FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS DA ACÚSTICA: As relações entre a física e a música

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS DA ACÚSTICA: As relações entre a física e a música

Marialda de Matos Santos^[1]

marialdasantos@yahoo.com.br

Resumo

O presente trabalho apresenta o relato da experiência que foi introduzir os conceitos de acústica e ondas sonoras no componente curricular “artes” para os alunos de 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professora Adélia Figueira” no município de Oriximiná, no interior do Pará. Na atividade, os alunos estudaram os conceitos teóricos envolvidos na produção e propagação do som e puderam coloca-los em prática por meio de experimentos orientados pela professora. Foi solicitado aos alunos que explicassem todo o processo envolvido no seu experimento, bem como de que forma esse processo acontecia na prática. Utilizando-se esse mecanismo foi possível introduzir os conceitos físicos envolvidos no processo, bem como dinamizar as aulas de artes, dialogar diretamente com as aulas de física e despertar o interesse dos alunos para os experimentos desenvolvidos por eles.

Palavras-chave: acústica, física, artes

1. Introdução

Para uma melhor compreensão a cerca da temática aqui apresentada, podemos definir acústica, segundo Fernando Iazzeta (2010) como sendo o segmento da física que interpreta o comportamento das ondas sonoras audíveis sob a interferência dos diversos fenômenos ondulatórios.

As ondas transportam energia de um lugar para o outro sem que haja transporte de massa e podem ser mecânicas (precisam de um meio para se propagar) ou eletromagnéticas (podem se propagar no vácuo). Por sua vez a onda sonora seria uma onda mecânica, longitudinal e tridimensional, caracterizada pela sequência de compressões e rarefações no ar que podem ser geradas pela fala ou por outro mecanismo qualquer que produza som. Possui todas as propriedades dos outros tipos de onda: frequência, velocidade, amplitude, comprimento de onda, reflexão, refração e interferência.

Por outro lado, existem algumas propriedades comuns a todas as ondas que são: comprimento de onda (distância entre duas cristas ou 2 vales sucessivos), frequência (número de cristas que passam por um ponto fixo por unidade de tempo), velocidade (indica a rapidez e a direção da onda) e amplitude (variação máxima da onda em relação ao estado não perturbado).

A velocidade do som depende diretamente das condições ambientais do meio em que se propaga. No ar, a velocidade varia de acordo com a temperatura, a 0° a velocidade é de 331 m/s, a 20° 334 m/s, a 40° 356m/s. Porém o som se propaga em outros meios além do ar. Na água e nas rochas a velocidade de propagação é maior do que no ar (IAZZETA, 2010).

Notamos que esses conceitos muitas vezes são repassados para os alunos sem qualquer conexão com a realidade deles e que nas aulas de artes, quando se trabalha a linguagem musical, pode até ser repassado algum conteúdo a respeito do som, mas sem que seja explicado como o som é produzido ou como ele se propaga. A presente atividade prática proporcionou solucionar as lacunas expostas anteriormente e dinamizar as aulas de artes dos alunos do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professora Adélia Figueira” na cidade de Oriximiná, no interior do Pará.

1. Fundamentação Teórica

Para haver um amplo conhecimento dos conceitos físicos envolvidos na propagação do som emitido por uma fonte sonora, faz-se necessária a compreensão dos conhecimentos e dos fenômenos físicos envolvidos no processo. Dessa forma, faz-se necessária a união entre as disciplinas de Artes, na qual será trabalhada a música e seus elementos constitutivos, e a disciplina de Física com sua mais diversa teoria cientificista, que fornecerá os conceitos técnicos, teóricos e práticos, que fornecerá os conceitos técnicos para que haja o entendimento dos processos acústicos envolvidos na prática musical.

Uma das teorias que consideramos relevantes para a nossa pesquisa é a Teoria Cognitiva^[2] de David Ausubel (MOREIRA, 1999), segundo a qual quando um conceito relaciona-se de forma efetiva com outros conceitos contidos na estrutura cognitiva do aprendiz, ocorre a chamada aprendizagem significativa.

Para Gillo Dorfles (1987, p.25), “toda a nossa capacidade significativa, comunicativa e fruitiva é baseada em experiências vividas – por nós ou por outros antes de nós, mas, de qualquer modo, feitas nossas”. Assim, só aprendemos aquilo que, por meio da experiência, se torna significativo para nós.

Nesse sentido, “a experiência é algo que nos passa, ou que nos acontece, ou o que nos toca. Não o que passa ou o que acontece, ou o que toca, mas o que nos passa, o que nos acontece ou nos toca”, diz Larrosa (2004, p.154). Não passa por nós, mas em nós. O termo experiência, em todas as línguas latinas e germânicas, está relacionado com travessia e perigo, pois nos envolve em um acontecimento.

Dessa forma, para que a aprendizagem seja realmente significativa e que possa ser incorporada à experiência de vida do aluno, faz-se necessária a plena união entre teoria e prática, isto é, a práxis (atividade e ação).

Para que houvesse a ampla união entre teoria e prática, foram escolhidos alguns experimentos que pudessem ser fabricados pelos próprios alunos e que colocassem em prática os conceitos teóricos estudados durante as aulas.

1. Dialogando com os procedimentos Metodológicos

Para o desenvolvimento do projeto necessitamos pesquisar mais detidamente acerca dos conceitos da física envolvidos na produção do som, bem como pesquisamos experimentos práticos que despertassem o interesse dos alunos e vídeos de demonstração desses experimentos. Utilizamos como fonte primordial de pesquisa a internet e isso demandou tempo, visto que a conexão a rede de computadores em nossa região é bastante lenta.

Apesar de todos os atropelos cibernéticos, temporais e logísticos elaboramos material didático para demonstração como: slides, vídeos e alguns instrumentos musicais. Pudemos demonstrar à comunidade escolar o resultado desse trabalho na Mostra de Projetos da Escola.

Vale ressaltar que as aulas forma ministradas para a turma do 9º ano C e cada aula era composta por dois tempos de aulas em sequência.

Augusto Cury (2003, p.119), em Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, ressalta que a música gera no educando a concentração, a educação emocional, melhora a assimilação de informações e relaxa a síndrome do pensamento acelerado (hiperatividade).

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