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Por que as Crianças Desenham Assim?

Por:   •  12/4/2017  •  Relatório de pesquisa  •  3.953 Palavras (16 Páginas)  •  425 Visualizações

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Disciplina: Arte e Educação

Data: /04/2017

Nome do Aluno: Deise Ferreira Farias

Professor: Paulini

Desenvolvimento

         Estes estágios de desenvolvimento são evidenciados na sua forma mais pura e completa na arte infantil. Há diferenças importantes entre as atitudes e os produtos das crianças  ocidentais e os das crianças esquimós, das crianças inteligentes e das menos dotadas, das bem cuidadas e das negligenciadas, das educadas em cidade e das caçadoras selvagens, será útil para o nosso propósito enfatizar as similaridade ao invés das diferenças.

Por que as Crianças Desenham Assim?

          Pinturas e esculturas de qualquer estilo possuem propriedades que não podem ser explicadas como simples modificações da matéria-prima perceptiva recebida através dos sentidos. Os desenhos iniciais das crianças não mostram nem a prevista conformidade com a aparência real nem as projeções espaciais esperadas. Sugeriu-se, por exemplo. Que as crianças são tecnicamente incapazes de reproduzir o que percebem. Assim como não podem atingir um alvo com uma arma de fogo porque lhes faltam a concentração no olhar e a firmeza de mão de um atirador adulto. Assim seus olhos e suas mãos carecem da habilidade para conseguir linhas adequadas com um lápis ou um pincel. Os desenhos das crianças pequenas mostram controle motor incompleto. Suas linhas ás vezes seguem um curso em ziguezague irregular e não se encontram exatamente onde deveria.

          Outros teóricos têm sustentado que as crianças procuram fazer linhas retas, círculos e ovais, porque estas formas simples são relativamente fáceis de desenhar. É verdade que até certa idade se pedir a uma criança que desenhe o retrato do pai, fará pouco uso do homem em particular que se encontra em sua frente como modelo. Há então explicações que são pouco mais que jogo de palavras, como a afirmação de que os desenhos infantis são como são por não sempre cópias, mas “símbolos” das coisas reais. Não é possível dizer se tal afirmação é certa, errada ou se não se trata de uma teoria.

A Teoria Intelectualista

          A mais antiga e ainda agora a mais difundida explicação dos desenhos infantis diz que uma vez que as crianças não representam o que se supõe que elas vejam, alguma atividade mental diferente da percepção deve intervir. É evidente que as crianças se limitam a representar as características gerais dos objetos tais como as pernas retas, a cabeça arredondada, o corpo humano simétrico. Estes fatos são amplamente conhecidos, daí a famosa teoria que afirma que “a criança desenha o que conhece ao invés de desenhar o que vê”.

          A teoria intelectualista afirma que os desenhos de crianças, bem como outra arte em estágios iniciais, derivam-se de uma fonte não visual, de conceitos “abstratos”. O termo abstrato tem como objetivo definir o conhecimento não perceptivo. A vida mental das crianças é intimamente ligada á sua experiência sensória. Para a mente jovem as coisas são como se parecem, como soam, como se movimentam, como cheiram. Se a mente da criança contém quaisquer conceitos não perceptivos, devem ser muito poucos, e sua influência na representação pictórica pode quando muito ser desprezível.

         A especulação psicológica tem dado uma grande importância ao sentido do tato. Na suposição de que a percepção visual se baseia na projeção ótica, o sentido da visão foi considerado incapaz de comunicar uma imagem fiel daquilo com que as coisas tridimensionais realmente se parecem. O tato não depende das projeções transmitidas pela luz através do espaço vazio, o tato se baseia no contato direto com o objeto. E de fato não se pode pôr em dúvida a interação efetiva do tato e da visão em todos os estágios do desenvolvimento humano.

          O psicólogo de crianças Arnold Gesell afirmou há anos atrás que a sei meses antes do nascimento os olhos do feto se movem de modo incompleto se independente sob as pálpebras cerradas. O recém-nascido apropria-se do mundo com os olhos muito antes de fazer com as mãos um fato extremamente significativo. Durantes as oito primeiras semanas de vida as mãos permanecem predominantemente fechadas, quanto os olhos e   cérebro estão ocupados em olhar, fitar, procurar e, de um modo rudimentar, em apreender.

         Isso não é surpreendente uma vez que compreendemos que apreender a forma de um objeto através do tato não é em absoluto mais simples ou mais direto que a apreensão por meio da visão. Á medida que uma pessoa se move através do espaço, o cérebro é notificado de uma série de movimentos sucessivos da perna. A teoria intelectualista tem sido aplicada não apenas aos desenhos infantis, mas a todos os tipos de arte “geométrica” altamente formalizada, especialmente a dos povos primitivos. Por outro lado, a teoria negligencia  a importante contribuição da observação perceptiva mesmo paraa obra altamente estilizada.

Elas Desenham o que Vêem

          As crianças e os primitivos desenham generalidades e forma não projetiva precisamente porque desenham o que vêem. Sem dúvida as crianças vêem mais do que desenham. Numa idade me que distinguem facilmente uma pessoa de outra e percebem a menor mudança em um objeto familiar, seus desenhos são ainda sumamente indiferenciados. Mesmo na prática adulta, um mero círculo ou ponto pode ser suficiente para representar uma cidade, uma figura humana um planeta. Quando uma criança se retrata com um simples padrão de círculos, ovais e linhas retas, pode fazê-lo não por ser isto tudo o que vê quando olha para o espelho, e não por ser incapaz de produzir um desenho mais fiel, mas porque o simples desenho preenche todas as condições que espera encontrar em um retrato.

          Se a criança fizer um círculo substituir uma cabeça, esse círculo não lhe é dado pelo objeto. Algo semelhante acontece com a cor. A cor que a criança atribui as árvores em suas pinturas dificilmente é uma gradação específica de verde selecionada entre as centenas de matrizes que se encontram nas árvores.

Conceitos Representativos

          Os conceitos representativos proporcionam o equivalente, em um meio particular, dos conceitos visuais que se quer representar. A formação de conceitos representativos, mais do que qualquer outra coisa diferencia o artista do não artista. O artista experimenta o mundo e a vida de um modo diferente do homem comum. Estas qualidades são indispensáveis, mas não se limitam aos artistas. O não artista fica “sem palavra” ante os frutos de sua sabedoria sensível.

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