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Biografia de Mozart: Um Recorte Temporal.

Por:   •  15/8/2016  •  Ensaio  •  989 Palavras (4 Páginas)  •  263 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

****Mudar a parte q ele não deve se preocupar com a opinião alheia. Ele perdeu ponto por isso***

Mozart, o artista de corte e o artista de hoje

Antes dos ideais burgueses de igualdade e liberdade em contraposição à hierarquia e à tradição se difundirem pela Europa, o gosto da nobreza de corte estabelecia o padrão para os artistas de todos as origens sociais. Especialmente na Música e na Arquitetura. Na Alemanha e na França, as pessoas que trabalhavam no campo da produção de arte ainda eram fortemente dependentes do favor, do patronato e, portanto, do gosto da corte e dos círculos aristocráticos. Ou seja, um músico que desejasse ser socialmente reconhecido como artista sério e, ao mesmo tempo, quisesse manter a si e à sua família, tinha de conseguir um posto na rede das instituições da corte ou em suas ramificações.

A maior parte das pessoas que seguia uma carreira musical, era de origem não-nobre, ou, em nossa terminologia, burguês. Então, para obterem êxito na sociedade de corte, e encontrar oportunidade para desenvolverem seus talentos como músico ou compositor, eram obrigadas, por sua posição inferior, a adotar os padrões de comportamento e de sentimento, não apenas no gosto musical, mas no vestuário e em toda a sua caracterização enquanto pessoa. A vida de Mozart ilustra nitidamente a situação deste grupo burguês nessa economia dominada pela aristocracia de corte.

Incentivado e instruído pelo pai, também músico, Mozart, que demonstrou, desde cedo, aptidão para a música, teve relações com todos os músicos conhecidos e famosos de sua época (incluindo Johann Christian Bach, Gluck e outros), além de um treinamento intensivo com o pai. Aos cinco anos começou a compor e antes de completar os seis, o pai levou-o e a irmã, em sua primeira tournée de concertos a Munique e outras cortes e palácios da Europa, onde causavam sensação, especialmente o menino, tido como prodígio par excellence. O que desenvolveu nele uma noção muito forte de seu próprio valor e de sua tarefa como compositor e intérprete, o que combinava mal com sua posição social de subordinado e criado.

Na vida adulta, Mozart continuou percorrendo a Europa em tournées, sempre na esperança de que seu potencial criativo o faria ganhar reconhecimento e ascensão social, além de uma liberdade autoral mais ampla, visto que o padrão do patrono era o que prevalecia como base para a criação artística sobre a fantasia pessoal do artista. O que difere bastante dos dias de hoje, onde os artistas são, em geral, socialmente iguais ao público que admira e compra sua arte e onde existe uma maior liberdade criativa para o artista sair dos trilhos e poder, através de modelos inovadores, conduzir lentamente o público em geral, com seus próprios olhos e ouvidos.

O que não significa sugerir que a arte dos artistas “livres” pós-modernos, dirigida a um mercado de consumidores anônimos, seja melhor ou pior do que a dos artesãos, produzida para patronos. Do ponto de vista de nossos sentimentos presentes, a mudança na posição do artista pode muito bem ter sido, para as pessoas envolvidas, uma mudança “para melhor”. Mas isto não quer dizer que o mesmo se desse com suas obras. À medida que vai mudando a relação entre os que produzem arte e os que precisam dela e a compram, muda a estrutura da arte, mas não o seu valor. O que explica o fato de na sociedade atual se questionar o valor da arte feita para agradar a massa e gerar lucro; e da arte feita com maior comprometimento do artista com sua consciência criativa, o que muitas vezes, apesar de mais elaborada, não cai no gosto da massa e conseqüentemente não recebe ajuda dos que vendem arte hoje em dia.

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