na estação Ferroviária Shincliffe, na Inglaterra. Estudava em uma aldeia vizinha de mineração Bowburn, mas aos 16 anos deixou a escola para trabalhar como assistente de biblioteca em Durham County Library. Sua carreira profissional foi interrompida durante dois anos para seguir carreira nacional do serviço militar. Voltando em seguida para o que era chamado na época de “escola biblioteca” e assim se preparar para os exames nacionais da Associação de Biblioteca, o qual se qualificou como bibliotecário profissional, mudando-se rapidamente para assumir o comando de uma biblioteca universitária, cabeça padrão, pois era o único bibliotecário.

           Pouco tempo depois trabalhou como bibliotecário corporativo no Centro de Investigação Nuclear de CA Parsons, inventor da turbina de vapor na década de 50 e 60, famoso em Tyneside. Momento o qual ele se tornou interessado no uso de novas tecnologias na ciência da informação. Em 1961, completou seus exames para a Fellowship da Associação de Biblioteca, onde mudou-se e começou sua carreira acadêmica, ensinando na Escola de Biblioteconomia, Faculdade de Comércio, Newcastle upon Tyne, trabalhando nesta última até janeiro de 1972, quando se mudou para Sheffield para assumir uma posição de dois anos como investigador principal em um projeto de pesquisa. Wilson também obteve licenciatura em economia e sociologia, e um doutorado em teoria da organização. Na área do comportamento informacional (um termo que ele inventou para cobrir todas as atividades relacionadas com a procura, aquisição, utilização e partilha de informação) Wilson centrou-se sobretudo na análise de como os indivíduos e grupos se reúnem e trocam informações.

           Wilson foi responsável por diversos estudos alguns dos mais famosos e conhecidos são o projeto INISS realizado no período de 1980 a 1985, onde tinha como objetivo aumentar a eficiência dos trabalhadores dos Serviços Sociais na gestão das informações. Além dos métodos tradicionais de pesquisas e entrevistas com aqueles que buscam informação, Wilson e sua equipe também observou os assistentes sociais e os seus gestores em suas tarefas do dia-a-dia para ver as técnicas que foram realmente utilizadas para encontrar, utilizar e comunicar informação. Observando que, no ambiente de um escritório de Serviços Sociais, a maioria das informações era oral, com algumas notas sendo tomadas sobre a comunicação oral.

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