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Vidas Secas de Graciliano Ramos

Por:   •  25/11/2019  •  Relatório de pesquisa  •  2.541 Palavras (11 Páginas)  •  248 Visualizações

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                        Vidas Secas de Graciliano Ramos:

   “Vidas Secas” é a obras mais emblemática do escritor brasileiro moderno Graciliano Ramos (1852-1953). O livro foi publicado em 1938 e trata-se de um romance documental inspirado nas experiências do autor.

   O local de desenvolvimento da história é o sertão brasileiro nordestino, onde Graciliano Ramos retrata a vida de uma família de retirantes, traçando a figura do sertanejo. Ao mesmo tempo, ele explora os temas da miséria e da seca do nordeste.

   Em resumo a obra descreve os momentos de uma família de retirantes que atravessam o sertão nordestino. Todos estão fugindo da miséria e da seca e em busca de uma vida melhor.

                                  Estrutura da Obra:

   Vidas Secas está escritos em terceira pessoa e apresenta um Narrador Onisciente.

   A obra possui um tempo psicológico em detrimento do cronológico, e está dividido em 13 capítulos:

   *Capítulo 1: Mudança

   *Capítulo 2: Fabiano

   *Capítulo 3: Cadeia

   *Capítulo 4: Sinhá Vitória

   *Capítulo 5: O Menino mais novo

   *Capítulo 6: o Menino mais velho

   *Capítulo 7: Inverno

   *Capítulo 8: Festa

   *Capítulo 9: Baleia

   *Capítulo 10: Contas

   *Capítulo 11: Soldado Amarelo

   *Capítulo 12: Mundo coberto de penas

   *Capítulo 13: Fuga

                              Personagens Principais:

   *Fabiano: Nordestino pobre e alcoólatra, Fabiano representa o chefe da família e designa um homem ignorante e grosseiro.

   *Sinhá Vitória: Nordestina sofrida e lutadora, mulher de Fabiano e a mãe dos 2 filhos.

   *Filhos: representam os filhos de Fabiano e Vitória, o “menino mais novo” e o “menino mais velho”. Tal que seus pais, são pobres e sofridos.

   *Baleia: é a cadela da família, muito querida por todos, sobretudo pelos meninos. Ela é tratada como um membro da família.

   *Patrão: representa o patrão de Fabiano, explorador e dono da fazenda em que ele trabalha.

                             Personagens Secundários:

   Além deles, há os personagens secundários que surgem em apenas alguns momentos da história: Soldado, Soldado Amarelo, Seu Inácio, dentre outros.

                              Resumo Completo:

   Vidas Secas é um profundo retrato da sociedade brasileira, sobretudo de seus problemas sociais.

   Dessa forma, Graciliano traça uma crítica social retratando as dificuldades encontradas por uma família pobre de retirantes. Eles tem de conviver constantemente com a miséria e a seca que assola o sertão nordestino.

   Fabiano e Sinhá Vitória é um casal simples que possuem dois filhos: o mais novo e o mais velhos. Dos filhos, nenhum nome é mencionado durante toda a história. Mesmo convivendo constantemente com a miséria, eles são crianças que possuem sonhos. O mais velho é muito curioso, e o mais novo anseia por fazer algo importante, para que todos fiquem orgulhoso dele.

   A Baleia é a cadela que curiosamente tem um nome, e faz referência a um animal aquático, ou seja, uma baleia, em contraste com a seca. Ela é muito adorada pelos meninos e no decorrer da história adoece e por fim, morre. Interessante notar que a baleia é considerada um ser humano.

   Vale lembrar que a obra muitas vezes não possui diálogos. Fabiano, deveras ignorante, tem dificuldade de se expressar e prefere ficar quieto. Sua mulher, Sinhá Vitória, é uma lutadora que busca melhorar a situação, sendo menos ignorante que seu marido, que a admira muito.

   Quando a família encontrar um lugar para descansar do sol escaldante, se deparam com o dono da terra, que será o patrão de Fabiano.

   Ele permanece no local com sua família, trabalhando como vaqueiro na fazenda. Fabiano é preso injustamente pelo soldado amarelo, momento em que reflete sobre sua vida e sua condição.

   O romance é repleto de pequenas felicidades dentro da família de retirantes. No entanto, os problemas sociais e animalização das personagens permeiam toda obra.

   Além disso, o sonho do sofrimento acabar, permanece em todos, na esperança de encontrar melhores oportunidades.

   Note que o último capítulo “Fuga” aponta que a seca vem novamente assolar a região, com o verão que se aproxima. Assim, se inicia uma nova fuga sendo a mesma do início: A Fuga da Seca.

                                                Trechos da Obra:

   Para melhor exemplificar: Dois trechos da obra, do primeiro e o último capítulo...

       

                                             *Capítulo 1- Mudança

   “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

   Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

   Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

   -Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.”

                                                       

                                                              *Capítulo 13-  Fuga

   “(...)O que indignava Fabiano era o costume que os miseráveis tinham de atrair bicadas aos olhos de criaturas que já não se podiam defender. Ergueu-se, assustado, como se os bichos tivessem descido do céu azul e andassem ali perto, num vôo baixo, fazendo curvas cada vez menores em torno do seu corpo, Sinhá Vitória e dos meninos.

   Sinhá Vitória percebeu-lhe a inquietação na cara torturada e levantou-se também, acordou os filhos, arrumou os picuás. Fabiano retomou o carrego. Sinhá Vitória desatou-lhe a correia presa ao cinturão, tirou a cuia e emborcou-a na cabeça do menino mais velho, sobre uma rodilha de molambos. Em cima pôs uma trouxa. Fabiano aprovou o arranjo, sorriu, esqueceu os urubus e o cavalo. Sim senhor. Que mulher! Assim ele ficara com a carga aliviada e o pequeno teria um guarda-sol. O peso da cuia era uma insignificância, mas Fabiano achou-se leve, pisou rijo e encaminhou-se ao bebedouro. Chegariam lá antes da noite, beberiam, descasariam, continuariam a viagem com o luar. Tudo isso era duvidoso, mas adquiria consistência. E a conversa recomeçou, enquanto o sol descambava.

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