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A Reestruturação produtiva do capital e como isto influencia

Por:   •  1/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.023 Palavras (21 Páginas)  •  112 Visualizações

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Espaço 4:

Fala 1: Economia verde

Fala 2: Reestruturação produtiva do capital e como isto influencia.

Metodologia:

16:00 as 18:00 Fala dos facilitadores (1 hora cada).

18:00 as 18:40 reunião nos mutirões.

18:30 as 19:10 intervalo

19:10 as 21:00 discussões e encaminhamentos.

O CAPITAL:

O capital procura, de todas as formas, gerenciar sua crise estrutural por meio de estratégias de exploração e barateamento do trabalho e do capital constante, como também através do comércio exterior. Por outro lado, da mesma forma, o próprio metabolismo da relação capital pressupõe a concorrência intercapitalista pautada no incremento do capital constante, ou seja, nos termos contemporâneos, na introdução de novas tecnologias à produção. As revoluções tecnológicas emergem no interior da presente fase capitalista, e de outra feita trazem contigo modificações no conteúdo do trabalho que demandam, por sua vez, uma requalificação humana para o trabalho abstrato. É justamente o ponto em que o capital utiliza-se da educação para gerir sua crise estrutural.

FORDISMO / TAYLORISMO

Segundo David Harvey em “Condição Pós-Moderna” (1992), a crise de 1929 que originou quedas brutais das taxas de acumulação e desemprego em massa, apresentava as condições para a possibilidade de adesão definitiva ao modelo de acumulação fordista, oficialmente proposto por Henry Ford desde 1914, o qual sugeria mudanças organizacionais e inovações tecnológicas na produção de mercadorias. A proposição de Ford nada mais era do que

uma extensão de tendências já existentes, pois F. W. Taylor por exemplo, já havia lançado idéias muito semelhantes numa publicação que propunha o aumento da produtividade do trabalho a partir da decomposição do processo de produção em movimentos de padrões rigorosos de tempo e do estudo do movimento.

(...) o fordismo do pós-guerra tem de ser visto menos como um mero sistema de produção em massa do que como um modo de vida total. Produção em massa significava padronização do produto e consumo de massa, o que implicava toda uma nova estética e mercadificação da cultura (...). (HARVEY, 1992, p. 131).

A atuação estatal vigente do pós-guerra à década de 70, o chamado Estado de Bem-Estar Social, atrelado aos interesses produtivos do sistema capitalista-fordista, se caracterizava pela intervenção na dinâmica social através da garantia de acesso da população aos serviços sociais, os salários indiretos, possibilitando ao trabalhador mais dinheiro para consumo em massa, paradigma do sistema de produção fordista. Configurava-se, assim, o compromisso capital/trabalho.

O padrão de dominação do binômio taylorismo/fordismo, que se configurou nos 30 anos gloriosos (do pós-guerra à década de 70), deu sinais de crise como manifestação da crise estrutural do capital, principalmente no que diz respeito à taxa decrescente de lucros. Essa crise ganhou combustível com o ressurgimento da luta de classes dos anos 60, pondo fim ao “compromisso” estabelecido pelo Welfare State.

Como resposta à crise do padrão de acumulação então vigente, iniciou-se a reestruturação produtiva, sob o advento do neoliberalismo, com a transferência sistemática de capitais ao mercado financeiro e, ancorado na Revolução Tecnológica, implementando-se os modelos de produção idealizados no “modelo japonês”. (ANTUNES, 1995)

Assim, o fordismo, também conhecido através do binômio taylorismo/fordismo, tornou-se, para além de um simples padrão de acumulação e de organização do trabalho, um modo social e cultural de vida após a segunda Guerra Mundial.

Na verdade, o fordismo, no sentido restrito do termo, foi uma criação de Henry Ford no campo da indústria automobilística dos EUA, em 1913, com intuito de se tornar um sistema de produção e organização do trabalho que maximizasse a fabricação de automóveis, vendendo-os a preços mais baixos. A realidade da organização do trabalho encontrada por Ford no início do século era a da fabricação artesanal dos veículos, com os trabalhadores, extremamente especializados, montando integralmente as dezenas de milhares de peças requeridas, que tomava um tempo enorme para a produção e consequente encarecimento no preço final (Gounet, 1999). Para possibilitar um barateamento e resultante aumento de consumo, Ford lançou mão da produção em massa. Para tal, padronizou as peças a serem utilizadas, tendo, para isso, que comprar as próprias empresas de fabricação de peças, resultando no que veio a ser conhecido como integração vertical – já percebida, enquanto tendência, desde Lenin (1986a) – ou seja, fabricando o carro, de forma homogênea, desde seus primeiros componentes. Sob o ponto de vista da organização do trabalho, apoiou-se nos métodos gerenciais do taylorismo, a chamada gerência científica do trabalho, buscando a racionalização das operações efetuadas pelos operários, evitando desperdício de tempo e maximizando, pois, neste ponto, a mais-valia relativa. Assim, ainda na tradição taylorista, implantou o parcelamento das tarefas a partir da limitação e repetição de gestos dos operários durante a jornada de trabalho. Cada operário tornou-se apenas responsável por uma parte da produção, que sofria uma decomposição de tarefas em gestos simples e mecanizados. Neste ponto, ocorreu a alienação do processo de trabalho, o que implicou na desqualificação do trabalho através da perda da sua dimensão criativa e de visão de totalidade, ou seja, a crescente separação entre concepção e execução do trabalho.

O capital da empresa Ford subiu de 2 milhões de dólares em 1907 para 250

milhões em 1919; já em 1921, 53% dos automóveis do mundo eram fabricados por esta empresa. Com o fenômeno fordista, observou-se também as características do próprio capitalismo monopolista. Nos Estados Unidos, caiu de 108 fabricantes de automóveis em 1923 para apenas 12 em 1941, fenômeno também observado na Grã-Bretanha (de 89 em 1922 para 22 em 1930) e na Alemanha (de 51 em 1927 para 13 em 1936), com o total desaparecimento da indústria automobilística de alguns países como no caso da Bélgica, entre 1920 e 1945.

De outra forma, a partir do relato de Gounet (op. cit.), podemos perceber que o estilo de vida fordista teve seu início na própria

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