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Vygotsky E O Papel Das Interações Sociais Na Sala De Aula: Reconhecer E Desvendar O Mundo

Trabalho Universitário: Vygotsky E O Papel Das Interações Sociais Na Sala De Aula: Reconhecer E Desvendar O Mundo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/5/2014  •  1.444 Palavras (6 Páginas)  •  2.093 Visualizações

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VYGOTSKY E O PAPEL DAS INTERAÇÕES SOCIAIS NA SALA DE AULA: RECONHECER E DESVENDAR O MUNDO

O presente trabalho trata-se do resumo de um texto expositivo, extraído do livro, escrito por João Carlos Martins, cujo tema é “Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo”. O autor apresenta uma reflexão sobre a função do professor e da sociedade na formação do aluno, afirmando a importância da escola para expansão da linguagem. Para iluminar as suas reflexões ele utiliza-se das ideias de Vygotsky.

Desse modo o autor apresenta uma reflexão sobre a importância das trocas entre os parceiros no processo ensino-aprendizagem, que remete à psicologia sócio-histórica, que sugere os objetivos e finalidades da ação educativa. A meta maior do educador é criar condições para que os alunos se tornem cidadãos que pensem e atuem por si mesmos, para isso é preciso impulsioná-lo a trabalhar com ideias, a analisar os fatos e a discuti-los e assim construir o seu ponto de regulação para um pensar competente e comprometido com determinadas práticas sociais. As atividades propostas devem basear-se nas relações entre sujeito e objeto, permitindo ao sujeito ultrapassar a impressão inicial das ideias e buscar o que está além delas, porém não é possível abordar essas relações sem discutir sua função enquanto professor.

Com a ditadura militar o professor foi pressionado a rever seu método e avaliar os resultados com seus alunos e só a partir da década de 80 que universidades e educadores recolocaram em discussão a função crítica e libertadora da educação. Nos últimos anos, muito se falou da formação do professor e da urgência desta questão do preparo para o exercício competente da tarefa de educar, e, apesar do mundo globalizado precisar difundir suas conquistas tecnológicas, não é capaz de resolver o entrave que se chegou, dilema que se agrava quando o país é subdesenvolvido. O avanço da tecnologia não se faz presente na vida cotidiana dos cidadãos e, entre eles, professores e alunos da Escola Pública, onde grande parte da comunidade escolar também não tem acesso às novas conquistas da tecnologia, sendo preciso discutir criticamente esse quadro por meio da ação consciente de educadores capazes de desenvolver interações em suas salas de aula.

No Brasil, ao nos defrontar com estatísticas de reprovação, percebemos nossas velhas preocupações sobre a função da escola, o que ela tem feito com os seus alunos e como conseguir resultados melhores. A tendência atual que melhor colabora para esta reflexão é a psicologia sócio-histórica, e, dentro dela, as práticas sociointeracionistas são as que acenam para caminhos diferentes daqueles propostos pela escola mais tradicional.

João Carlos Martins defende a ideia de que todo Homem se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os outros. Desde nosso nascimento somos socialmente dependentes dos outros e entramos num processo histórico que nos oferece dados sobre o mundo e permite a construção de uma visão própria sobre este mundo, assim construímos nossa história só com a participação dos outros e com a apropriação do patrimônio cultural da humanidade.

A criança e o adulto trazem em si marcas de sua própria história e da história acumulada no tempo dos grupos sociais com quem dividem e vivenciam o mundo, assim o indivíduo transforma-se de criança em adulto processando as diversas visões de mundo com quais convive. Toda essa discussão começa com Vygotsky, psicólogo que propôs na teoria sociointeracionista, uma concepção de desenvolvimento humano baseado na ideia de um organismo ativo, cujo pensamento constitui-se em um ambiente histórico e cultural onde a criança reconstrói internamente uma atividade externa; essa reconstrução é apresentada por ele na lei que chamou de dupla estimulação, afirmando que a criança vai aprendendo e se modificando.

Vygotsky salienta que as possibilidades que o ambiente proporciona ao indivíduo são indispensáveis para que este se constitua como sujeito lúcido e consciente, capaz de alterar as circunstâncias em que vive. Ao nascer, as situações vividas vão possibilitando interações sociais com parceiros mais experientes, que orientam o desenvolvimento do pensamento e o próprio comportamento da criança levando a uma transformação das funções psicológicas elementares, a exemplo da memória, em funções superiores, como o raciocínio e a atenção voluntária. O desenvolvimento da última está diretamente relacionado com a mediação feita pela linguagem.

