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Por:   •  24/6/2013  •  1.839 Palavras (8 Páginas)  •  770 Visualizações

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Análise Transacional e Trabalhabilidade - Rosa R. Krausz (*) - rokra@terra.com.br

Como desenvolver competências duráveis e atualizar competências renováveis em cenários de instabilidade?

O cenário contemporâneo, com suas profundas e vertiginosas mudanças, constitui um momento da história da humanidade a um tempo fascinante e desafiador. As inovações nos atropelam, invadem nossas vidas, questionam os nossos valores, testam nossa auto-estima, desafiam nossa capacidade de conviver com a ambigüidade, a instabilidade e a imprevisibilidade dos acontecimentos. Os modismos, cada vez mais efêmeros, não se aplicam apenas às coisas materiais, mas também ao imaterial como ideologias, crenças, comportamentos, filosofia de vida, atividades profissionais que surgem e desaparecem para dar espaço a sucedâneos.

Esta ciranda contínua de modismos globais acaba desembocando na perplexidade ou então num questionamento crucial quando se focaliza a atividade profissional. O que fazer para manter minha capacitação para o trabalho? Continuo competente na minha atividade profissional? Por quanto tempo? O que será necessário fazer para cultivar esta competência e garantir minha trabalhabilidade em momentos onde as ofertas de emprego são oscilantes e mutantes e as empresas não mais garantem estabilidade e segurança?

Trabalhabilidade (1), é um conceito por nós criado para descrever uma nova condição do trabalhador diante do mercado de trabalho, na qual cabe a cada indivíduo assumir a responsabilidade de gerenciar o desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas competências duráveis e a atualizar de forma constante de suas competências transitórias ou renováveis, competências estas que possuem um valor de mercado e poderão ser utilizadas tanto na relação empregatícia, como em outras formas de atividade remunerada.

Pessoas que investem em suas competências duráveis, e por isso mesmo tem condições de atualizar constantemente suas competências transitórias ou renováveis, possuem um leque mais amplo de opções, elevando assim sua probabilidade de sucesso. Estou me referindo aqui, em termos de Análise Transacional, ao modelo teórico da personalidade integrada, segundo o qual o estado de ego Adulto desempenha a função de executivo da personalidade.

Atua com base nos dados da realidade interna e externa, fruto do diálogo interno entre os três estados de ego descontaminados, o que permite às pessoas tomarem suas decisões de forma consciente, responsável e gratificante.

Entendemos por competências duráveis um conjunto de capacidades, conhecimentos, aptidões e experiências que proporcionam às pessoas suficiente estabilidade e equilíbrio internos para lidar com a instabilidade e a imprevisibilidade externa. As competências duráveis se manifestam através de comportamentos, visão de mundo, posicionamentos, decisões e trajetória de vida que refletem a coerência entre valores declarados e valores praticados, entre palavras e ações, fruto de um processo de integração e equilíbrio entre os aspectos afetivos, comportamentais e cognitivos.

Destacamos sete (7) competências duráveis, todas elas intimamente conectadas entre si:

1. Auto-conhecimento

Conhecer a si mesmo é um projeto de vida. Implica reflexão, introspecção e empenho para definir claramente nossa trajetória de vida. Inclue, aínda, o desafio do comprometimento consigo mesmo a respeito de objetivos e metas pessoais, a distinção clara entre o que realmente desejo e o que aprendi que devo , ou não devo, desejar. Berne, o criador da Análise Transacional, cunhou o conceito de script, definido como "um plano de vida baseado numa decisão tomada na infância, reforçada pelos progenitores, justificada por acontecimentos subsequentes e culminando com uma alternativa escolhida" (2) E acrescenta Berne, "Scripts baseiam-se, em geral, em ilusões infantís que poderão persistir uma vida inteira. Em pessoas mais sensíveis, perceptíveis e inteligentes, estas ilusões se dissolvem, uma a uma, levando às crises existenciais descritas por Erikson. Entre elas está a reavaliação dos pais pelos adolescentes, os protestos as vezes bizarros da meia-idade e depois disso a emergência da filosofia." (3).

O auto-conhecimento é um ingrediente fundamental da trabalhabilidade, principalmente num mundo onde a consciência da interdependência, a capacidade de trabalhar em equipes reais, ou virtuais, de relacionar-se com pessoas de culturas, valores e formação profissional diferentes são condição sine-qua-non para se obter resultados, resolver problemas, tomar decisões num mundo de trabalho globalizado. As empresas começam a enfatizar a importância da contínua troca de feedback entre pessoas e grupos, mas sabe-se que se não houver abertura para ouvir, humildade para reconhecer e coragem para processar a informação recebida, não haverá nem crescimento das pessoas, nem mudanças na natureza e qualidade de suas interações. Através da teoria dos Estados de Ego (4), a Análise Transacional disponibiliza um instrumental rico, versátil, profundo e acessível para o nosso auto-conhecimento, permitindo-nos descobrir ou reconhecer facetas que os que estão à nossa volta já conhecem de longa data. Tendemos, não conscientemente , a permanecer agarrados a uma auto-imagem muitas vezes distorcida, formada no passado que nos impede de utilizar o nosso potencial.

Mas a decisão de atualizarmos esta auto-imagem representa um ato de coragem e de auto-respeito, uma liberação de certas proibições passadas que abrem o caminho para novos e surpreendentes horizontes que nunca antes ousamos explorar.

2. Competência Interpessoal

Se olharmos à nossa volta com olhos não convencionais, observaremos o quanto a humanidade, e cada um de nos, carece de relacionamentos saudáveis e gratificantes que poderiam tornar nossas vidas mais completas, mais plenas em afeto e de autenticidade. Esta carência se evidencia desde os primeiros relacionamentos que se dão no contexto familiar e se expandem para nossas experiências na escola, no grupo de amigos, no trabalho, etc. No mundo do trabalho, e nas empresas em particular, fica mais evidente que a maioria dos problemas existentes não são de ordem técnica, mas sim de relacionamento interpessoal.

Embora as estruturas organizacionais estejam se se alterando com visivel rapidez, a participação, a colaboração, a lealdade, a ética nos relacionamentos, a transparência, o trabalho em equipe continuam sendo mais objeto de discurso do que da prática cotidiana. A ruptura dos padrões e valores que marcaram a Era Industrial é

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