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Exemplos de filmes sem progressão

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Por:   •  27/7/2014  •  Abstract  •  1.330 Palavras (6 Páginas)  •  174 Visualizações

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Uma situação é a apresentação de uma relação tensa, a qual prenuncia

e impõe um campo de ação possível que terminará em uma resolução ou

um relaxamento. É o reino das possibilidades do drama. Pegue um filme

como Apollo 13 (Ron Howard, 1995), por exemplo. Três astronautas en-

frentam problemas em sua nave na órbita da Terra. A partir das situações

geradas por esse problema inicial (os problemas técnicos a serem resolvi-

dos, as dificuldades de relacionamento entre os astronautas, as disputas

pessoais e o embate entre suas personalidades), temos situações dramáti-

cas que são limitadas pela vontade dos personagens e pela verossimilhan-

ça interna da história.

Todo drama possui um ponto inicial de relaxamento (que não necessa-

riamente precisa estar na primeira cena do roteiro, podendo simplesmente

ser “deduzido” pelo público) e, após uma série de tensões e relaxamentos,

atinge outro estágio de relaxamento, que determina o final do filme. A re-

lação entre os personagens, a tensão entre suas motivações, obriga uns ou

outros a agir, a romper a “perfeita arquitetura” desse primeiro momento.

Então, dos conflitos surgidos a partir dessas motivações pessoais, chega-se

a um novo relaxamento.

Portanto, para fazer jus à denominação de situação dramática, o

princípio de transformação da história deve ser identificado com a ação

dos personagens. Ou seja, a situação de tensão deve levar algum persona-

gem a agir, pondo assim em movimento um processo de ações e reações –

um conflito. No modelo dramático, então, “ação” é uma decisão, uma

ação humana com intenção. Os homens agem e implicam-se nessa ação,

assumem as responsabilidades e conseqüências de seus atos. Sendo assim,

as situações são laboratórios da experiência humana.

A criação não tem regras. Ela pode começar por qualquer elemento:

uma imagem, um gesto, uma frase; qualquer coisa pode detonar sua bus-

ca de expressão. Mas você só vislumbrará uma história quando tiver uma

situação fundamental. Falamos de “situação”, no singular, referindo-nos

ao núcleo de forças que age sobre a relação entre os personagens, mas isso

é uma fórmula estética. Para que a história surja, esse núcleo deve ser des-

dobrado no tempo, numa série de situações. Falando numa linguagem

manual roteiro 05

9/27/04, 5:19 PM

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SER OU NÃO SER DRAMÁTICO

um tanto matemática, se houver um princípio de transformação comum

a essa série (a “unidade de ação” aristotélica), a história terá uma unidade.

Concluímos que uma boa situação dramática não é simplesmente um

grupo de personagens colocados juntos. É óbvio que o personagem é peça-

chave nesse quebra-cabeça: ele é o que há de mais vivo numa narrativa, e

existem mesmo personagens que parecem viver para além da história. Mas

isso é efeito, justamente, da eficácia da narrativa. Você pode até conceber

personagens “soltos”, escrever “fichas”, inventar biografias que recuem dez

gerações (qualquer método criativo vale a pena), mas só terá um germe de

história quando os personagens começarem a se relacionar. E eles só se tor-

narão vivos até o limite de parecerem reais e independentes, na medida em

que essas relações os revelarem. Ou seja, tão importante quando a qualidade

dos personagens é a capacidade que as situações criadas pelo autor têm de

revelá-los.

b) Diálogo

O conflito dramático exige ação. E não queremos dizer correria ou

porrada. São decisões – poderíamos dizer “de-cisões”, cisões na vida –,

atos de vontade que terão de enfrentar outras vontades. O drama surgiu

no Renascimento porque é a forma que põe a liberdade humana no cen-

tro de tudo. Mas, como disse Kant (e repetem as mães responsáveis na

educação de seus filhos), a liberdade de um vai até onde começa a do ou-

tro18. Como ninguém se acerta muito com essas fronteiras, liberdade e

conflito acabam sendo duas faces da mesma moeda.

Num bom drama, os confrontos adquirem formas verbais. Ao contrá-

rio do que dizem por aí, as palavras machucam, e muito. O diálogo é a are-

na do drama. Como diz Szondi (Teoria do Drama Moderno), é o diálogo

que cria o tempo e o espaço da cena dramática19. Nada existe fora do duelo

dos livres faladores.

O diálogo nasce no momento em que é pronunciado. O esforço do

autor é fazer com que suas palavras saiam da boca dos personagens não

como

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