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A Historia do Desenho

Por:   •  22/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.600 Palavras (15 Páginas)  •  321 Visualizações

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[pic 1]

        ARTES VISUAIS

 

Unidade 2 – Metodologia de Ensino de Arte

WEBAULA 2

 

Articulação dos Campos conceituais da Arte

Vamos continuar nossa reflexão acerca do ensino de artes visuais? A disciplina de Arte, assim como as demais, permite o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e estético, possibilita que o aluno desenvolva também sua criticidade, imaginação, sensibilidade, criatividade dentre outras potencialidades, sendo assim muito importante no contexto escolar. No entanto, existe um grande equívoco ao pensar na disciplina de Arte relacionada apenas a um “dom”, ou seja, acreditam que o professor de artes visuais deve ser aquele que, além do dom artístico, deverá saber todas as técnicas, produzir muito e dominar muito bem todas as modalidades artísticas, principalmente o desenho. Para ser docente de Artes Visuais, este deverá ser criativo, inovador, flexível, gostar do campo artístico da história da Arte, ser sensível e gostar de lecionar. Muitos têm habilidade em alguma modalidade artística ou em todas, mas isso não é regra. O professor de Artes Visuais pode apenas se simpatizar pelas modalidades artísticas, sem dominá-las. Por exemplo, eu posso gostar de pintura, no entanto não pintar. Excluem a possibilidade da disciplina de desenvolver potencialidades, como observação, reflexão, criticidade, estabelecimento de sentido, senso estético e compreensão; pensam a disciplina apenas no campo conceitual da produção artística do “fazer”. Embora o fazer seja de grande relevância, a arte sem a produção não existiria e o mesmo ocorre com relação ao ensino de Arte. O que está equivocado é pensá-la apenas como reprodução de objetos, não a compreender como área de conhecimento, é entendê-la apenas como “realização de trabalhos e conhecimento de técnicas”. Consequentemente, acreditam ser apenas este o objetivo da disciplina. A disciplina de Artes Visuais não tem como finalidade ilustrar conhecimentos, festas cívicas ou escolares. Como toda área do conhecimento, tem como objetivo a construção e aquisição de conhecimento. A arte é conhecimento construído pelo homem através dos tempos, sendo, portanto, importante fora e dentro da escola.

A arte é linguagem, ou seja, uma forma de expressão e comunicação humana, ela tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sociais, estéticos, sensíveis e culturais e isso já é suficiente para que se justifique sua presença na vida escolar. 
Por ser uma linguagem, é uma forma de expressar emoções, ideias, vivências entre outros, é também, uma forma de comunicação e a compreensão dessa comunicação, só se torna possível, se o outro decodificar a mensagem, portanto enfatizamos ser importante na escola propiciando à criança, que ela se expresse e compreenda certos códigos artísticos. 
Quando nos referirmos à disciplina de Arte, a comunicação se dá por intermédio de formas, cores, texturas, volumes, sons, movimentos, gestos, expressões dentre outros (CAVA, 2009, p. 32).

 

Vejamos a charge a seguir que ilustra como o professor de Arte e a disciplina muitas vezes são vistos de forma distorcida.

Figura 1 Aula de arte

[pic 2]

Fonte: Thiago Sant’Ana Cabral Cava (2008).

 

Nessa charge, a professora está planejando uma aula que articula os eixos “fazer/produzir – apreciar/fruir” e “refletir/contextualizar”, mas infelizmente a outra pessoa, que provavelmente é a diretora ou pedagoga da escola, não tem esse entendimento. Apresenta também o fato de que, como na maioria das escolas brasileiras e dos docentes destas, acredita-se ser função do professor de Arte enfeitar a escola em dias festivos, fazer pacotes, enfeitar árvores de Natal e todas as atividades que envolvem habilidade manual. O professor de Arte, assim como os demais professores, pode colaborar nessas atividades relatadas, principalmente em dias festivos, com a arrumação da escola, com ensaios dos alunos, com a confecção e arrumação de enfeites e outros, mas isso não significa ser obrigação apenas dele, mas também da escola como um todo, para que tudo corra bem. Ele precisa ter fundamentação teórica e ter muito bem definidas suas atribuições como professor de Artes Visuais para que, sem se posicionar de forma rude, arrogante ou antipática, colabore, mas pontue que sua colaboração é como professor da escola, e não professor de Artes Visuais. Nada o impede de ser um profissional que colabora pelo bom andamento da escola, que se envolva com as atividades realizadas nela, de fazer tais tarefas. O que pode tornar-se delicado e surtir entendimentos equivocados é se ele deixar que o corpo docente de sua escola pense ser essas as funções apenas dele. Cabe aqui um relato meu: na minha trajetória de dezesseis anos em sala de aula, sempre colaborei com os dias festivos, com o que meus superiores me pediram, mas também sempre pontuei que colaborava como docente daquela escola porque estava envolvida com a proposta e queria contribuir, e não por ser minha função como professora de Arte ou porque tinha “dom”.

Ao trabalhar com Arte, o aluno é estimulado à reflexão, à investigação, a experimentações, a comparações, a ter curiosidade, a levantar hipóteses, ao trabalho em equipe, proporcionando, dessa forma, o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, cultural e estético.

Com relação à criatividade, uma potencialidade que sempre é mencionada ao se falar em arte está nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997, p. 41) que diz:

A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, ideias e sentimentos que se realizam como imagens internas [...]. É a capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas que podem vir a existir abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata.

 

No ensino de Arte, o termo criatividade foi utilizado inadequadamente, ligando-se à "livre expressão" e passando a ser utilizado para qualificar qualquer tipo de trabalho, mesmo que este nada tivesse a ver com a ideia que se tinha de criatividade. Sobre o assunto, Saunders (1984, p.19) afirma:

Por conseguinte, criar livremente não significa poder fazer tudo e qualquer coisa a qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e de qualquer maneira. Vemos o ser livre como uma condição estruturada e altamente seletiva, como condição sempre vinculada a uma intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a valores a um tempo individuais e sociais. Ao se criar, define-se algo até então desconhecido. Interligam-se aspectos múltiplos e talvez divergentes entre si que a uma nova síntese se integram.

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