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A Antropologia no Quadro das Ciências

Por:   •  4/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.237 Palavras (9 Páginas)  •  384 Visualizações

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Antropologia Social
Módulo 1 – A Antropologia no quadro das Ciências

 

Por: Carlos Daniel Tomé Cavaca – Aluno 1181152


Ao longo desta recensão vamos abordar dois textos relativos à Antropologia e como esta se posiciona com as outras Ciências, influência da cultura nas sociedades bem como a sua importância. O primeiro texto será DAMATTA, Roberto in Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro; Rocco, 1987.

Roberto DaMatta nasceu no Rio de Janeiro (Brasil) a 29 de Julho de 1936. É mestre e doutor pela universidade de Harvard, EUA. Escreve artigos para vários jornais brasileiros e foca-se especialmente na análise e interpretação da sociedade brasileira. Foi dos primeiros investigadores a estudar os rituais nas sociedades industrial. Utilizou o Brasil como objeto de estudo, analisando o carnaval o futebol e a comida. 

  1. Ciências Naturais e Ciências Sociais

DaMatta, Roberto em “Relativizando: uma introdução a Antropologia” (2000) começa por definir sobre as principais diferenças entre Ciências Naturas e Ciências Sociais. Ao longo desta obra, conforme vamos observar mais à frente é notória a importância dada pelo autor ao fator cultural na evolução das sociedades. Para o autor as Ciências Naturais estudam factos simples, que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis. (pp. 17) Estudam factos que se repetem de forma sincronizada e estes factos podem ser vistos e reproduzidos em laboratório. É enaltecido que o problema da Ciência não é criar teorias, mas sim testá-las.

O autor desvaloriza e simplifica as Ciências da Natureza, indicando que o cientista resolve um problema para criar tecnologias indesejáveis que podem ser prejudiciais ao homem se utilizadas na área militar. (pp. 20)

São definidas as Ciências Sociais como o estudo de fenómenos complexos que podem ser afetados por várias causas, sendo destacada a dificuldade em compreender a motivação que leva à atitude. (pp. 18)

Se os fenómenos estudados pelas Ciências Naturais são replicáveis em laboratório, já os estudados pelas Ciências Sociais não têm essa possibilidade, uma vez que mesmo que se reunissem todas as pessoas de um determinado fenómeno, haveria fatores como o clima do momento que não são passiveis de serem replicados. (pp. 19)
O autor reflete também sobre a fraca influencia das Ciências Sociais, enaltecendo que existe muito mais abertura para um avanço tecnológico do que para uma mudança de ideais políticos. (pp. 20)

  1. Uma diferença crucial


Nesta segunda parte o autor volta a enaltecer a dificuldade e complexidade das Ciências Sociais comparativamente às naturais, dando o exemplo do estudo das baleias, estas não poderam refutar a teoria por não falarem com o homem e por o homem não poder transformar-se numa baleia e integrar a sua sociedade. Ao passo que nas Ciências Sociais, que
“estudam fenómenos que estão bem perto de nós (...) eventos humanos” (pp. 22), reforça o facto de ser necessário observar uma cultura diferente para perceber a nossa própria cultura (termo de comparação) e percebendo assim a qual pertencemos.

Neste ponto o autor dá importância ao facto de o cientista social ter que ser parte integrante da pesquisa e que tanto as suas próprias experiências como as do sujeito que se investiga têm influência no resultado final da investigação. Ao passo que no caso das Ciências Naturais a mesma experiência pode ser desenvolvida por dois cientistas distintos e ter o mesmo resultado. Podendo até ser vista de diferentes perspetivas.

  1. Antropologias e Antropologia

No terceiro ponto o autor divide a antropologia em 3 áreas distintas, primeiro a Antropologia Biológica, que estuda o homem como um ser biológico e as suas caraterísticas físicas, carga genética, a forma como evolui e as relações que mantem com outros seres vivos. (pp. 28)

Em segundo a Antropologia Arqueológica sustenta-se de monumentos, armas, obras de arte, artefactos entre outras pistas que as sociedades antigas deixaram para as estudar e assim perceber como estas se relacionavam socialmente. (pp. 29) “Pois as casas podem grandes ou pequenas; estar dispostas de modo aleatório ou seguindo um desenho geométrico preciso (...)” (DAMATTA, 2000, pp. 47-48) com este tipo de informação é possível fazer deduções de como vivia esta sociedade.

Em último surge a Antropologia Social, esta sustenta que as sociedades evoluíram pela capacidade de entenderem e refletirem sobre os diversos fatores, não apenas criar um objeto por necessidade, mas sim perceber a necessidade e “inventar regras para inventar objetos” (DAMATTA, 2000, pp. 32)

Continuando são agora abordados os planos da Antropologia Social, primeiro o instrumental, neste é considerado que as respostas do homem são dadas impulsivamente e sem recurso a reflexão. Em segundo o plano cultural ou social, que que é abordada a evolução natural do homem causada pela natureza (e vice-versa), que estas mudanças, originadas por respostas à Natureza foram refletidas e compreendidas, não por impulso como no plano instrumental.

  1. Os planos da Consciência Antropológica


Primeiro a consciência física, que se inclui na Antropologia Biológica, remete para um período temporal de há milhões de anos atrás e aborda a evolução biológica humana por método comparativo com espécies animais. (pp. 35-36)

O segundo plano é o Arqueológico e remete para um período de à milhares de anos e este plano já não passa só por identificar acontecimentos que mudam a espécie humana mas sim as sociedades e culturas, que tanto andam de braço dado nesta obra.

  1. O biológico e o social


O autor fala da tendência de se classificar o natural como oposto ao social (pp. 40). São enumerados 5 atos, denominados pelo autor como “
O teatro da criação do Homem”. Posteriormente enumerados os erros relativos a esta teoria. É, para o autor, errado referir-se ao homem um ser único, devendo referir-se sim a sociedades e culturas (pp. 43). Ao falar de homem e não de sociedades e culturas não é possível contextualizar as diferenças, dando o exemplo do Brasil como exemplo em que se deve analisar a sociedade como um todo e não homem a homem. Ao não se abordarem as diferenças, isso torna o homem num ser meramente reativo (pp. 43)

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