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A ética Protestante e o espírito do capitalismo - Max Weber

Por:   •  15/4/2015  •  Resenha  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  918 Visualizações

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O ESPÍRITO DO CAPITALISMO

Weber tem como propósito investigar e determinar o “espírito do capitalismo”, para isso ele recorre a um documento deste espírito, uma vez que contem a pureza quase clássica e apresenta a vantagem de ser livre de qualquer relação direta com a religião, isto é, livre de preconceitos.

Para Weber é Benjamin Franklin quem nos pregas máximas, afirmações, que é satirizado como “retrato da cultura Americana”, já que é uma suposta confissão de fé, sendo elas; “lembra-te de que tempo é dinheiro.”, “lembra-te de que credito é dinheiro”, “lembra-te de

que o dinheiro é de natureza prolifera, pro criativa.”, entre outros. Logo, a peculiaridade desta filosofia da avareza parece ser o ideal de um homem honesto de credito reconhecido e, acima de tudo, a ideia do dever de um indivíduo com relação ao aumento de seu capital, que é tomado como um fim em si mesmo. O que é aqui pregado não é uma simples maneira de viver, mas sim uma ética peculiar, uma vez que não é um mero bom senso comercial, mas sim um ethos. Assim, o entendimento dessa filosofia, ganhar dinheiro dentro da ordem econômica moderna, se for feito legalmente, é resultado e a expressão de virtude e eficiência em uma vocação, sendo essas o coração da ética de Benjamin Franklin.

Ainda segundo Weber, existe um processo de racionalização no campo da organização técnica e econômica que determina uma parte importante dos ideais da vida da moderna sociedade burguesa. Desse modo, uma das características fundamentais de uma economia capitalista é individualista, racionalizada com base no cálculo rigoroso, dirigida com previsão e atenção para o sucesso econômico que é procurado, orientado para a exploração de oportunidades políticas e especulação irracional.

Por fim, para Weber, o desenvolvimento do espírito capitalismo seria melhor entendido como parte do desenvolvimento do racionalismo como um todo, e poderia ser deduzido da posição fundamental do racionalismo quanto aos problemas

básicos da vida. Nesse aspecto, o protestantismo deveria apenas ser considerado à medida que se constitui num ‘estagio historicamente anterior’ ao desenvolvimento de uma filosofia puramente racionalista. Logo, se o racionalismo prático é compreendido o tipo de atitudes que encara e julga o mundo conscientemente em termos dos interesses mundiais do ego individual.

A concepção de vocação de Lutero

Weber introduz o termo vocação ao analisar o termo “Beruf” em alemão e o termo “calling” em inglês dizendo que ambas palavras tem conotação religiosa: “uma tarefa ordenada, ou pelo menos sugerida, por Deus”. Ele afirma que o que é chamado de “vocação” não foi conhecido nem por povos católicos, nem por povos da antiguidade clássica, ao passo que existiu em praticamente todos os povos protestantes. Dessa maneira, tanto a expressão, quanto a palavra é produto da reforma. O autor diz que a expressão se originou, em seu sentindo contemporâneo, com as traduções da bíblia e apareceu pela primeira vez com a tradução de Lutero.

Weber declara que Lutero fundamenta a concepção de que o cumprimento das tarefas seculares sob quaisquer circunstancias é o único caminho para satisfazer a Deus, e que, por isso, qualquer vocação lícita tem o mesmo valor perante os olhos de Deus. Dessa forma é possível apontar para o fato de Lutero não poder ser identificado ao espírito do capitalismo. E assim Lutero leu a Bíblia

através da perspectiva de sua tendência geral, e está se tornou ainda mais tradicional, que diz que a vocação é dom especial de Deus para a realização dos deveres que é a vontade divina. Dessa maneira ele acreditava que a vocação era uma ordem divina, à cada qual um devia adaptar-se.

O autor diz que o Luteranismo possui apenas um fator problemático para o que procura, mas que isso não quer dizer que a forma luterana da nova ordem de vida religiosa não tivesse um significado prático para o objeto de sua investigação. Porém, o seu objetivo será mais facilmente chegado voltando sua atenção para as religiões que poderiam ser facilmente observados o papel desempenhado no desenvolvimento do capitalismo, como o Calvinismo e as seitas protestantes.

Após enunciar essas informações Weber afirma que o espírito capitalista não era objetivo da reforma e o seu estudo busca apenas esclarecer o impacto que as forças religiosas no processo de desenvolvimento da moderna cultura secular, surgida de inúmeros fatores históricos e verificar se, e em que medida, as influências religiosas participaram da moldagem qualitativa e da expansão quantitativa desse “espírito” pelo mundo, e quais aspectos concretos da cultura capitalista resultem delas. Ele pretende analisar quando e onde existem correlações entre as crenças religiosas e de ética pratica, e esclarece como os movimentos religiosos influenciaram o

desenvolvimento da cultura material.

Fundamentos Religiosos do Ascetismo Laico:

Os representantes históricos do protestantismo ascético são: calvinismo, pietismo, metodismo, seitas batistas. Contudo, não há uma total distinção entre os princípios dessas corretes, como, por exemplo, o Metodismo que surgiu na Igreja Oficial Inglesa, que não pretendia separar-se da anglicana, mas seu alastramento pela América proporcionou essa cisão. O que houve foi uma diferenciação gradual entre essas correntes. Nessa perspectiva, Weber concentra sua análise nas práticas da vida religiosa dessas correntes e como elas influenciam na conduta do indivíduo.

O Calvinismo foi à religião em torna da qual ocorreram as principais lutas políticas e culturais do século XVI e XVII dos países capitalistas desenvolvidos (Países Baixos, Inglaterra e França). Ao contrário do Luteranismo e Catolicismo, o Calvinismo não acreditava que as ações humanas pudessem mudar a determinação de Deus, pois, para eles, o homem já nascia predestinado. Ou seja, eles sabem que uma parte da humanidade está salva e a outra condenada, e como apenas Sua Majestade é livre e não está submetido a lei nenhuma, seus desígnios não podem mudar o que já foi decidido na eternidade. A salvação é tão difícil de perder por aqueles que Ele concedeu como é inatingível por aqueles aos quais Ele a negou.

Esse pensamento trouxe para a humanidade um

sentimento de solidão interna, pois para o homem da época, mas importante que a vida na terra, era a vida após a morte, e ele foi destinado a viver um destino já traçado, no qual ninguém poderia ajudá-lo na sua alvação, nenhum sacramento ou sacerdote (essa ideia de não salvação através da igreja é a principal diferença entre o calvinismo e catolicismo). Isso justifica a atitude negativa do puritano em relação aos elementos emocionais e mágicos, pois todos eles são inúteis para salvação.

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