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A Moda Consciente

Por:   •  18/6/2019  •  Artigo  •  3.177 Palavras (13 Páginas)  •  135 Visualizações

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UFBA-UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES

FLÁVIA DE ALMEIDA PADILHA PINTO

FAST FASHION X MODELO DE PRODUÇÃO CONSCIENTE

Impactos gerados pelo atual modelo de produção e como uma produção mais consciente se encaixa no cenário atual

SALVADOR, BAHIA 2018

Resumo

A vestimenta representa muito mais do que uma necessidade humana, a moda tem a função social de diferenciar culturas, profissões, religiões e classe social. E atualmente o ato de se vestir de determinadas formas pode ser considerado um ato político ou de resistência. Atualmente a indústria da moda possuí grande força na sociedade, e representa um importante papel. Porém assim como toda empresa que se sustenta na economia capitalista, a indústria da moda se consolida de uma forma que gera grandes impactos sociais e ambientais. No artigo será analisado esses impactos, assim como um novo modelo que busca reduzir os danos e a exploração atuais.

Palavras chaves: Indústria da moda. Impactos. Produção Consciênte.

Introdução

No artigo será analisado um modelo de produção consciente na indústria da moda e como o mesmo pode se encaixar no atual modelo de produção capitalista de modo a ser capaz de se manter no mercado e competir com outras empresas, mas sem ferir a dignidade humana ou produzir de modo a causar grande impacto na natureza. Será analisado também o atual e predominante modelo de produção fast fashion e os seus impactos a fim de criar um objeto de comparação para melhor análise, serão estudados à sua relação com os impactos ambientais, e também com os sociais. Ao analisar os impactos sociais veremos como esse modelo de produção se relaciona com o trabalho e escravo, assim como a criação de um pesamento que visa a descartabilidade. Já analisando os impactos ambientais gerados por esse modelo veremos como o mesmo está afetando a natureza quando torna os seus produtos “descartáveis” a longo prazo, assim como os impactos diretos gerados pela sua produção. A pesquisa foi desenvolvida como uma forma de expôr para estudo uma situação que abrange impactos sociais e ambientais, e que não possuí ainda grande visibilidade nos veículos midiáticos.

Como referenciais teóricos foram estudados os textos: “A Grande Transformação” de Karl Polanyi, onde são discutidas as convulsões políticas e sociais que ocorreram na Inglaterra durante a ascensão de economia de mercado, e o que ele chama de “sociedade de mercado” que tem como característica distintiva a alteração na mentalidade econômica da humanidade, tornando-a mais racional no âmbito econômico, comportando-se como a teoria econômica neoclássica previra, ele analisa também que após a criação das instituições capitalistas não foram só as leis que foram alteradas, mas a mentalidade econômica da sociedade também, de modo a ampliar a importância do mercado nos assuntos humanos, assim como a sua capacidade de fixar preços. Podemos perceber que essa mudança no mercado é a principal responsável pelos problemas no modelo analisado, pois com o crescimento da sua importância as alterações que aconteceram no mesmo o tornaram mais industrializado e menos focado no seu impacto na sociedade, tendo como foco somente o aspecto econômico. O livro “Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991” de Eric Hobsbawm também retrata a mudança que o sistema capitalista gerou na sociedade, focando principalmente na era do “desmoronamento” final 1970-1991, onde os sistemas institucionais que preveniam e limitavam o barbarismo contemporâneos sofrem uma queda, nos levando à brutalização da política e a irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica. Assim como Polanyl o mesmo relaciona o fortalecimento do mercado e do capitalismo com as atuais formas de produção e a economia que se tornaram mais teóricas sem darem o devido valor aos quesitos sociais.

Fast Fashion – O Modelo de Produção Atual

A palavra fast fashion traduzida do inglês significa literalmente moda rápida, e trata-se de um modelo de produção onde todas as suas etapas – fabricação, consumo e descarte – acontecem de forma acelerada. As marcas que aderem a esse método observaram que as pessoas consumiam marcas renomada e com isso passaram a fabricar em larga escala modelos semelhantes, porém com qualidade inferior, gerando por consequência preços menores, tendo assim uma garantia maior de que as suas peças seriam consumidas.

As empresas que aderem esse modo de produção praticam a chamada moda globalizada, que permite que os mesmos produtos circulem por diversos lugares sem produzir particularidades locais assim a sua produção se torna barateada. Contudo apesar da produção em larga escala, a distribuição de peças é fragmentada dando a ideia de exclusividade, essa fragmentação é também uma forma de se evitar sobras. Porém em caso de sobras esse modelo de produção possuí um método para que todo o ciclo de venda da peça não dure mais que 6 meses, pois quando as peças sobram as mesmas entram em liquidação, e se mesmo assim não forem vendidas elas são remanejadas para outros países, e laçadas como novas.

Apesar de ser economicamente viável esse modelo não é sustentável, já que visa a descartabilidade das peças e a sua pouca duração, fazendo assim com que os seus impactos ambientais se amplifiquem. Esse modo de produção também contribuí para sérios impactos sociais, pois como visa obter altos lucros busca uma produção barata, e assim acaba incentivando o uso de trabalho escravo na indústria têxtil.

Impacto Social – Trabalho Escravo

O sistema capitalista vigente gera um modelo de produção voltado para o lucro, ou seja, deseja-se uma produção barata para que durante o processo de venda seja possível se obter o máximo de lucro. Assim como acontecem em todos os setores de produção no setor têxtil se busca a mão de obra mais barata, e é assim que podemos encontrar um dos principais problemas sociais nesse meio, o trabalho análogo ao escravo. O trabalho análogo ao escravo pode ser encontrado em todos os setores de produção, porém como no setor têxtil não existe a necessidade de alta qualificação, com um modo de produção de montagem onde a confecção é seccionada, esse se caracteriza por ser um dos setores em que esse tipo de trabalho se faz mais presente. Atualmente grande parte da produção de roupas vem de países asiáticos, onde a legislação não segue as recomendações da Organização Mundial do Trabalho, ou quando as segue pecam na fiscalização, assim esses países oferecem uma mão de obra barata sem oferecer riscos legais aos compradores. Como esses países enfrentam situações de superpopulação e pobreza extrema os trabalhadores acabam por se submeter a essas condições como uma forma de sobrevivência.

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