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Crítica da Arte História, Crítica e Filosofia

Por:   •  27/6/2019  •  Projeto de pesquisa  •  2.441 Palavras (10 Páginas)  •  141 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Arte: História, Crítica e Filosofia

LARISSA SILVA DOS SANTOS

SOFONISBA ANGUISSOLA

Anguissola a partir do feminismo

SÃO PAULO

2019

LARISSA SILVA DOS SANTOS

SOFONISBA ANGUISSOLA

Anguissola a partir do feminismo

Trabalho apresentado no curso de graduação da Pontifícia Católica de São Paulo.

Orientadora: Priscila Arantes

SÃO PAULO

2019

Resumo

A partir de uma análise sob uma perspectiva feminista, este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise da obra O Jogo de Xadrez, da artista renascentista Sofonisba Anguissola. Com base no artigo da historiadora da arte Linda Nochlin, será desenvolvido um pensamento que prioriza a importância das obras de Sofonisba Anguissola para a história da mulher no ramo da arte.

Palavras-chave: Análise da obra. Feminista. Sofonisba Anguissola.

Introdução

Estudando o artigo da historiadora da arte Linda Nochlin, em que a escritora defende que não houve grandes artistas mulheres porque elas não tiveram condições sociológicas para existirem, juntamente com a biografia e análise das obras de arte da artista renascentista Sofonisba Anguissola, é possível compreender a grande artista que Anguissola foi para o seu tempo. A partir de suas obras, Anguissola procurou representar cenas rotineiras ao mesmo tempo em que, sutilmente, evidenciou cenas intelectuais da qual convivia.

Por isso, neste trabalho, será feita uma análise na obra O Jogo de Xadrez com base na perspectiva feminista de Linda Nochlin. Essa é uma das obras mais conhecidas de Anguissola, em que, além de apresentar as suas habilidades técnicas ao detalhar paisagens, roupas e corpos, a artista também nos fascina com a sua sutileza ao apresentar o mundo intelectual em que vivia por meio de um jogo de xadrez entre as irmãs.

Sofonisba Anguissola

Embora a grande maioria das mulheres artistas conhecidas dos séculos XV e XVI fossem as filhas dos mestres, e elas aprenderam a pintar no contexto doméstico da oficina medieval tardia e do início do renascimento, uma exceção significativa a esta regra é Sofonisba Anguissola (1532-1625). Ela foi a primeira de sete crianças de Amilcare Anguissola, membro da nobreza menor genovesa. Anguissola era de Cremona, no norte da Itália, e nasceu em uma família que teve a atitude incomum de transformá-la numa pintora profissional.

Quando Sofonisba Anguissola tinha quatorze anos, foi enviada por seu pai junto com sua irmã Elena para estudar arte com Bernardino Campi, pintor e retratista religioso respeitado em Cremona. No entanto, a intenção de Amilcare não era ter suas filhas treinadas para se tornar praticantes comerciais da arte. Ao invés disso, Amilcare considerava que aprender a pintar era parte da nova educação humanista para uma mulher de alta posição social. Seria parte, portanto, da educação de uma dama na corte que deveria desenvolver suas habilidades nas letras, na música e na pintura e exercê-los em “discreta modéstia”.

Cinco anos depois de sua introdução a pintura, Anguissola vai estudar com Bernardino Gatti e é com ele que a pintora desenvolve as suas principais caraterísticas: representar retratos com nuances narrativas e intelectuais. Seu pai, na contínua busca de garantir uma boa posição a Anguissola, a apresentou a vários cortesãos e artistas do norte da Itália, anunciando suas habilidades e estendendo sua educação artística. Foi então que sua fama atingiu o auge ao ser convidada para a Espanha em 1559 como uma dama de companhia da rainha da Espanha, Isabel de Valois, que mostrou um interesse especial pela arte da pintura. Sofonisba Anguissola foi a primeira artista a ficar conhecida internacionalmente.

As obras de Sofonisba Anguissola em seu contexto histórico

Em 1976, Linda Nochlin e Ann Sutherland Harris organizaram no Los Angeles County Museum uma exposição denominada Women Artists 1550-1950. Foi graças a essa exposição que obras de grandes mulheres artistas, como Sofonisba Anguissola, foram resgatadas e apresentadas para importantes intelectuais da época. Foi a primeira vez que se juntaram num mesmo espaço artistas de nacionalidades tão diversas e de períodos tão díspares que se consolidaram as abordagens de uma história da arte feminista. A ideia desta exposição se originou a partir do artigo publicado por Nochlin, em 1971, no jornal Artnews intitulado Why have there been no great woman artist (Por que não houve grandes artistas mulheres?) que tinha o objetivo de revolucionar a disciplina da história da arte, demasiado confortável nos seus cânones onde sucessões de estilos artísticos se seguiram ao longo do tempo. Da arte medieval, para o Renascimento, deste para o Maneirismo, depois para o Barroco e assim, sucessivamente, até à arte moderna. Comum a todos os movimentos, cronologias e nacionalidades artísticas, era o facto de todos os artistas serem homens. A força legitimadora do conhecimento — exposto em livros, programas de ensino, museus e exposições — tornava "natural" a ausência de mulheres artistas. Se elas não estavam lá, se não líamos sobre elas nem as víamos nas paredes dos museus, é porque não existiam. Ou não tinham "qualidade" suficiente para lá estarem. Por isso, Nochlin veio demonstrar não só que elas existiam e eram muitas mais do que imaginaríamos mas, sobretudo, veio explicar os mecanismos

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