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A Ciência e Ideologia

Por:   •  1/6/2023  •  Resenha  •  821 Palavras (4 Páginas)  •  34 Visualizações

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A perspectiva da sociologia do conhecimento como um contraponto à teoria do conhecimento serve de tema principal no texto. Embora tal discussão seja central para as ciências sociais, também pode ter aplicações similares nas ciências naturais e formais, uma vez que ambas as ideologias são construídas no contexto social, diferenciando-se na forma como fazem parte da essência dessas ciências. No entanto, diferencia as ciências sociais das demais ao afirmar que estas são intrinsecamente ideológicas, enquanto as outras podem ser ideológicas apenas de forma extrínseca ou no uso que se faz do conhecimento.

Nesse contexto, com o desenvolvimento tecnológico, é possível identificar que a ciência é influenciada pelos interesses da sociedade e se torna um projeto de dominação da natureza e do homem. Nas ciências sociais, a ideologia impregna o conhecimento no seu âmago, pois a relação entre sujeito e objeto é de identidade e não apenas externa. Ou seja, por mais que ambas as ciências possam ser trabalhadas por experimentação e possuam características comuns dentro do campo do conhecimento, a diferença se localiza na relação do sujeito frente ao objeto, sendo necessário ter uma metodologia própria para as ciências sociais. Sendo assim, a sociologia do conhecimento é apresentada como uma abordagem que busca captar essas especificidades, levando em consideração o débito social da ciência.

O sociólogo Pedro Demo, então, busca construir o diálogo acerca da influência ideológica na metodologia científica social, uma vez que esta está ligada à dimensão da construção de uma ciência totalmente subjetiva e idealizada, onde o objeto e sujeito se convergem e divergem ao mesmo tempo, e os resultados são internos, não-palpáveis e subjetivos. Nesse sentido, a ideologia é usada como instrumento de deturpação da realidade, em que implanta no imaginário do cidadão uma falsa consciência, uma narrativa para justificar o poder dominante e coesão social. Por conseguinte, as ciências sociais são consideradas inevitavelmente ideológicas, construídas socialmente em meio a conflitos de desigualdade social e expressando uma justificação da sociedade em que são produzidas. Porém, é importante compreender que tal ciência se faz pelo próprio entendimento do homem sobre sua realidade, sendo propensa a seguir diferentes campos ideológicos e não se manter na neutralidade. Por isso, faz-se necessário um controle ideológico nas ciências sociais, com a predominância da construção científica sobre a ideológica e uma consciência crítica em relação à presença da ideologia.

O professor também analisa os limites da influência ideológica, no sentido de questionar até que ponto os conceitos ideológicos do sujeito estão presentes nos resultados científicos, e em que momento desassocia-se do estudo social. A ideologia, por mais que esteja na gênese, não pode intervir em resultados. Daí surge a questão da objetividade e objetivação, na qual não é possível alcançar a objetividade completa, mas sim buscar a objetivação, que é o esforço de compreender a realidade em sua complexidade, pautada na convivência crítica, reconhecendo-a como parte do processo científico, porém em menor proporção.Assim sendo, discute-se a neutralidade do autor diante de seu estudo, em que, por mais que a convivência crítica seja importante, é necessário traçar limitações

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