A passagem das funções psicológicas elementares para as superiores ocorre então, pela mediação promovida pela linguagem que, na abordagem vygotskiana, intervém no processo de desenvolvimento intelectual da criança desde que nasce. A linguagem do ambiente aponta o modo pelo qual a criança absorve as circunstâncias em que vive e permite a comunicação e expressão do pensamento. Desta forma a comparação das concepções iniciais de mundo da criança com aquelas dos parceiros de seu ambiente torna-se de vital importância para a apropriação de significados diversos. Vygotsky determina a diferenciação entre o significado e sentido, aquilo que é estabelecido pelo social é o significado do signo linguístico, já o sentido é o signo interpretado pelo sujeito histórico, dentro de seu tempo, espaço e contexto de vida.

O autor relata que é nas interações em classe que tanto o conceito científico, quanto os conceitos cotidianos dos alunos passam a ser desenvolvidos e tomam um caminho mais ascendente. A fala, um dos modos de linguagem, encontra-se disseminada por expressões afetivas que se tornam igualmente alvo das interações. A ação e a fala juntam-se na coordenação de várias habilidades, observa-se assim, a objetivação dos sentidos, permitindo ao sujeito articulações internas que requerem negociações para alcançar significado. Assim, Vygotsky faz do significado das palavras a unidade de análise de suas pesquisas sobre a atividade instrumental.

Adultos e crianças, professores e alunos podem conferir às palavras significado e sentido distintos. Sujeitos mais experientes impulsionam as crianças na apropriação e expansão da linguagem, promovendo a elaboração de sentidos particulares. Assim, a interação de membros mais experientes com menos experientes é parte indispensável da abordagem vygotskiana, especialmente vinculada ao conceito de internalização: a reconstrução interna de uma operação externa é ao longo do processo interativo que as crianças aprendem como abordar e resolver vários problemas.

Para Vygotsky, é na interação entre as pessoas que se constrói o conhecimento que depois será intrapessoal. Ao nos referir ao valor das interações em sala de aula, é importante pensar que este referencial não compactua com a visão de classes socialmente homogêneas, onde uma determinada classe social organiza o sistema educacional. A ideia da sala de aula arrumada, onde todos devem ouvir uma só pessoa transmitindo informações também não é aceita.

O autor traz a visão de que quando imaginamos uma sala de aula em um processo interativo, estamos acreditando que todos terão possibilidade de falar, levantar suas hipóteses e, chegar a conclusões que ajudem o aluno a se perceber parte de um processo dinâmico de construção. Não nos referindo a uma sala de aula onde cada um faz o que quer, mas onde o professor seja o mediador dos conhecimentos e todos se tornem parceiros de uma grande construção. O homem se constitui enquanto tal no confronto com as divergências, e um dos ambientes privilegiados para isso é a escola.

Para a construção de relações válidas e importantes em sala de aula cada um deve ter o seu lugar, e o aluno é alguém com quem o professor pode e deve contar. A aprendizagem desenvolvida na escola é uma fonte importante de expansão conceitual. Afinal, a escola é um local, ou deveria ser, privilegiado para fornecer o suporte necessário a ricas e profundas interações com o conhecimento. Nas interações criança-criança e professor-criança, a negociação de significados favorece a passagem do conhecimento espontâneo, que as crianças constroem sozinhas em suas relações cotidianas para o conhecimento científico, aquele que dá nova significação ao conceito espontâneo. A articulação destes dois tipos de conhecimento possibilita um tipo de percepção mais geral, conscientizando a criança de seus processos mentais e promovendo seu desenvolvimento.

Como conclusão, é essencial destacarmos que o presente trabalho foi importante em nossa formação profissional, uma vez que leva a uma reflexão sobre o nosso papel como mediador. A partir da interpretação do texto percebemos que a função do professor é muito mais que passar conhecimento ao aluno, sendo que deve também desenvolver ações que proporcionem à criança interagir com seus colegas e com seu próprio educador. Percebemos também que a escola é de vital importância para a formação dos alunos como cidadãos e o quanto os exemplos passados pelos mais velhos agem diretamente sobre a construção do conceito de mundo de cada um. Assim, para o desenvolvimento e a constituição do modo de ser de uma criança, tudo e todos são exemplos.

REFERÊNCIAS

MARTINS, João Carlos. Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na

Sala de aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo. 1997. Disponível em: http://togyn.tripod.com/o_papel_das_interacoes_na_sala.pdf.

Acesso em: 01 de abril de 2012.

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