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A Literatura e o Teatro

Por:   •  6/8/2017  •  Abstract  •  2.330 Palavras (10 Páginas)  •  383 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

COORDENAÇÃO DE LETRAS/ESPANHOL

DISCIPLINA: TEORIA LITERÁRIA

PROFESSORA: ALGEMIRA DE MACÊDO

LITERATURA E TEATRO

                                                                                                    Jhonata Pool

                                                                                                    Cleidimara Santos

                                                                                                     Illana Rayza

                                                                                                     Paulo Bismarck

                                                                                           Cícero Souza

INTRODUÇÃO

    A literatura e o teatro têm uma relação que exige um maior cuidado ao ser tratado, pois diferente da pintura, música, cinema, e a relação desses com a literatura, o teatro tem sua dimensão crucial representada no texto dramático, onde muitas vezes seu valor estético e a excelência garantem a ele um lugar como gênero literário, com direito a formas e temas específicos. Lukás (2000) diz que o romance é o gênero por excelência da época burguesa, a epopéia de um mundo sem deuses, tendo a hegemonia como forma literária no século XVIII e desenvolvida em texto fundamental por Ian Watt (2007). Já no séc. XX ocorre à crise desse gênero após seu estabelecimento no séc.XIX. Neste caso, a literatura é confundida com o gênero épico, e de forma mais especifica com a prosa, especialmente o romance. Obras como Arte poética de Boileau, no classicismo Frances ou o prefácio de Cromwell do grotesco, do sublime, de Hugo que é o marco do romantismo francês, mostram que o tema poético já era ligado ao teatro antes de qualquer manifestação que teve a linguagem como material num longo percurso que se inicia na superioridade da tragédia em relação à epopéia de Aristóteles.

RELAÇÕES ENTRE O GÊNERO DRAMÁTICO E ÉPICO

    As relações completas entre literatura e teatro se entrelaçam entre três grandes gêneros literários: épico, lírico e dramático. Essa relação passa por duas abordagens distintas, inter-relacionadas e complementares. O gênero dramático deve ser visto em suas correlações com o gênero épico e lírico, tomado todos como formas puras, num exercício de cunho didático e, sobretudo, heurístico. Isso porque essa divisão por gêneros literários não os faz alheios e isolados uns dos outros e, além disso, não serve como parâmetro para uma avaliação positiva ou negativa de uma obra de arte, por estar mais próxima ou distante de uma “forma pura”.

    Os gêneros são construções complexas e históricas e devem ser consideradas, não formas fixas ou formas prontas. Eles mudam de acordo com novas configurações político-sociais, expressando questões decisivas para um determinado contexto, promovendo novas perspectivas artísticas e interpretativas. Há ainda especificidades no texto dramático pelas indicações cônicas, chamadas de rubricas ou didascálias, que indicam como deve ser montado o cenário, ou qual a intenção e intensidade de uma determinada fala, que serão incorporadas a montagem cênica. As indicações de cena são muito eloqüentes no sentido de diferenciar a literatura dramática da épica, pois remetem diretamente a encenação, criando um espaço e um tempo próprio.

TEATRO E LITERATURA DRAMÁTICA

    Um texto dramático pode ser lido e apreciado sem que se veja uma, encenação do mesmo. Desde a obra fundadora de Aristóteles, muita tinta já foi gasta para discutir sobre a primazia entre a literatura dramática (o texto) e sua apresentação no palco (o espetáculo). Aristóteles desvaloriza o espetáculo teatral por sua dependência de encenadores, atores e contra-regras, que podem como é fato, arruinar ou desfigurar uma peça até o desconhecimento. A partir desse argumento, qualifica o espetáculo como o elemento menos importante da tragédia, e sua poética trata especificamente do texto, sua estrutura e efeito.

    Em resumo, temos dois níveis de análise, que devem ser vistos na dialética entre a autonomia (tanto do texto como do espetáculo) e a remissão constitutiva e estrutural de parte a parte: no estudo imanente do texto, leva-se em conta o caráter incompleto que visa à encenação; na apreciação do espetáculo, o estudo da interpretação do texto pelos atores integra o ato crítico. Em outros termos e com outro alcance, mais amplo, há por um lado a leitura de uma obra teatral como parte de um sistema literário canônico, hoje em dia realizado no isolamento e segurança do lar, que tende à perenidade e universalidade: Shakespeare discute essências de todo e qualquer homem, a qualquer tempo, e seu nome figura como o grande destaque d’O Cânone Ocidental não só de Harold Bloom..

     A dialética entre essas perspectivas constitui um quesito próprio do teatro e, nunca é demais lembrar, não são de forma alguma excludentes, mas se realizam no movimento pendular que vai de uma a outra, análogo ao processo crítico que toda obra de arte deve propiciar. O teatro, nesse sentido, funciona como um meio de reflexão (Médium de reflexão, na terminologia de Walter Benjamin) dos mais fecundos e, infelizmente, dos menos valorizados, questão que pode e deve ser abordada historicamente, mas não nesse espaço.

LITERATURA E TEATRO: DIALÉTICA ENTRE FORMA LITERÁRIA E PROCESSO SOCIAL

    No século XVIII, o humanismo já havia se consolidado e o homem passou a se embasar na liberdade do pensamento e supremacia da razão. Livre do passado e agora responsável pela sua vida. A partir disso construiu-se a sociedade como a conhecemos. Adveio a revolução industrial, a revolução francesa e emergência da técnica e da burguesia. Esta, a burguesia, a partir da segunda metade do século XIX enfrenta varias crises econômicas, filosóficas e guerras - o que enseja uma forte Tonica individualista e materialista expressa na aceitação filosófica do existencialismo uma vez que já não havia espaço, diante dos acontecimentos pregressos, para o romantismo ou qualquer metafísica religiosa.

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